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Projeto de um Lavadouro para Graça do Divor

Processo produzido pela Câmara Municipal de Évora (CME), arquivado em capa original da Repartição Técnica da CME, contendo, entre outra documentação, correspondência, autos, informações e o projeto de arquitetura, composto por memória descritiva e peças desenhadas – planta de implantação (escala 1:200), planta, alçados e corte (escala 1:50).  

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Designação do Processo
Projeto de um Lavadouro para Graça do Divor
Anos Início-Fim
1958-1977
Localização Referida
ÉvoraDistrito Histórico (PT)
Referência Inicial
PT/AMEVR/CME/M/A/01/Pt.035 (cota AME)
Outras Referências
5692/A
765 (cota antiga AME)

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1958.03.06
Última Data Registada no Processo
1977.11.09
Promotor
Entidade Requerente / Beneficiária
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Financiamento
Fundo de DesempregoOrganização
Intervenção / Apreciação
José Tavares Ferreira Marcelino Eng. Civil RAA / DSL / DGSUPessoa
Álvaro Queiroz de Morais Eng. Chefe RAA / DSL / DGSUPessoa
Luís Guinapo Feronha Eng. Diretor DSL / DGSUPessoa
Alfredo Macedo dos Santos Eng. Diretor-Geral DGSUPessoa
Decisão Política
Serafim de Jesus Silveira Júnior Presidente da Câmara Municipal de ÉvoraPessoa
Síntese de Leitura

1964.11.20 – Data de uma deliberação da Câmara Municipal de Évora (CME), aprovada por unanimidade e vertida em ata onde se escreve que o Presidente da CME, Serafim de Jesus Silveira Júnior, “na visita que fez, acompanhado de toda a Vereação, à freguesia de Nossa Senhora da Graça do Divor, teve oportunidade de verificar a necessidade premente da construção de um lavadouro público e respetivo estendedouro para utilização por parte dos moradores do novo bairro que naquela freguesia se está a formar, utilizando-se, para o efeito, a água do poço municipal que ali existe. Para tanto procurou obter do proprietário do terreno onde o lavadouro poderá ser implantado, Senhor Matias Joaquim Nobre, as condições em que o Município poderia obter o respetivo terreno. Este senhor (…) põe à disposição da Câmara, gratuitamente, o terreno (…) mediante obrigação, por parte do Município, da vedação da parte sobrante da sua propriedade (…). O gesto deste proprietário revela generosidade e alto espírito de colaboração que importa assinalar”.

Não existe nenhum elemento nas peças escritas ou desenhadas do projeto que permitam datá-lo. A memória descritiva (não assinada) permite aferir que o mesmo foi elaborado pela Repartição Técnica da CME, assunção reforçada pela capa original do processo. Na memória escreve-se que a localização escolhida se deveu à existência de um poço com “todas as possibilidades de abastecer o lavadouro pois dá-nos um caudal da ordem dos 50m3 por dia”. A água seria elevada do poço para um depósito nos entreforros do edifício por meio de uma eletrobomba. “O lavadouro é constituído por 14 tanques individuais e mais 2 para roupas de doentes infectocontagiosos, todos providos dos respetivos tanques de enxaguar. Será ainda provido de sanitários e chuveiros [com água quente por meio de cilindro elétrico] separados com entradas independentes para homens e mulheres e de um chafariz com bebedouros”. O estendedouro anexo teria a área de 250m2.

1965.03.08 – Data de uma informação relativa à apreciação do projeto do lavadouro-balneário (que obteve o número de processo 5692/A), escrita pelo engenheiro civil José Tavares Ferreira Marcelino – da Repartição de Abastecimentos de Água / Direção dos Serviços de Salubridade / Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (RAA / DSL / DGSU) – e dirigida ao Engenheiro-Chefe da RAA, Álvaro Queiroz de Morais. No documento informa-se que o projeto do lavadouro deu entrada na RAA a 1965.02.16 para aprovação superior. Nele se afirma ainda que o mesmo “afigura-se cuidadosamente elaborado e a sua utilidade social e sanitária é manifesta”, embora não figurem nas suas peças escritas indicações da população a servir, cálculos hidráulicos e do caudal do poço, nem orçamento (apenas uma previsão orçamental no valor de 145.000$00). “Todavia, para não demorar a execução da obra julgo de aprovar o projeto, desde que o abastecimento pelo poço, ou por rede a projetar brevemente, fique assegurado”.

A informação subiu pela hierarquia e foi recebendo novos contributos: pelo Engenheiro-Chefe da RAA, Álvaro Queiroz de Morais (1965.03.10) – a CME deverá “enviar oportunamente os elementos justificativos referidos na informação (…) [assim como] uma planta de localização (…), que julgo convirá ser presente à Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos para informação sobre o aspeto plástico e enquadramento no local. O pequeno depósito de entre forro não tem qualquer interesse funcional se, como se julga, o lavadouro for ligado à rede de abastecimento do aglomerado”; pelo Engenheiro Diretor-Geral da DGSU, Macedo dos Santos – “Devolva-se à Câmara para que, de preferência, inclua a obra no projeto de abastecimento de água [do aglomerado] e esclareça todas as dúvidas levantadas”.

1965.07.21 – Data de um ofício enviado à CME pela Direção de Urbanização de Évora e assinado pelo seu Engenheiro Diretor, Vicente Brandão, transcrevendo um ofício enviado pela Direção dos Serviços de Salubridade, afirmando que “a execução desta obra deverá aguardar o abastecimento de água da povoação da Graça do Divor e a Câmara deverá, de preferência, incluir a construção do lavadouro no projeto do abastecimento formal da povoação”.

1965.09.02 – Data de um ofício enviado pela DUE à CME, referindo que o orçamento submetido a aprovação superior foi atualizado para 149.300$00 – 87.792$00 para materiais; 57.208$00 para mão de obra; e 4300$00 para despesas gerais. O ofício refere também que “dado estar assegurado o caudal mínimo necessário quer para o lavadouro quer para a população, está desde já autorizada por esta Direção a administração direta, se for esse o regime de execução que mais convier [à CME] (…). Por se tratar de uma obra do Plano Comemorativo de 1966, há toda a urgência em serem iniciados os trabalhos”.

1965.10.04 – Data de início da obra, em regime de administração direta.

1966.05.09 – Data de um ofício enviado pela DUE à CME, informando que “por portaria de 18/4/66, publicada no Diário do Governo n.º 109, II série, de 9/5/66, foi concedida a essa Câmara Municipal nos termos do Decreto n.º 21.699, de 19/9/32, a comparticipação, pelo Fundo do Desemprego, de Esc.: 109.000$00, para execução da obra [c. 73% do total]”. Mais tarde (1966.07.07), por via do 2.º Adicional ao Plano Comemorativo de 1966, esta comparticipação seria reforçada em 3000$00, elevando a percentagem comparticipada para 75%.

1966.05.23 – Data do Auto de Medição de Trabalhos n.º 1. Exibe um carimbo do “Plano Comemorativo de 1966, Capítulo 4.º, Artigo 19.º, Número 2, Alínea 11”.

1966.08.31 – Data de conclusão da obra. O Auto de Vistoria Geral foi lavrado dois anos mais tarde, em 1968.11.21.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Projeto de um Lavadouro para Graça do Divor. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/18478/projeto-de-um-lavadouro-para-graca-do-divor

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).