Construção do Edifício de Figueiró dos Vinhos da Caixa de Depósitos, Crédito e Previdência
Identificação
Análise
Em 1964, a Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência havia adquirido "um prédio na Vila de Figueiró dos Vinhos a fim de servir de terreno de implantação do edifício destinado à sua Agência naquela povoação" (...) na zona mais centra da Vila, com frente opara as Praças da República e do Município", de acordo com o ofício n.º 410 de 1964 da Comissão Administrativa das Obras da CGDCP, assinado pelo Engenheiro Diretor Delegado José de Espregueira Mendes. Esta área foi ampliada através da cessão de um prédio pertencente à Câmara Municipal em 1965, "como compensação pelas áreas a integrara na via pública" (Ofício n.308 de 1965 da Comissão Administrativa das Obras da CGDCP, assinado pelo Engenheiro José A. de Figueiredo e Castro).
Depois de uma indicação feita por carta enviada pela mãe ao Engenheiro José Pena Pereira da Silva, Diretor Geral da Comissão Administrativa de Obras da CGDCP, o arquiteto Ricardo Ivens Ferraz Jardim, de Lisboa, foi designado para elaborar o projeto. O primeiro piso concentra as áreas de atendimento ao público, reserva, arquivo e "casa" forte, enquanto no segundo e terceiro piso situam-se "quatro fogos, dois em cada piso", de acordo com a Memória Descritiva apresentada pelo arquiteto Ferraz Jardim em 28 de Outubro de 1966. O programa havia sido definido através de ofício do Chefe da Repartição de Património da CGDCP Álvaro de Matos Maia datado de 16 de Agosto de 1965, com referência aos "edifícios destinados às Agências em Melgaço e Mafra". Um dos fogos seria destinado à "Habitação do Gerente, com 3 quartos, quarto de criada, sala, casas de banho e dependências de serviço. As outras habitações terão o mesmo programa semelhante ou ligeiramente reduzido."
De acordo com a Memória Descritiva apresentada pelo arquiteto Ferraz Jardim em 28 de Outubro de 1966, o "partido plástico adotado, resultou este da procura de um aspecto cuidado e sóbrio que se procurou dar aos alçados do edifício em causa, bem como da procura da sua integração no ambiente de que ele irá ficar rodeado. Foi intenção diferenciar em alçado os dois pisos destinados a habitação do destinado à agência, tendo-se procurado salientar este último".
A comissão de revisão da Direção dos Serviços de Construção da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais analisou o anteprojeto e emitiu em 17 de Fevereiro de 1967 o parecer n.º 1467, favorável ao "prosseguimento dos estudos desde que se tenham em conta as sugestões formuladas, designadamente as que se relacionam com a procura de um melhor equilíbrio entre os elementos que constituem o arranjo plástico do edifício." Em 31 de Outubro do mesmo ano, a Comissão emitiu um parecer respeitante ao projeto completo e ao orçamento apresentados pelo arquiteto, no qual são feitas várias observações de ordem técnica, além de chamar a atenção para "um pormenor importante a focar", relacionado à importância excessiva dada ao acesso às habitações em detrimento da entrada do Serviço Oficial, o que deveria ser ajustado. Ainda assim, o projeto estava, de acordo com a Comissão " em condições de merecer aprovação". O concurso para a arrematação da empreitada de "Construção do novo edifício da CGDCP de Figueiró dos Vinhos" foi aberto em 13 de Desembro de 1967, sendo a obra adjudicada à empresa José Luís da Fonseca & Filhos Ldª pelo valor de 2.299.800$00.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Construção do Edifício de Figueiró dos Vinhos da Caixa de Depósitos, Crédito e Previdência . Acedido em 10/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/47715/construcao-do-edificio-de-figueiro-dos-vinhos-da-caixa-de-depositos-credito-e-previdencia