Parque Desportivo de Figueiró dos Vinhos
Processo completo de pedido de comparticipação,
Vol. 1: Correspondências diversas trocadas entre os serviços da DGERU e da DGOT, Câmara Municipal e representantes das entidades peticionárias.
Quando a DGOT entra em ação, a partir de 1986, os processos das obras comparticipadas pelo Estado em curso em Figueiró acabam por associar-se, o que dá origem ao cruzamento de informações e cópias de documentos entre os processos de construção da Piscina, do Pavilhão Gimnodesportivo, da Sede da Filarmónica, da Sede da Associação Desportiva, do Quartel da Associação de Bombeiros Voluntários e do Polidesportivo da Aguda.
Identificação
Análise
Em 1979, começam as deliberações no sentido de dotar a freguesia de Figueiró dos Vinhos de um conjunto de instalações desportivas. Inicialmente, é a Câmara Municipal quem apresenta a proposta à DGERU para comparticipação mas face à impossibilidade da autarquia atuar como entidade comparticipante, entram em cena a Associação Desportiva local e a Comissão de Melhoramentos da Freguesia, criada para preencher esta lacuna.
Em 6/2/1979, é aberto o processo 122/ERU/79, intitulado Piscina e Pavilhão Gimnodesportivo em Figueiró dos Vinhos pela DGERU, que mais tarde será incorporado ao processo do Parque Desportivo. Inicialmente o Pavilhão Gimnodesportivo seria construído em um terreno na Estrada de Pedrógão (Estrada Nacional 350), ao lado da Casa do Povo onde seria construída mais tarde a Escola Básica e a sede do GAT. A Piscina, inicialmente prevista para ser descoberta, seria construída na mesma via, em terreno contíguo ao Parque Municipal, de acordo com as fotocópias enviadas pelo Diretor Geral do Equipamento Regional e Urbano ao Diretor Geral do Planeamento Urbanístico em 17/4/1979. Os equipamentos seriam construídos de acordo com o projeto tipo da Direção Geral dos Desportos, com a indicação de que "não seria propriedade particular de qualquer clube", destinando-se ao serviço da comunidade, o que, segundo o parecer do arquiteto principal da DGERU Pelágio Costa Mota em 30/11/1979, fazia que a obra não fosse comparticipável. É o arquiteto que questiona o motivo pelo qual "as duas peças não formam um conjunto, encontrando-se afastadas algumas centenas de metros", provocando a "duplicação das instalações de água" e a "dispersão dos equipamentos Desportivos sem qualquer benefício". A comparticipação para a construção da piscina foi solicitada pela Associação Desportiva de Figueiró dos Vinhos em 18/1/1980, ainda baseada no projeto tipo para uma piscina descoberta fornecido pela DGD. A análise do projeto tipo elaborada pelo engenheiro civil Domingos Pires Belo, do Gabinete de Planeamento Controle e Coordenação da DGERU, louva a possibilidade de cobrir e eventualmente aquecer a piscina, indicando que fossem feitos ajustes no projeto para contemplar esta possibilidade.
Em 1980, por ocasião do pedido de comparticipação para a construção da sede da Associação Desportiva, foi aberto o processo 17/ERU/80, intitulado inicialmente Parque Desportivo da Associação Desportiva de Figueiró dos Vinhos, que acabou por englobar também o processo para a construção da piscina e do pavilhão gimnodesportivo. O processo 122/ERU/79 foi arquivado e integrado ao processo 17/ERU/80 em outubro de 1982.
O Plano geral para a construção do complexo desportivo, elaborado a pedido da Associação Desportiva, é enviado pela Direção de Equipamento de Leiria à DGERU em 17/8/1981. O projeto, também referido como Complexo Desportivo, além do campo de jogos incluía uma Piscina coberta, um pavilhão Gimnodesportivo e sede da Associação Desportiva local e outras instalações não construídas. A Informação n.º 6 de 29/1/1982 elaborada pelo arquiteto Mário Botelho Gonçalves Vaz, da Direção de Equipamento de Coimbra (?) descreve o estudo apresentado pela Associação Desportiva, composto de diferentes edifícios e instalações a construir em fases numa área de 8 hectares no limite da vila, "a sul do bairro de casas pré-fabricadas". O projeto incluía "um estádio, a sede da associação, o parque infantil e mini-golf" (1ª fase), campos de ténis e o polidesportivo (2ªfase) e "um pavilhão gimnodesportivo e piscina coberta" na última fase do ambicioso empreendimento, merecedor de parecer favorável por parte do arquiteto Vaz.
O Secretário de Estado das Obras Públicas José Eugénio Nobre determina em 9/4/1983 que "sejam dadas imediatas instruções no sentido de se executar" a obra da 1ª fase do Complexo desportivo de Figueiró dos Vinhos, o que se traduz na autorização para a comparticipação para a elaboração do projeto em questão.
Por conta do despacho do Diretor Geral da DGERU de 24/1/1980 que afirma que o projeto tipo para a piscina apresentado pela Entidade peticionária não reunia condições para a aprovação, em 16/4/1983 um novo despacho autoriza a comparticipação para a elaboração do projeto para a piscina, ao mesmo tempo em que o plano do conjunto está a ser analisado. Em 13/7/1983, o arquiteto principal da Direção de Serviços de Estudos da DGERU, Pelágio Costa Mota, apela para o realismo e declara que "não nos afigura coerente a construção de um complexo desportivo de algumas centenas de milhares de contos" em um concelho de cerca de 8500 habitantes.
Depois de apresentar uma remodelação do primeiro estudo com o mesmo programa, é a Comissão de Melhoramentos de Figueiró dos Vinhos quem apresenta um 3º trabalho, restrito à construção do estádio, bancadas, pista de atletismo, arruamentos e estacionamento. Na informação 32/83, encaminhada ao arquiteto Costa Mota da DGERU, o arquiteto Mario Botelho Gonçalves Vaz da DEC, esclarece que: "Procurando obter junto da E., esclarecimentos sobre o corte no programa, pois a memória descritiva praticamente nada refere sobre isto, informaram-nos de que por previsível dificuldade em concretizar um empreendimento de grande envergadura, como era inicialmente, sobretudo por razões económicas, se decidira restringi-lo substancialmente, ficando apenas o estádio e pistas de atletismo", o que faz desta versão do projeto ser merecedora de aprovação, segundo o técnico. A informação 871/83 de 20/10/1983, elaborada pelo arquiteto Costa Mota, apesar de sugerir a aprovação do projeto do campo de futebol e pistas de atletismo, apela novamente para o realismo, sugerindo que a "capacidade das bancadas deverá ser reduzida". De acordo com o arquiteto da Divisão dos Serviços de Estudos da DGERU, "Face ao elevado custo da obra deverá ser ponderado o encurtamento do programa tendo em conta que está em execução um pavilhão gimnodesportivo anexo ao Quartel dos Bombeiros" (Informação 646/83 de 25/5/83).
É a Comissão de Melhoramentos da Freguesia de Figueiró dos Vinhos quem solicita a comparticipação para a obra do campo desportivo em 16/7/1984.
O projeto de execução do campo de futebol, 1ª fase da obra do Parque Desportivo de Figueiró dos Vinhos, desenvolvido pelo arquiteto Jorge Madureira, da firma GAREN, é aprovado pela DGERU em 30/10/1985 (com exceção das instalações elétricas) e a empreitada é colocada à concurso em novembro do mesmo ano.
Em janeiro de 1986, a obra é adjudicada à Sociedade de Construções Júlio Lopes Ldª através de concurso limitado, com um prazo de execução de 18 meses, que será prorrogado diversas vezes.
No dia 6/10/1989, lavrou-se o auto de recepção provisório relativo ao campo de jogos.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Parque Desportivo de Figueiró dos Vinhos. Acedido em 10/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/4300/parque-desportivo-de-figueiro-dos-vinhos