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Mértola

O concelho de Mértola, situado no interior sul de Portugal, no Baixo Alentejo e apresenta uma população de 6.206 habitantes (Censos de 2021). Com uma extensão territorial de 1.293 km2 e uma densidade populacional de apenas 4,8 habitantes por km2, Mértola é um dos concelhos menos densamente povoados do país, refletindo o fenómeno de despovoamento que tem marcado a sua história ao longo das últimas décadas. Este declínio demográfico, acentuado pelo encerramento da Mina de São Domingos nos anos 60 e pelo progressivo abandono da agricultura, é ainda agravado pelo envelhecimento populacional, sendo que cerca de 36% dos habitantes têm mais de 65 anos

Mértola encontra-se geograficamente limitado a norte pelos concelhos de Beja e Serpa, a nascente pela província espanhola de Huelva, a poente por Castro Verde e Almodôvar, e a sul por Alcoutim (Algarve). A divisão do concelho é feita em sete freguesias: Corte do Pinto, Santana de Cambas, Mértola, Alcaria Ruiva, Espírito Santo, São João dos Caldeireiros, e a União de Freguesias de São Pedro de Sólis, São Sebastião dos Carros e São Miguel do Pinheiro.

A economia do concelho baseia-se, predominantemente, nas atividades agrícola e pecuária, com uma presença relevante da atividade cinegética, dado o vasto território. O turismo, sobretudo de cariz cultural e de natureza, tem ganho um papel cada vez mais preponderante, aproveitando o património natural e histórico da região.

Historicamente, Mértola destacou-se pela sua posição estratégica junto ao rio Guadiana, que, durante séculos, constituiu uma via essencial para o comércio e comunicação entre o interior do Alentejo e o Mediterrâneo. A importância económica e estratégica do Guadiana fez de Mértola um ponto nevrálgico nas rotas comerciais, o que ainda hoje se reflete na sua paisagem urbana e no seu legado arqueológico e patrimonial. O complexo mineiro das Minas de São Domingos, na freguesia de Corte do Pinto, constitui uma das maiores minas de pirite da Península e o primeiro empreendimento mineiro do país. Os vestígios remontam à Idade do Bronze, tendo a exploração moderna começado a meados do século XIX. Os trabalhos prolongaram-se até 1965, ano de esgotamento do minério. 

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Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Mértola. Acedido em 09/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/comunidades/21186/mertola

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).