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Arranjo do Centro Cívico

Volume único composto do anteprojeto de arquitetura do Arranjo do centro cívico e hotel a construir na Covilhã, que inclui Memória Descritiva e fotomontagens da maquete do edifício proposto pelo arquiteto Carlos Manuel Oliveira Ramos em 1972.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Designação do Processo
Arranjo do Centro Cívico
Anos Início-Fim
1970
Referência Inicial
DMO 2 item 586

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1972.09
Entidade Requerente / Beneficiária
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Intervenção / Apreciação
António Sousa Mendes Arquiteto, autor do anteprojeto do novo edifício dos CTTPessoa
Síntese de Leitura

1972.09 - Na Memória Descritiva do projeto para o arranjo do centro cívico da Covilhã que inclui a construção de um hotel, o arquiteto Carlos Manuel Oliveira Ramos expôs as motivações do projeto: "pela existência de uma vasta zona susceptível de ser remodelada, cremos existirem todas as possibilidades de reforma de seu centro, localizando aí um vasto complexo que virá dar satisfação a um vasto setor da sua população e vitalizar e disciplinar as atividades nessa zona central." O arquiteto refere um estudo feito em julho de 1960 para justificar a construção de um hotel "de cerca de 100 quartos e com uma classificação de 4 estrelas". Além do hotel em si, concebido como uma torre de 12 pavimentos sobre um embasamento de 5 pisos a construir na porção nascente dos terrenos libertos pela demolição das construções adjacentes à Igreja da Misericórdia e à Praça do Município, "a existência deste equipamento permite, independentemente dos ramos de atividade que poderão aí fixar-se a existência de outras fontes de rendimento que poderão vir a compensar a instalação de uma unidade hoteleira com a categoria que se prevê". A solução da torre onde se instalaria o hotel, coroada por um restaurante, justificava-se por diminuir a área de fachada, minimizando assim a obstrução da paisagem que se abre a partir da Praça do Município. No rés-do chão, haveria espaço para um "conjunto de estabelecimentos (...) em galeria comercial contínua". O empreendimento seria realizado em fases e para isto era "necessário que a CM da Covilhã se pronuncie sobre o esquema de ocupação proposto para que se possa elaborar o estudo económico e de rentabilidade de um empreendimento que irá certamente exceder em muito os 30.000.000$00. (...) Pela análise da maquette que acompanha o estudo pode ajuizar-se da solução geral de volumes, e do tratamento arquitetónico que se propõe para os mesmos, e ainda a integração que se fez do programa do novo edifício dos CTT na nova frente de construção".

O anteprojeto integra plantas do conjunto e dos pavimentos, corte e alçado, além de fotomontagens da maquete do edifício proposto.

O estudo foi acompanhado de um "Parecer sobre o ante-projeto do edifício dos CTT", assinado pelo arquiteto, em que referiu a "urgência de que se reveste o problema do novo centro da Covilhã", que justificou a emissão do parecer "de modo a poder-se orientar rapidamente uma revisão daquele ante-projeto no sentido de sua perfeita integração no referido conjunto." O arquiteto apresentou um histórico da situação que conduziu à  "elaboração de estudos tendentes à revisão do anterior centro cívico", que incluiu, além do hotel, "um outro bloco que, fechando o espaço da nova praça, a sul, se destina à instalação de diversos serviços de caráter público ou de iniciativa particular. (...) Posteriormente foram os técnicos encarregados do estudo urbanístico, informados estar prevista a localização do Edifício para os Serviços Postais e Obras Sociais dos CTT da Covilhã, no bloco já citado, e que limita o Centro Cívico a sul." Assim, justifica o arquiteto, "Por se rasgarem neste momento novas oportunidades para a concretização do novo centro - dado o empréstimo de 4.000 contos concedido pelo MOP - conviria proceder-se rapidamente à revisão do anteprojeto do novo edifício dos CTT de acordo com os elementos gráficos que acompanham este parecer e que, para o mesmo efeito, são destacados do estudo de conjunto". De acordo com o parecer do arquiteto Fernando Peres Guimarães, consultor dos CTT, o projeto não deveria ser aprovado. O anteprojeto do novo edifício dos CTT foi desenvolvido pelo arquiteto António Sousa Mendes, contactado pelo arquiteto Carlos Manuel Oliveira Ramos, que deveria desenvolver um novo estudo em função das recomendações do autor do projeto do Centro Cívico. 

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Arranjo do Centro Cívico. Acedido em 22/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/18583/arranjo-do-centro-civico

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).