Concelho de Abrantes Diversos Assuntos
Um maço, do qual consta uma capa com carimbo da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos nacionais - Repartição dos Serviços Administrativos, e o assunto “Concelho de Abrantes Diversos Assuntos”. Contém correspondência relativa às obras de restauro do Museu Regional de D. Lopo de Almeida, ao processo de projeto da Residência Arciprestal de Abrantes, à instalação de uma linha aérea de avisador luminoso e acústico, e à avaliação do potencial de monumento nacional do antigo Convento da Esperança.
Identificação
Análise
1955.08.04 - Memória descritiva, sem cabeçalho e com assinatura ilegível de arquiteto de 3.ª classe, relativa ao anteprojeto para a Residência Arciprestal de Abrantes.
Refere-se o local escolhido para a implantação da Residência em “terrenos que ladeiam o Adro da Igreja de S. Vicente” e, assim, permitem “o aproveitamento do referido adro para logradouro (…), dando ao mesmo tempo conveniente desafogo à Igreja”. Descreve-se a organização funcional da residência, com dois pisos: um rés-do-chão, no qual se situa o Salão Paroquial, com arrecadações anexas, instalações sanitárias, dois quartos e uma casa de banho; um primeiro andar, no qual se procurou dar independência a três zonas distintas - zona de receção (sala de visitas, sala de jantar e galeria), zona de serviços (copa com acesso à sala de jantar, cozinha e instalações para o pessoal de serviço), zona de quartos (sala, quarto e instalações sanitárias). Indica-se que as fachadas “serão de linhas sóbrias e dignas, traduzindo através dos elementos que as compõem a localização das diferentes peças da planta”.
1955.09.13 - O arquiteto diretor dos Serviços dos Monumentos Nacionais (DGEMN/DSMN), com assinatura ilegível, remete a “nova solução do ante-projeto” da Residência ao diretor-geral da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).
1955.11.11 - O diretor da DGEMN remete ao Bispo de Portalegre o ante-projeto para a Residência.
1959.05.19 - Ofício do Bispo de Portalegre e Castelo Branco, Agostinho de Moura, dirigido à DGEMN. Refere-se que a construção da Residência Arciprestal de Abrantes tem sido preterida devido a falta de meios, mas que se afigura agora “provável a consecução de parte da verba necessária à execução da obra”. Considera-se conveniente ampliar o volume de construção e remete-se proposta de variante.
1959.08.22 - O arquiteto diretor da DSMN remete o projeto da Residência Arciprestal de Abrantes à DGEMN.
Em 1959.08.28, a DGEMN remete o mesmo ao Bispo.
O memorial explicativo que acompanha o projeto é datado de 1959.05.09. Começa por referir que Abrantes é a “sede do maior Arciprestado da Diocese, agregando 17 freguesias, com influência nos Concelhos circunvizinhos, numa zona de franco progresso industrial e comercial, aonde afluem personalidades de relevo que o Arcipreste deve receber em instalações condignas, actualmente inexistentes”. Explica-se que o Templo, embora “reconstruído e dignamente restaurado”, não inclui “salas para a catequese, nem arrecadações, nem dependências que sirvam para Salão Paroquial”. Refere-se que, nas suas traseiras existe “um vasto quintal, com uma situação privilegiada, onde se pode construir um edifício (…), satisfazendo ao mesmo tempo às necessidades de Residência Arciprestal condigna e das dependências indispensáveis ao Templo com a vantagem de sanear um lugar votado à imundice, à imoralidade e ao roubo” (refere-se que, em 1953, a Igreja foi assaltada cinco vezes).
Descreve-se o terreno como sendo muito inclinado, permitindo assim a construção, na cave, de “um vasto salão, a todo o tamanho do edifício”, destinado a “conferências, reuniões, festas paroquiais, à educação da juventude e à catequese das crianças”. No rés-do-chão, implanta-se a “sede da A.C., com quatro salas incomunicáveis, como convém, para a reunião dos quatro Organismos: homens, rapazes, senhoras e raparigas”, assim como uma sala para reuniao do Clero do Arciprestado. No primeiro andar, situa-se a habitação, com “escritório, sala de receber, sala de jantar, 6 quartos, dependências para os serviços domésticos e mais 1 quarto para o pessoal de serviço”.
Esclarece-se também que o projeto não inclui aposentos para o Bispo de Portalegre, para o que se apresenta um anteprojeto de ampliação da Residência.
1959.09.15 - O Bispo agradece à DGEMN pelo projeto e “por todas as facilidades com que se dignar [coadjuvar] na rápida execução das obras”.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Concelho de Abrantes Diversos Assuntos. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/46533/concelho-de-abrantes-diversos-assuntos