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Edifício dos CTT, Castelo Branco

Dossier cinza, contendo uma capilha de cartão com a inscrição manuscrita “PALÁCIO DOS C.T.T. DE CASTELO BRANCO / EH-20-3”, bem como seis capas da cor do dossier, contendo documentação textual e gráfica sobre a ampliação do edifício dos CTT de Castelo Branco e a construção de um edifício para serviços de telecomunicações e de um edifício para arrecadação de material.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Tipo de Processo
Projeto de ArquiteturaTipo de Processo
CorrespondênciaTipo de Processo
Designação do Processo
Edifício dos CTT, Castelo Branco
Anos Início-Fim
1959-1974
Localização Referida
Outras Referências
AMCB Dossier 1960 C. Branco / Edifício dos C.T.T.
Produtor do Processo

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1959.05.29
Última Data Registada no Processo
1974.09.10
Projeto de Arquitetura (Autoria)
António Tavares Lopes da Cruz Homem Arquiteto PROFABRIL 1974Pessoa
Intervenção / Apreciação
Síntese de Leitura

1959.05.29: Cópia de ofício do engenheiro diretor-delegado, Raul Fernandes Martins, dirigido ao Correio-Mór, na qual transcreve pareceres do urbanista João António de Aguiar e da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) relativos ao terreno destinado à ampliação do edifício dos CTT de Castelo Branco. O primeiro parecer menciona o alargamento da Rua dos Ferreiros para 8 metros, e o alargamento da Rua das Olarias para 20 metros “por fazer parte do conjunto de artérias as quais, seguindo-se umas às outras, formam a saída da cidade para a Covilhã”. O parecer da DGSU sugere que todo o quarteirão seja aproveitado para os CTT, com faseamento dos trabalhos e adiamento das expropriações mais onerosas. São anexadas duas plantas, datadas de 1955, com localização dos CTT e indicação dos talhões a expropriar a vermelho.

1959.08.19: Ofício do engenheiro-chefe da Repartição dos Serviços de Edifícios e Mobiliário da Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, Silva Bernardo, dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco (CMCB). Possui um desenho em anexo, no qual se discriminam os prédios que interessa expropriar para realizar as necessárias ampliações para os CTT. Pretende-se reembolso pela CMCB das zonas que ficarão integradas no domínio público em virtude dos alinhamentos propostos no plano de urbanização, bem como se consideram indemnizações à câmara. Sugere-se a criação de uma zona de proteção para salvaguardar futuras necessidades. Existe documentação sobre as áreas e as indemnizações devidas aos proprietários dos lotes.

1959.08.22: Cópia de ofício do engenheiro M. Santos Silva, Diretor dos Serviços da Repartição de Edifícios e Mobiliário da Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones (CTT), dirigido ao Diretor-delegado dos Edifícios para os Serviços dos CTT. Refere que as expropriações de prédios a Rua das Olarias competem exclusivamente à CMCB dado que ficarão em domínio público, tal como deverá suceder no talhão atribuído aos CTT para alargamento da Rua dos Ferreiros (cuja comparticipação fica acordada com os CTT).

1960.03.18: Ofício da Repartição dos Serviços de Edifícios e Mobiliário da Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, dirigido ao Presidente da CMCB, referindo que foi obtida autorização do Ministro das Comunicações para proceder à expropriação por utilidade pública dos imóveis necessários à ampliação dos serviços dessa Administração Geral. “A elaboração do projeto de ampliação será cometida à Delegação dos Edifícios para os Serviços dos CTT, entidade que, oportunamente, em face dos alinhamentos que vierem a ser impostos, decidirá a implantação da nova construção”.

1973.05.01: Manuel da Silva Castelo Branco, Presidente da CMCB, envia ao Diretor dos Serviços de Edifícios dos CTT duas fotocópias com informações relativas ao anteprojeto do edifício para serviços telefónicos em Castelo Branco, com as quais concorda.

S.d.: Cópia de parecer da Secção de Arquitetura da Repartição de Obras da CMCB relativo ao anteprojeto de um edifício para os CTT. Aprovando o prosseguimento dos estudos, aconselha-se atenção em “procurar uma melhor integração do edifício no conjunto daquela zona da cidade, uma mais cuidada concepção plástica e volumétrica de alçados.”

1974.05.15: Memória descritiva relativa ao edifício dos Serviços de Telecomunicações de Castelo Branco, assinada pelo arquiteto A. Cruz Homem da empresa PROFABRIL – Centro de Projectos SARL. Trata-se do projeto, tendo se considerado o parecer emitido pela CMCB quanto ao anteprojeto. É mantida a distribuição de serviços, tendo havido ligeiras alterações por necessidades técnicas e estruturais. “Pela sua natureza esses serviços têm necessidades diferentes, que se reflectem na concepção plástica do edifício. Assim temos um embasamento do conjunto em três pisos, sendo um em cave, donde se destacam dois blocos de características totalmente diferentes ligados por um núcleo de acessos e instalações sanitárias.” O bloco a nascente terá um aspeto maciço, sendo dedicado a equipamento automático sem necessidade de iluminação natural; terá pequenas frestas e revestimento contínuo de pedra aparelhada “marcando apenas as juntas verticais”. O bloco a poente destina-se a serviços com concentração de pessoas, logo maior necessidade de iluminação e ventilação, o que levou a projetar “um conjunto mais aligeirado com fachadas revestidas por painéis constituídos por uma estrutura de alumínio anodisada preenchida com vidro e placas de um material colorido do tipo Glasal”. Ambos terão remate em betão descofrado. Integra ainda a estação dos CTT com habitação do chefe, com destaque quanto às suas características.

Está acompanhada de plantas de localização (por trás do palacete no Largo da Sé, onde funcionavam os serviços dos CTT), implantação e dos vários pisos, bem como cortes e alçados, assinados e datados de 24 de abril de 1974. A cave engloba posto de transformação, arrecadações, garagem de recolha, entrada de cabos, escola de guarda-fios, instalações sanitárias, gabinete do encarregado e estacionamento de guarda-fios. O rés-do-chão integra o acesso com portaria e pátio; zona de atendimento ao público confinando com serviços e arquivo; secção com subida de cabos, arquivos, energia para ventilação, sala de baterias e arrumos, energia estabilizada e socorro e arrecadação de material delicado; o outro corpo engloba oficina de serviços externos, oficina de aparelhos telegráficos, depósito de aparelhos e arquivo, depósito de impressos, serviços de informações, zona de público e tesouraria e conferência, serviços de assistência, arrecadações diversas, conservação de baterias alcalinas e instalações sanitárias e vestiários. No 1.º andar, destaca-se a habitação do chefe, com quatro quartos, sala de estar, sala de jantar, cozinha com despensa, arrecadação e casa de banho; nesse corpo, encontram-se o repartidor, instalações de transmissão e posições de ensaio; O restante piso alberga serviços da empresa: salas para o serviço de edifícios, datilografia, arquivo coerente, sala de desenho, arquivo de desenho, secretaria da CCT, gabinete do CCT, gabinete do adjunto do CCT, sala de espera, gabinete do CCC, secretaria do CCC e outros gabinetes, sala de contínuos e arrecadação do serviço de limpeza. Os restantes pisos até ao 7.º apenas ocupam a secção central e parte do corpo norte do edifício: estação automática, oficinas, grupos de serviços de comutação e de transmissão, de energia e de telegrafia, de instalações exteriores, biblioteca e sala de conferências no 4.º andar, e zonas de reserva. Os elevadores atravessam todos os pisos, junto da escadaria, e localizam-se no centro da planta.

Estima-se um custo total de 32.740.000$00.

1974.06.25: Parecer positivo do Diretor de Saúde (assinatura ilegível) da Delegação do Distrito de Castelo Branco, relativo ao projeto de construção. A Repartição Técnica da CMCB também nada tem a opor ao projeto.

[1974]: Memória descritiva e justificativa de edifício para depósito de material dos CTT, assinada pelo arquiteto Vasco F. Baceira, de Lisboa. O projeto baseou-se no programa funcional e nos elementos do terreno de implantação. Planeiam-se dois blocos distintos: um para arrecadação de material (com estrutura em pórticos pré-fabricados e betão armado e cobertura em fibrocimento), outro para residência para um guarda (estrutura em betão armado e cobertura em telha), tendo se procurado um conjunto harmónico com formas simples. Está acompanhada de peças desenhadas (plantas, alçados, cortes).

1974.07.17: Ofício do engenheiro Mário de Sousa Carneiro, da Direção dos Serviços de Edifícios dos CTT, dirigido ao presidente da Comissão Administrativa da CMCB. Visto que a CMCB impôs o condicionamento quanto a afastamentos laterais dos limites do terreno de 20 metros para as edificações, vê-se forçado a abandonar o empreendimento no terreno adquirido. Insiste que se trata de edifícios para arrecadação de material, sem caráter fabril ou agrícola de zona rural que provoque poluição, e junta uma planta revista com os afastamentos aceitáveis.

1974.08.01: A Comissão Administrativa deferiu o pedido de construção do depósito de material.

1974.09.10: Ofício assinado pelo engenheiro A. Lobão Ferreira, pelo Diretor dos Serviços de Correios dos Correios e Telecomunicações de Portugal, dirigido ao Presidente da CMCB. Em face da necessidade de incrementar os serviços de distribuição de correio, e perante a instalação provisória de centros regionais postais para tratamento de correio e encomendas postais, a empresa adquiriu um edifício na Rua Pedro da Fonseca, em Castelo Branco, junto ao caminho de ferro. Pretende fazer obras de adaptação e remodelação mínimas para aí instalar o Centro Regional Postal da Beira Baixa.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Edifício dos CTT, Castelo Branco. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/46703/edificio-dos-ctt-castelo-branco

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).