Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó
1 volume com correspondência entre a Associação Humanitário dos Bombeiros Voluntários de Alijó, a Secretaria de Estado da Cultura e a Direcção-Geral de Espectáculos e do Direito de Autor, sobre pedido de apoio financeiro à primeira.
Em capa nova, onde se lê:
“Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó”
“Sec,Gabinete1,Cs.33,nº8”
Identificação
Análise
1982.03.30 - Pedido de apoio técnico-económico pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó (AHBVA, assinado pelo Presidente da Direção José Monteiro Ribeiro) ao Secretário de Estado da Cultura.
O memorial anexo refere que a secção cultural da AHBVA exerce atividades de caráter cultural, recreativo, desportivo, social, tendo contribuído, ao longo de 40 anos, para o desenvolvimento do meio em que se insere. Refere-se que, no concelho de Alijó (e redondezas) não há casa de espetáculos “pelo que se não fosse esta Associação Humanitária, através da sua Secção Cultural, a maioria das Populações nunca teria visto um filme (…)”. Durante muitos anos, estas sessões foram organizadas num edifício sem condições, “pelo que a Direcção, os sócios e a população em geral, têm contribuído para que fosse feito um edifício, tipo cine-teatro, com o fim de melhor poder servir as Gentes da Região.” Informa-se que “a construção custou milhares de contos, tendo o investimento sido comparticipado pelo Ministério das Obras Públicas”. Naquele momento, falta ainda falta proceder à montagem da máquina de projetar, das cadeiras da plateia (249 lugares) e do balcão (126 lugares) e do mobiliário do quartel de bombeiros, para o que estimavam um orçamento de 5.860 contos.
14.04.1982 - Informação do Chefe da Divisão de Apoio Técnico da Direcção-Geral de Espectáculos de que o recinto se considera “em condições de segurança para a realização de espectáculos de cinema, de teatro por amadores, exibição de ranchos folclóricos, etc”. No entanto, entende-se que a cabine de enrolamento devia deixar de comunicar com a cabine de projeção e que a AHBVA deve legalizar o recinto na Direcção-Geral dos Espectáculos e do Direito de Autor (DGEDA).
1982.09.07 - Pedido de subsídio pela AHBVA ao Secretário de Estado da Cultura, após a sua visita à Vila e Concelho de Alijó, “tomando como compromisso a palavra de V. Exª de comparticipar (como subsídio) em pelo menos 50% o valor dos equipamentos do cine-teatro” e a “iniciativa de solicitar à Fundação Calouste Gulbenkian o restante subsídio”.
1982.09.23 - Ofício do Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG, José de Azeredo Perdigão), informando o Secretário de Estado da Cultura (José Tomás Gomes de Pinho) que recebeu a correspondência enviada pelo último relativa à AHBVA e que “o assunto vai ser enviado, para a emissão do respectivo parecer, â nossa Comissão de Apreciação de Projectos Polivalentes, após o que será apresentado, para decisão, ao Conselho de Administração”.
1982.12.30 - Indeferimento do pedido da AHBVA por parte da FCG, justificado:
a) A FCG não financia iniciativas “da natureza referida, sobretudo quando promovidas por entidades que, nos termos dos respectivos estatutos, não se encontram minimamente vocacionadas para o exercício de actividades culturais;
b) Por esse tipo de iniciativas, quando promovidas por Corporações de Bombeiros, se destinarem, habitualmente, a garantir novas fontes de financiamento, para a realização das suas próprias finalidades: - as de prevenção e combate aos incêndios, apoio e assistência a doentes e sinistrados - e não, ou só muito secundariamente, à prossecução de objectivos culturais;
c) Por manifesta falta de indicação quanto às acções de carácter sócio-cultural, efectivamente organizadas por os Bombeiros de Alijó nos seus 40 anos de exercício;
d) Por ser inexacta a informação de que não existem, naquela área - Alijó fica a 45kms de Vila Real -, outras entidades que se dediquem a fins culturais;
e) Por já terem sido, entretanto, indeferidas outras pretensões semelhantes, pelos motivos referidos;
f) Por o montante do subsídio requerido para o Cine-Teatro de Alijó (Esc. 3.344.500§00, - 505 do custo dos equipamentos pretendidos) não se coadunar, em princípio, com a actual política de austeridade da Fundação Gulbenkian: - de parcimoniosa distribuição, mesmo quando se destina a completar projectos de interesse exceptional e de carácter pioneiro.”
1983.01.18 - A AHBVA agradece ao Secretário de Estado da Cultura o subsídio concedido em 1982 de 1.600 contos, atribuído através da DGEDA. Pede informação sobre o valor total do subsídio atribuído (a receber), fazendo notar o aumento da inflação. Informa ainda que a FCG indeferiu o pedido de subsídio que lhe foi feito.
1983.01.26 - O Chefe do Gabinete do Secretário de Estado (Nuno Silva Fernandes) informa a AHBVA que, não estando ainda aprovado o Orçamento do Estado para 1983, não é possível definir o montante do apoio.
1983.02.03 - O Chefe da Secção de Contabilidade da DGEDA (Luís Bravo) informa que foi concedido um subsídio de 1.600 contos à AHBVA, através da rubrica Transferências-Instituições Particulares, em dezembro de 1982, e ainda que, no “corrente ano, na sequência dos consideráveis cortes, previstos no Orçamento, existe na supracitada rubrica, uma dotação provável de 3.300 contos”.
1983.03.09 - O Chefe da Repartição Administrativa da DGEDA (Raul Fernandes dos Santos) certifica que foi concedido, à AHBVA, um subsídio de 1.600 contos, em 1982.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó. Acedido em 22/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/4480/associacao-humanitaria-dos-bombeiros-voluntarios-de-alijo