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Instalações sanitárias do porto de Viana do Castelo

Conjunto de folhas de correspondência administrativa e algumas peças escritas e desenhadas de projeto organizadas dentro de folha branca, onde se registou a designação “Instalações sanitárias do porto de Viana do Castelo”.

Contém correspondência administrativa entre a Direção dos Portos do Norte, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, relativa à iniciativa de construção, financiamento, processo de concurso e construção. Contém algumas peças desenhadas, mas não o projeto completo.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Concurso PúblicoTipo de Processo
Designação do Processo
Instalações sanitárias do porto de Viana do Castelo
Anos Início-Fim
1955-1974
Localização Referida
Viana do CasteloDistrito Histórico (PT)

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1955.12.27
Última Data Registada no Processo
1974.02.06
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Construção e Equipamento
Ernesto Enes Minas 1956Organização
Financiamento
Intervenção / Apreciação
Carlos A. da C. Martins Vieira Engenheiro Diretor DPN 1955Pessoa
José Dias Agente Técnico de Engenharia DENN 1956Pessoa
Mário Soares Lopes Engenheiro Civil 3ª Classe DENN 1957Pessoa
Octávio José Filgueiras Engenheiro Civil 1ª Classe DGEMN 1958Pessoa
Manuel Lima Fernandes de Sá Engenheiro Civil 1ª Classe 1958Pessoa
Joao de Oliveira Barbosa Engenheiro Adjunto JAPN 1958Pessoa
António Maria de Menezes Nogueira Administrador-Delegado JAPN 1973Pessoa
José Pena Pereira da Silva Engenheiro Diretor DGEMN 1974Pessoa
Decisão Política
Alberto Saraiva e Sousa Subsecretário Estado Obras Públicas 1956Pessoa
Rui Alves da Silva Sanches Ministro Obras Públicas 1974Pessoa
Síntese de Leitura

1955.12.27 - Proposta à Comissão Administrativa do Porto de Viana do Castelo, assinada por Carlos A. da C. Martins Vieira, aprovada em sessão da mesma de 1955.12.29. Refere-se a necessidade de dispor “de instalações sanitárias para os trabalhadores de ambos os sexos que no mesmo recinto trabalham normalmente nas operações de carga e descarga de navios e outros serviços”, já que não existem instalações públicas nas proximidades. Recorda-se que já se procura resolver este problema há anos, mencionando que agora foram “suprimidas ou atenuadas as antigas dificuldades financeiras” da Junta Autónoma dos Portos do Norte (JAPN). Propõe-se a construção de um pequeno edifício e refere-se que a obra em questão, segundo o Decreto-Lei n.º 31271, de 17 de maio de 1941, é da exclusiva responsabilidade do Ministério das Obras Públicas (MOP), pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).

1956.01.19 - O engenheiro diretor dos Portos do Norte (DPN), Carlos A. da C. Martins Vieira, informa o chefe do Gabinete do Ministro das Comunicações da decisão da Comissão Administrativa da JAPN que se prevê que o custo da obra não exceda 55.000$00, devendo este valor ser inscrito no orçamento ordinário da JAPN para 1957. Solicita que se informe o Ministro.

1956.01.24 - Ofício do chefe do Gabinete do Ministério das Comunicações, endereçado ao engenheiro diretor da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com o qual se remete o ofício anterior.

1956.07.30 - A Direção dos Edifícios Nacionais do Norte (DGEMN/DENN) submete à apreciação da DGEMN o projeto das instalações sanitárias.

Memória descritiva e justificativa do estudo para a “Obra de Construção de Instalações Sanitárias no Porto de Viana do Castelo”, destinadas não só “aos trabalhadores de ambos os sexos que prestam serviço no posto, mas ainda a outras pessoas que, como diz a Direcção do Porto, ali tenham ‘eventualmente qualquer ocupação”.

A memória refere que a localização, decidida pela Direção do Porto, permite que as instalações sanitárias tenham um caráter semipúblico. A sua construção, prevê-se a utilização de “materiais adequados, resistentes, duradoiros, e facilmente laváveis”, sendo as paredes exteriores de perpeanho, as interiores de tijolo vazado e a cobertura constituída por uma laje de betão armado. Contempla-se a instalação de 3 bacias de retrete por sexo, instalando-se ainda 4 urinóis na parte masculina.

O orçamento estima-se em 69.910$00.

O estudo foi realizado na DENN e encontra-se assinado pelo agente técnico de engenharia José Dias, o engenheiro chefe da 1ª Secção (com assinatura ilegível) e o engenheiro diretor (com assinatura ilegível).

1956.08.13 - Parecer favorável da Direção dos Serviços de Construção (DSC). Considera-se que a distribuição em planta e o aspeto exterior do edifício correspondem às necessidades funcionais, que os acabamentos são adequados e os materiais de conservação económica. Faz-se uma nota da ausência de desenhos e cálculos de betão armado e pormenores. Consideram-se os preços razoáveis e o orçamento adequado.

O parecer é homologado pelo Subsecretário de Estado A. Saraiva e Sousa em 1956.08.22.

1956.09.10 - Ofício da DPN, endereçado ao chefe do Gabinete do Ministro das Comunicações. Informa-se que o orçamento se encontra “dentro das possibilidades da Junta”, esperando-se ainda que seja reduzido no concurso público. Informa-se também que esta verba foi incluída no orçamento suplementar e solicita-se que se comunique à DGEMN que a JAPN “põe desde já à sua disposição a verba de 40.000$00, suficiente para a parte da despesa a realizar até 31 de Dezembro”, sendo incluído o resto no orçamento para 1957.

1956.11.15 - Data do concurso público para arrematação da empreitada de “Obras de Construção das Instalações Sanitárias no Porto de Viana do Castelo”. Neste concurso foram recebidas três propostas, todas inferiores à base de licitação de 69.910. Em ofício da DSC de 1956.11.19, propõe-se a adjudicação ao empreiteiro com a proposta mais baixa (6.845$05), Ernesto Enes Minas.

A adjudicação é autorizada em despacho do Subsecretário das Obras Públicas em 1956.11.21.

1956.12.02 - Ofício do diretor da DGEMN ao DPN, solicitando que informe se “para a concessão das importâncias destinadas a custear as obras” de construção das instalações sanitárias “se torna necessária a publicação de um decreto, nos termos do (…) Decreto-lei nº. 27563, de 13 de Março de 1937”. Solicita-se uma resposta urgente, atendendo à proximidade do fim do ano.

1956.12.11 - Resposta da DPN, informando de que o segundo orçamento suplementar da JAPN já foi aprovado, “pelo que se acha à disposição da Direcção Geral a importância de 39.70$00”.

1956.12.12 - O engenheiro diretor da DGEMN solicita ao engenheiro diretor da DPN que promova a elaboração de um diploma para a distribuição do encargo da empreitada e informa de que as importâncias “devem ser acrescidas das verbas destinadas a custear as despesas de administração e fiscalização”, o que corresponde a 1.300$00 em 1956 e 1792$30 em 1957.

1956.12.17 - O engenheiro diretor da DPN contacta o engenheiro diretor da DGEMN, informando da opinião de não ser possível dar início à empreitada ainda em 1956, podendo efetuar-se a obra inteiramente em 1957.

1957.01.07 - Contrato com Ernesto Enes Minas para execução da empreitada, no prazo de 120 dias.

1957.03.28 - Auto de consignação de trabalhos a Ernesto Enes Minas, assinado pelo adjucatário e pelo engenheiro civil de 3ª classe Mário Soares Lopes, como representante da DENN.

1957.10.30 - Ofício do engenheiro diretor da DENN, endereçado ao engenheiro diretor da DGEMN, onde se informa da necessidade de realizar trabalhos complementares, com orçamento estimado de 5.365$50. Refere-se a existência de um saldo de 1.391$00 na verba destinada a despesas de administração e fiscalização, que poderia ser aplicado para pagamento destes trabalhos.

A memória descritiva dos trabalhos a mais data de 1957.10.28 e é assinada pelo agente técnico de engenharia José Dias e pelo engenheiro chefe da 1ª Secção da DENN Mário Soares Lopes. A memória refere que o sistema de caixilharia inicialmente previsto nos alçados laterais “teve de ser alterado pois a ventania que sopra com frequência e por vezes intensamente, tornaria insuportável a permanência dentro da construção”. A memória refere também a construção de um massame de betão e um “pequeno volume de escavação para abertura de cabouços e alvenaria de granito em fundações”.

1957.11.08 - A DGEMN solicita à DPN que informe se tem disponibilidade de custear este encargo.

1957.11.09 - Resposta positiva da DPN.

1957.11.22 - É aprovada pelo Subsecretário de Estado das Obras Públicas a celebração de um termo adicional ao contrato, pela importância de 5.365$50.

1957.12.13 - Primeiro Termo adicional ao contrato.

1957.12.16 - A DGEMN solicita à DPN que promova que a importância de 4.009$90 seja posta à sua disposição, “a fim de ser efectuada a liquidação dos mesmos trabalhos ao empreiteiro”.

1957.12.28 - Auto de consignação dos trabalhos.

1958.01.18 - A DGEMN informa a DENN de que a JAPN já pôs à sua disposição a importância de 5.365$50, mantendo-se disponível a verba de 1.355$60.

1958.02.28 - Ofício do engenheiro diretor da DENN, endereçado ao engenheiro diretor da DGEMN, no qual se informa que, em visita ao local, se verificou que as caiações e pinturas exteriores se encontram em mau estado de conservação, “dada a proximidade do mar”. Encontrando-se disponível o saldo de 1.355$60, propõe-se que este seja aplicado em pinturas mais resistentes.

A proposta merece a concordância da DGEMN em 1958.03.04.

1958.03.24 - Comunicação da DENN, após consulta a empreiteiros, apresentando 3 propostas, das quais apenas uma não é superior a 1.355$60. Propõe-se a adjudicação dos trabalhos a Ernesto Enes Minas, com a proposta mais baixa.

1958.03.20 - Auto de receção provisória, assinada pelos engenheiros civis de primeira classe, Octávio José Filgueiras e Manuel Lima Fernandes de Sá, e pelo engenheiro civil de terceira classe Parcídio de Araújo Martins Campos e Matos.

1958.04.23 - A DENN informa a DGEMN de que as obras se encontram concluídas e solicita que seja feita a entrega à JAPN.

1958.05.10 - Auto de entrega e cessão simultâneas, ao qual compareceram o Engenheiro Civil de 1ª Classe, Octávio José Filgueiras (em representação da DGEMN), o Director de Finanças do Distrito de Viana do Castelo, João José Garcia de Freitas (em representação da DGFP), e o Engenheiro Adjunto da Junta Autónoma dos Portos do Norte, João de Oliveira Barrosa.

1959.11.04 - Auto de receção definitiva da empreitada.

1973.09.05 - Ofício do engenheiro-diretor dos Portos e administrador-delegado da JAPN, António Maria de Menezes Nogueira, endereçado ao engenheiro diretor da DGEMN. Informa-se que as instalações sanitárias construídas no Porto de Viana de Castelo sofreram “um embate proveniente da demolição dos armazéns que lhe estão encostados e que depois de removidos gerarão a construção de um edifício para armazenamento de bobinas de papel da fábrica ‘CELNORTE’”. Pela sua responsabilidade no ato, a CELNORTE propõe-se a edificar um edifício semelhante ao existente, com o aproveitamento dos materiais em boas condições e provenientes da demolição. Considera-se que a localização proposta diminui situações de encravamento ao tráfego portuário, “eliminando-se, assim, a proeminência que aquele abrigo constituía”. Solicita-se que seja autorizada a nova construção, a executar pela CELNORTE sob fiscalização dos Serviços Técnicos da JAPN.

A memória descritiva das novas instalações sanitárias data de 1973.05.24, tendo sido elaborada no Gabinete de Organização de Projetos (GOP). A memória refere dizer respeito a um projeto para reconstrução dos sanitários e também à remodelação do abrigo do barco salva-vidas, esta “imposta pelo necessário aumento da largura do arruamento de acesso aos cais”. De acordo com a memória, a remodelação passa pela “demolição completa do abrigo e consequente construção”, que passará a formar uma unidade estrutural com os sanitários.

Construtivamente, contemplam-se estruturas formadas por elementos de betão armado, preenchidos por panos de tijolo rebocados e pintados, com laje de cobertura impermeabilizada por telhas asfálticas. Pretende-se aproveitar dos atuais sanitários dois lavatórios, duas retretes e quatro urinóis, assim como a porta de entrada do abrigo do barco.

1974.01.24 - Data do despacho de José Pena da Silva onde julga de autorizar o projeto.

1974.01.02 - Data do despacho concordante de Rui Sanches.

1974.02.06 - O diretor da DGEMN, José Pena da Silva, informa a DGP da autorização do Ministro das Obras Públicas da construção das instalações sanitárias e abrigo do barco salva-vidas.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Instalações sanitárias do porto de Viana do Castelo. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/34319/instalacoes-sanitarias-do-porto-de-viana-do-castelo

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).