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Construção da Bilbioteca e Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian, em Bragança

Processo fora da capa original. Nova capa manuscrita, onde se lê a cota (PT/AGMBGC/008.006.004.0025/00004/Cx.2, a designação “Biblioteca Gulbenkian” e as informações complementares “Elaboração do projeto Adj. Arq. Manuel Maria Ferreira Rodrigues - Construção do Edifício 1970 - Propostas Adj. Armando Cristovão Cª Lda - Estanteamento da Biblioteca - Propostas - Adj. Alberto Camelo, Lda.”

Contém correspondência entre a Câmara Municipal de Bragança e a Fundação Calouste Gulbenkian sobre a construção de uma biblioteca e garagem e, a partir de 1972, correspondência da CMB relativa à construção de uma biblioteca municipal. Contém projeto de arquitetura e cálculos de betão armado de 1969.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Designação do Processo
Construção da Bilbioteca e Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian, em Bragança
Anos Início-Fim
1968-1978
Localização Referida
BragançaDistrito Histórico (PT)
Produtor do Processo

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1968.01.05
Última Data Registada no Processo
1978.01.10
Promotor
Entidade Requerente / Beneficiária
Entidade Utilizadora
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Manuel Maria Ferreira Rodrigues arquiteto 1969Pessoa
Construção e Equipamento
Armando Cristovão Empreitada de Obra 19701971Organização
Financiamento
Intervenção / Apreciação
Branquinho da Fonseca Diretor da FCG 1968Pessoa
José de Azeredo Perdigão Presidente do Conselho de Administração da FCG 1968Pessoa
Luis Gomes Moreno Diretor do Serviço de Educação da FCG 1970Pessoa
António Quadros Diretor-Adjunto da FCG 1971Pessoa
Decisão Política
A. Vaz Pires Presidente da CMB 1968Pessoa
Abílio Machado Leonardo Presidente da CMB 1970Pessoa
Domingos António Ferreira Vice-Presidente da CMB 1970Pessoa
Francisco Diogo Fernandes Presidente da CMB 1971Pessoa
Síntese de Leitura

1968.01.05 - Apontamento interno à Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), entre o diretor, Branquinho da Fonseca, e o presidente do Conselho de Administração. O primeiro informa o segundo que, em 1966.12.21, o Conselho de Administração reservou 600.000$ para a construção de três bibliotecas em jardins, sendo a primeira construído em Bragança, com um subsídio de 250.000$ e devendo o projeto ser elaborado pela Câmara Municipal de Bragança (CMB). A CMB comprometeu-se a apresentar o projeto durante o ano de 1967, mas não o fez. Sugere-se que as outras bibliotecas sejam construídas em Guimarães e na Nazaré e solicita-se autorização “para renovar e iniciar as diligências convenientes junto dos Presidentes das referidas Câmaras Municipais”.

A solicitação é aprovada no mesmo dia, por despacho do presidente do Conselho de Administração José de Azeredo Perdigão, indicando que o subsídio da biblioteca para Bragança será cancelado se o projeto não for enviado rapidamente.

Em 1968.01.17, o diretor da FCG informa do mesmo o presidente da CMB.

1968.08.12 - Resposta do presidente do Concelho de Administração da FCG a um ofício enviado pelo presidente da CMB. Refere-se que se aguarda o novo estudo “para o efeito de reduzir a justos limites o projeto inicial”, tendo em consideração “as fundadas razões expostas no ofício […] para que a biblioteca tenha maior capacidade do que aquela que havia sido prevista”.

1968.12.20 - O presidente da CMB, A. Vaz Pires, envia à FCG o projeto com as alterações sugeridas pela FCG.

Em 1969.01.23, o projeto é considerado “perfeitamente satisfatório, funcionalmente, além de apresentar um com aspecto arquitectónico” pela FCG. Sugere-se a introdução de entradas diferentes para rapazes e raparigas para os sanitários e a elevação do peitoril de algumas janelas para instalação de estantes por baixo.

Indica-se que a FCG subsidiará a obra com 250.000$.

Refere-se ainda eu a FCG pretende que “lhe fosse reservada uma instalação anexa para recolha da Biblioteca Itinerante” e questiona-se sobre o acréscimo de despesa que tal implicaria.

1970.01.15 - O presidente da CMB, Abílio machado Leonardo, contacta a FCG com a proposta de construir, em vez da biblioteca de jardim, “um edifício para Biblioteca Municipal, Museu de Arte Contemporânea Calouste Gulbenkian equipado com uma pequena sala para palestras ou conferências”. Tal justifica-se por Bragança “ser a cidade do mundo Português em que se verifica a mais elevada percentagem de estudantes”, mas não possui uma biblioteca pública. Indica-se que a construção de uma biblioteca está prevista no plano de urbanização da cidade, em terrenos anexos ao jardim do Museu do Abade de Baçal e a CMB compromete-se a ceder o terreno e elaborar o projeto, estando “quase certa que o Estado concederá a usual comparticipação que não seria inferior a 40% ou 50%”. Indica-se ainda que o “urbanista da cidade, arquitecto Viana de Lima e o director dos Serviços de Urbanização estimam a obra em 2500 contos”.

Refere-se, neste documento, um subsídio de 300.000$ para a construção da biblioteca de jardim, e indica-se que as propostas recebidas no concurso para adjudicação de empreitada têm valores muito elevados.

1970.05.13 - A FCG, pelo diretor do Serviço de Educação, Luís Gomes Moreno, informa a CMB que autoriza a utilização do subsídio concedido para a construção de uma nova biblioteca municipal, desde que “se comprometa a ceder gratuitamente o uso de uma garagem”.

1970.05.19 - A CMB, pelo vice-presidente Domingos António Ferreira, informa a FCG da intenção de construir o projeto original, solicitando o reforço do subsídio para corresponder à proposta mais baixa, de 520.000$.

1970.06.04 - A FCG informa que deliberou elevar o subsídio atribuído para 520.000$.º

1970.06.18 - A CMB informa a FCG que os trabalhos foram iniciados em 1970.06.17, após aprovação da minuta do contrato de doação.

Este contrato estabelece que a FCG doa à CMB 520.000$ para construção do edifício de biblioteca e garagem. Refere-se que o “edifício destinado à instalação da biblioteca será propriedade da Câmara, que se obriga a mantê-lo permanente e perpetuamente afectado a esse fim”, que a garagem será também propriedade da CMB, estando as despesas de manutenção a cargo da FCG.

1970.07.02 - Auto de medição de trabalhos n.º 1,elaboração do projeto de Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian”, pelo arquiteto Manuel Maria Ferreira Rodrigues, correspondente à importância de 12.000$, dos quais 8.000$ comparticipados pelo Estado.

1970.10.21 - Auto de medição de trabalhos n.º 1, “Construção da Biblioteca e Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian, em Bragança”, na importância de 225.114$. A obra foi adjudicada a Armando Cristóvão.

1970.11.18 - Auto de medição de trabalhos n.º 2, correspondente à importância de 99.234$.

1971.01.11 - Auto de medição de trabalhos n.º 3, correspondente à importância de 1000.800$.

1971.04.01 - O presidente da CMB, Francisco Diogo Fernandes, informa a FCG que a obra se encontra na fase final de execução e solicita que providencie o seu apetrechamento em livros e mobiliário.

Em 1971.05.11, a FCG solicita que a CMB informe sobre o apetrechamento necessário.

Em 1971.06.05, a CMB responde com sugestões e apontamentos de mobiliário, sem indicação de quem os elaborou.

1971.05.06 - A CMB informa a FCG que “o arranjo urbanístico onde o edifício se encontra instalado requer uma profunda transformação para que o conjunto não resulte inestético e ainda, para realçar a beleza do enquadramento de tal iniciativa”. Para tal, solicita-se um subsídio de 50.000$.

Em 1971.06.04, a FCG responde que não pode atribuir o subsídio pois “não se pode incluir nos programas superiormente aprovados pela nossa Administração”.

1971.05.21 - Auto de medição de trabalhos n.º 2, “Elaboração do Projeto da Biblioteca Municipal e Garagem”, correspondente à importância de 4.000$.

1971.06.24 - A CMB informa a FCG que 30.000$ do subsídio solicitado se destinavam à construção de um armazém e, o restante, “à aquisição de material para um parque infantil”.

1971.07.08 - A FCG, pelo diretor-adjunto António Quadros, solicita mais informação sobre o mobiliário e que seja remetido o respetivo orçamento. Adicionalmente, indica que “não convém que as estantes sejam fechadas com portas”, considerando que o acesso direto e fácil aos livros é “mais educativo e conveniente”, sendo o adotado em todas as bibliotecas da FCG. Questiona ainda sobre a capacidade prevista de livros.

1971.07.31 - A FCG remete à CMB as chaves da biblioteca, “terminada há cerca de 3 meses” e solicita o envio do último auto de medição de trabalhos.

1971.09.02 - O Conselho de Administração da FCG aceita atribuir um subsídio de 30.000$ para a construção de um armazém e outro de 10.000$ para aquisição de material destinado ao parque infantil. O primeiro tem como condição que o armazém seja “exclusivamente a ser utilizado pela Biblioteca Itinerante” da FCG.

Em 1971.09.30, a CMB informa aceitar a condição.

1971.11.04 - Auto de medição de trabalhos n.º 4, correspondente à importância de 50.000$.

1971.11.22 - A CMB solicita autorização à FCG para a realização dos festejos do 1º de Dezembro pela Academia do Liceu Nacional de Bragança nas instalações da biblioteca.

1972.01.29 - A CMB informa a FCG que recomeçaram as obras na garagem, considera-se que “estarão concluídas dentro de 3 dias” e que o “edifício da Biblioteca poderá ser inaugurado a partir da próxima semana”.

1972.11.15 - Auto de medição de trabalhos n.º 1, “honorários de elaboração do projeto da Biblioteca Municipal (betão armado)”, adjudicada a Domingos Moura dos Santos, correspondente à importância de 2.500$ (do total de 5.000$).

1972.12.01 - Abertura ao público da biblioteca.

1974.09.17 - Auto de medição de trabalhos n.º 2, “Elaboração de Projectos (Débitos e Técnicos) (Cálculos de betão armado da Biblioteca Municipal)”, adjudicada ao agente técnico Domingos Moura dos Santos, na importância de 2.500$ (do total de 5.000$).

1973.12.06 - Comunicação da Profabril Centro de Projetos, Sarl, pelo arquiteto Costa Bastos, à CMB, referente ao projeto da Biblioteca Municipal.

Refere-se que a mesma deverá ter as seguintes secções: “reservados; livros de consulta; livros de empréstimo e livros infantis”, de forma a servir todos os munícipes. Pela mesma razão, “A sua localização deve então ser suficientemente central para ter fácil acesso, isto é, ficar próxima dos lugares de utilização geral obrigatória”. Refere-se que será mais fácil instalar a biblioteca num edifício já existente e que, em breve, ficarão vagos o edifício ocupado pela Escola de Magistério Primário, o edifício da Câmara Municipal e o edifício da Escola Comercial.

1978.03.02 - A FCG questiona a CMB sobre se realmente se construiu um edifício destinado à instalação de uma biblioteca e uma garagem, se as instalações se mantêm afetadas aos fins para que foram construídas e se foi construído um armazém para utilização exclusiva da biblioteca itinerante.

1973.12.18 - Auto de medição de trabalhos n.º 5, “Construção da Biblioteca Municipal”, correspondente à importância de 14.852$ (do total de 520.000$).

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Construção da Bilbioteca e Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian, em Bragança. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/10006/construcao-da-bilbioteca-e-garagem-da-fundacao-calouste-gulbenkian-em-braganca

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).