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Caixa Geral de Depósitos de Murtosa. Construção do novo edifício

Conjunto de documentos fora da pasta original, agrupados em folhas brancas com a cota da documentação e a designação das diferentes fases da obra.

Contém documentação administrativa relativa ao processo de elaboração e apreciação do projeto de arquitetura, concurso de adjudicação da obra, conclusão dos trabalhos, realização de trabalhos de conservação geral.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Apreciação de ProjetoTipo de Processo
Concurso PúblicoTipo de Processo
Designação do Processo
Caixa Geral de Depósitos de Murtosa. Construção do novo edifício
Anos Início-Fim
1948-1970
Localização Referida
Referência Outros Arquivos

Outra documentação no arquivo da Direção-Geral do Património Cultural, Arquivos e Coleções Documentais da Ex-DGEMN:

PT DGEMN:DSARH-003-0109/03, 143p., 1948 - "Caixa Geral de Depósitos Crédito e Previdência de Murtosa. Peças escritas"

PT DGEMN:REE-0193/16, 34p., 1949-1952 - "Agência da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, em Murtosa" 

PT DGEMN:DSARH-003-0105/01, 1950-1953 - "Caixa Geral de Depósitos de Murtosa. Elaboração de projectos"

PT DGEMN:DSARH-003-0109/02, 206p., 1952 - "Caixa Geral de Depósitos Crédito e Previdência de Murtosa. Peças escritas" 

PT DGEMN: DSARH-003-0109/04, 83p., 1952 - "Construção do novo edifício para a agência da Caixa Geral de Depósitos da Murtosa. Processo de concurso"

PT DGEMN:DSARH-003-0105/05, 21p., 1962 - "Caixa Geral de Depósitos de Murtosa. Diversos trabalhos de conservação"

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1948.03.22
Última Data Registada no Processo
1970.06.05
Entidade Requerente / Beneficiária
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Construção e Equipamento
Valentim Dias de Oliveira Trabalhos de Demolição 1952Organização
Ramos & Cª Empreitada de Construção 1952Organização
Intervenção / Apreciação
José Espregueira Mendes Engenheiro Diretor Delegado DGEMN/CAOCGD 1948Pessoa
Henrique Gomes da Silva Diretor DGEMN 1949Pessoa
José Agostinho Pinto Freire de Figueiredo e Castro Engenheiro Diretor Delegado DGEMN/CAOCGD 1952Pessoa
Decisão Política
José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich Ministro Obras Públicas 1952Pessoa
Síntese de Leitura

1948.03.22 - Parecer do Presidente da Comissão Administrativa das Obras da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (DGEMN/CAOCGD), com assinatura ilegível, no qual declara concordar “que o edifício da Agência desta Instituição na Murtosa seja implantado no local que me é proposto: - em terreno sito à Praça Comandante Jaime Aleixo”.

1948.04.05 - Comunicação do engenheiro diretor delegado na CAOCGD, José de Espregueira Mendes, ao engenheiro diretor da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), onde informa que o edifício para a Agência da CGD na Murtosa está incluído no plano de 1948. Neste ofício, a vila da Murtosa é caracterizada como “um aglomerado urbano disperso por vários lugares um pouco distanciados entre si, dos quais o mais importante, tanto sob o ponto de vista Administrativo como comercial é o de Pardelhas, onde se encontra o edifício da Câmara Municipal, as repartições públicas do Estado e a estação dos CTT”. Propõe-se a localização da Agência no centro principal da Vila, “a Praça Comandante Jaime Aleixo, onde tem o seu términos a mais importante via de acesso, a estrada que a liga a Estarreja”. Refere-se a necessidade de adquirir 4 prédios a diferentes proprietários, num total de 180.000$00, para a qual se solicita aprovação ministerial.

Por despacho de 1948.04.07, o proposto é aprovado pelo Ministro das Obras Públicas.

1948.10.28 - O presidente da Câmara Municipal da Murtosa, com assinatura ilegível, informa a CAOCGD de que a Câmara não vê inconveniente na construção do edifício da CGD, de acordo com o projeto que lhe foi enviado.

1949.02.22 - Proposta de dotação de 187.300$00 da rubrica orçamental do orçamento da DGEMN, para aquisição de terreno para implantação do edifício da CGD, e de “efectivação da despensa com dispensa do concurso público e do contrato escrito (…), com a justificação de haver grande urgência, estando prevista a elaboração da respectiva escritura dentro dum prazo de 30 dias”. A proposta é assinada pelo engenheiro diretor da DGEMN, Henrique Gomes da Silva e aprovada, em 1949.02.23, por Luiz Veiga da Cunha.

1949.03.25 - Aprovados os autos de arbitragem das indemnizações a conceder aos proprietários dos terrenos a adquirir.

1949.05.30 - O engenheiro diretor delegado da CAOCGD, José Espregueira Mendes, submete o projeto, com orçamento de 1.052.831$33, à apreciação da DGEMN. Em caso de aprovação, solicita-se que a DGEMN autorize a imediata abertura de concurso público.

1949.05.31 - Parecer favorável da Comissão de Revisão da DGEMN, com duas assinaturas ilegíveis. Considera-se as plantas claras e adequadas, e os “alçados francamente agradáveis sem pruridos de originalidade descabida”. Considera-que que, embora a residência tenha área excessiva, esta é justificável por resultar do bom aproveitamento do primeiro piso. Julga-se, no entanto, o orçamento exagerado, esperando “que no concurso público a realizar se obtenha uma baixa apreciável”.

1949.08.18 - O engenheiro diretor delegado na CAOCGD informa a DGEMN de que a Administração da CGD, “em face da pequena importância da sua agência da Murtosa e da necessidade a acudir a outras obras mais urgentes, julga aconselhável adiar para melhor oportunidade o início da construção deste edifício”.

1950.03.09 - O engenheiro delegado da CAOCGD informa o diretor da DGEMN que o arquiteto Amândio Vaz Pinto do Amaral foi incumbido da execução do anteprojeto necessário para levar a efeito a obra de construção do edifício para a CGD da Murtosa. Solicita-se que seja autorizado o encargo correspondente à aquisição do projeto definitivo pelo mesmo arquiteto, correspondente a 24.668$50.

A proposta foi autorizada por despacho de 1950.03.20.

1952.02.09 - O engenheiro delegado na CAOCGD informa o diretor da DGEMN de propostas “colhidas” de entre empreiteiros idóneos, para a demolição dos prédios existentes no terreno destinado à implantação do mesmo edifício, e construção de um tapume pintado a óleo. Propõe-se a adjudicação dos trabalhos ao empreiteiro Valentim Dias de Oliveira, com a proposta mais baixa (17.000$00), com dispensa de concurso público e contrato escrito. Solicita-se ainda a respetiva dotação.

O pedido é aprovado pela DGEMN em 1952.03.01.

1952.04.02 - O engenheiro diretor delegado na CAOCGD, José de Figueiredo e Castro, remete à DGEMN o projeto definitivo do edifício da Agência da CGD da Murtosa, tendo este já recebido parecer favorável do Conselho de Administração da CGD.

1952.05.15 - Parecer da Comissão de Revisão da DGEMN, com três assinaturas ilegíveis. O parecer descreve a localização, que considera boa, assim como a organização funcional, adequada, e os alçados, que “mostram uma equilibrada feição arquitectónica que muito contribuirá para valorizar o conjunto local”. Fazem-se alguns reparos relativos aos cálculos de betão armado e ao projeto de instalação elétrica, e ainda ao orçamento, que se continua a julgar excessivo. Considera-se o projeto em condições de merecer aprovação superior, devendo ser retificado de acordo com as indicações antes do concurso público.

1952.05.21 - Despacho do Ministro das Obras Públicas, José Frederico Ulrich, indicando que se reveja urgentemente o projeto, “em especial no referente ao orçamento que conduz a um preço médio exageradíssimo”. O Ministro chama ainda a atenção da DGEMN “para o facto de a Delegação da Caixa ser um organismo dela dependente”, cabendo “à Direcção dos Serviços de Construção orientar os projectos da Delegação, fazê-los emendar no que não estiver certo, etc.” Nesta situação, o Ministro “não [pode] entender um parecer como o presente, assinado pelo próprio Director dos Serviços de Construção, afinal directo responsável pelas imperfeições do projecto”.

1952.05.23 - O engenheiro diretor dos Serviços de Construção (DGEMN/DSC), com assinatura ilegível, solicita à DGEMN que “os ante-projectos ou estudos preliminares das obras a cargo das Delegações” sejam enviadas à DSC, para se responder à orientação do Ministro.

1952.05.27 - Ofício do engenheiro diretor delegado, José de Espregueira Mendes, dirigido ao diretor da DGEMN, onde se responde aos reparos feitos pela Comissão de Revisão. Informa-se que os arrendamentos dos inquilinos existentes dos prédios adquiridos em 1949 terminaram em meados de 1951, sendo que um dos prédios ameaçava ruína. Por essa razão, “foi novamente encarada a construção do edifício mediante a prévia revisão do projecto, de acordo com os novos programas fornecidos pela Caixa, para edifícios semelhantes, donde resultaria uma apreciável economia para a redução das diversas dependências do edifício”. Conseguiu-se, assim, uma economia de cerca de 35%, o que “convenceu inteiramente a Administração da Caixa a conceder prioridade à construção do edifício”. Após elaboração do projeto, solicitou-se à CMA o fornecimento dos elementos relativos ao custo dos materiais e mão-de-obra. Refere-se que os “preços indicados parecem corresponder às condições especiais da zona da Murtosa em que tudo, praticamente, vem de fora do concelho”, o que, juntamente com a ausência de mão de obra especializada, resulta em preços mais elevados. Descreve-se todos os elementos incluídos no orçamento de 763.683$00, concluindo ser possível ainda fazer uma redução global de 5% a 10% em todos os preços do projeto.

1952.06.02 - Resposta da Comissão de Revisão da DGEMN, onde se reflete que, em todos os projetos da CAOCGD, “se empregam materiais que não é usual utilizar em edificações do tipo corrente, por serem de custo elevado; (…) se considera todo o mobiliário fixo, quer nas instalações da agência propriamente dita, quer na habitação do Gerente; (…) todas as janelas do r/c são protegidas com grades artísticas de ferro forjado; (…) se faz largo uso de cantarias nos exteriores; (…) as portas das casas fortes custam cerca de 7.000$00 cada uma”, concluindo que, por isso, se costumam aprovar projetos com custos mais elevados do que o habitual. Deixa-se como recomendação de a CAOCGD passe a especificar “em artigos ou capítulos à parte todos os trabalhos que não digam respeito à construção propriamente dita”. Acrescenta-se ainda que se julga possível fazer uma redução de 10% no valor de base da licitação.

1952.06.03 - Despacho do Ministro das Obras Públicas, aprovando o projeto e indicando que se abra concurso público.

1952.07.02 - Concurso público com base de licitação de 687.000$00, que recebeu apenas uma proposta, de 930.500$00.

1952.07.11 - Informação da CAOCGD, indicando que se considera “absolutamente inaceitável a proposta apresentada” e propondo a anulação deste concurso e abertura de um novo, com base de licitação aumentada em 10%.

A proposta mereceu aprovação ministerial em 1952.07.15.

1952.08.08 - Novo concurso público, com base de licitação de 755.000$00, no qual se receberam 6 propostas.

Em 1952.08.18, a CAOCGD propõe a adjudicação à proposta mais baixa, de 712.000$00, apresentada por Ramos & Cª (empresa adjudicatária dos novos edifícios para os CTT de Setubal, Ourique, Odemira, Silvares, Vila Real e Aljustrel, assim como para a CGD de Amarante, Lisboa (Rua do Ouro) e Tavira).

A proposta recebe aprovação ministerial em 1952.08.26.

1952.11.05 - Contrato de adjudicação da empreitada de “Construção do novo edifício par a Agência da Caixa Geral de Depósitos da Murtosa” à empresa Ramos e Companhia, pela importância de 712.000$00 e com prazo de conclusão de 356 dias.

1952.11.26 - Auto de consignação de trabalhos.

1954.01.15 - Auto de receção provisória da empreitada.

1954.07.05 - Auto de receção definitiva da empreitada, assinado por José de Espregueira Mendes (engenheiro diretor delegado da CAOCGD), Artur Pires Martins (arquiteto) e José Agostinho Pinto Freire de Figueiredo e Castro.

1956.10.30 - Comunicação do engenheiro diretor delegado da CAOCGP ao diretor da DGEMN, informando que a Administração da CGD pretende proceder a trabalhos de conservação no seu edifício na Murtosa, com o orçamento estimado de 14.990$00. Foram recolhidas propostas de empreiteiros, propondo-se a adjudicação ao com a proposta mais baixa, de 12.950$00, com dispensa de concurso público e de contrato escrito. Solicita-se ainda a concessão da respetiva dotação.

1956.10.30 - Autorização por despacho do Ministro das Obras Públicas.

1962.07.28 - Proposta, pela CAOCGD à DGEMN, de comparticipação de trabalhos de conservação geral a realizar no edifício da CGD na Murtosa ao empreiteiro com a proposta mais baixa de entre os consultados, Joaquim de Almeida (98.900$00). Solicita-se dispensa de contrato escrito e refere-se que o encargo respetivo “tem cabimento no Capº.4º., Artº.53, nº.3 alínea b), do orçamento em vigor e rúbrica nº.20 do Plano de Obras aprovado para o corrente ano”.

1970.06.05 - Proposta, pela CAOCGD à DGEMN, de comparticipação de trabalhos de conservação geral a realizar no edifício da CGD na Murtosa ao empreiteiro com a proposta mais baixa de entre os consultados, Maciel Felgueiras de Araújo (190.000$00). Solicita-se dispensa de contrato escrito e refere-se que o encargo respetivo “tem cabimento no Capº.4º., Artº.53, nº.2 alínea 2), do orçamento em vigor e rúbrica nº.4 - Murtosa - do Plano de Obras aprovado para o corrente ano”.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Caixa Geral de Depósitos de Murtosa. Construção do novo edifício. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/32620/caixa-geral-de-depositos-de-murtosa-construcao-do-novo-edificio

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).