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Residência para Estudantes do Liceu – Castelo Branco. Anteprojecto 1

Capa de cartão laranja referente ao anteprojeto realizado pelo Serviço de Projetos e Obras da Fundação Calouste Gulbenkian para a Residência de Estudantes do Liceu de Castelo Branco. Para além de etiquetas, possui uma fotocópia de uma perspetiva desenhada colada na capa. Contém documentação textual e gráfica.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Tipo de Processo
Designação do Processo
Residência para Estudantes do Liceu – Castelo Branco. Anteprojecto 1
Anos Início-Fim
1966
Localização Referida
Outras Referências
PT DGEMN REE-0339/01

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1966.07
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Jorge Sotto-Mayor d'Almeida Arquiteto SPO/FCG 1966Pessoa
Fernando de Almeida e Sá Arquiteto SPO/FCG 1966Pessoa
Projeto Estabilidade (Autoria)
Alderico dos Santos Machado Engenheiro SPO/FCG 1966Pessoa
José Manuel Ramos Lopes Engenheiro SPO/FCG 1966Pessoa
Financiamento
Síntese de Leitura

1966.07: Memória descritiva do anteprojeto das instalações da residência para estudantes do Liceu de Castelo Branco, assinada pelos arquitetos Jorge Sotto-Mayor de Almeida e Fernando de Almeida e Sá e pelos engenheiros Alderico dos Santos Machado e José Manuel Ramos Lopes, do Serviço de Projetos e Obras da Fundação Calouste Gulbenkian (SPO/FCG).

O Conselho de Administração da FCG pretende auxiliar no alojamento de estudantes de liceu nas cidades da província, que frequentemente ficam acomodados “em más condições morais, pedagógicas e de salubridade”; assim, em 1965, foi aprovada a dotação de 9.000.000$00 para construir três residências de estudantes, respetivamente em Bragança, Castelo Branco e Guarda. Cada residência terá a dotação de 3.000.000$00. O Ministério da Educação Nacional fez sugestões para as residências: cada uma deve ser destinada a um só sexo, consoante as necessidades da população; deve ser definido se integram apenas estudantes liceais ou também do ensino técnico; os quartos devem comportar no máximo 3 estudantes; devem integrar oratório ou capela, sala de jantar e bufete, sala de estar, pequena sala de jogos, posto de enfermagem, duas salas de estudo comuns, gabinete para diretor e secretaria, instalações para pessoal menor, cozinha, lavandaria e aquecimento; o MEN definirá o seu regulamento.

Foi apresentado à FCG um anteprojeto informativo elaborado pelo MOP, que definiu alguns aspetos. As residências destinam-se a estudantes liceais, tendo cada uma capacidade para 60 estudantes. Poderá haver quartos individuais e partilhados. Não há necessidade de inclusão de sala de jogos e posto de enfermagem por existirem nos liceus, bem como do oratório (a substituir por pequeno altar móvel) e a lavandaria (“os estudantes (…) mandarão lavar as suas roupas fora”). O pessoal menor não deve ficar alojado na residência. Sugere-se também inclusão de alojamento para os professores eventuais “como elementos de controle e disciplina”.

Após uma primeira imposição de que os estudos e a realização de obras ficariam a cargo do Ministério das Obras Públicas, mantendo contacto com a fundação, acabou por ser solicitado pela DGEMN que o projeto fosse elaborado pelos técnicos dos serviços da FCG.

Este estudo corresponde à primeira fase das obras, que abarca a construção da totalidade dos serviços. As fases seguintes respeitam mobiliário e apetrechamento dos serviços. Terá de ser seguida “a orgânica prevista pelo Senhor Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, no sentido de se garantirem as condições de valorização dos estudantes – social e intelectual – que estão na base do interesse manifestado pela Fundação, concedendo o subsídio” (p. 6). Importa, para além do alojamento condigno, garantir a elevação do nível de vida social por “convívio disciplinado e do estudo acompanhado pelos professores e colegas mais velhos”, bem como a recreação de caráter desportivo, musical ou literário, entre outros. Para responder às exigências e às verbas, procuraram-se soluções simples nos quartos e zonas de apoio, e com melhor tratamento na zona social.

Quanto à distribuição por pisos, programou-se:

1.º piso (cave): serviços sociais dos estudantes - vestíbulo, sala de rádio e TV, sala de jogos instalações sanitárias (preveem- se zonas de expansão para o exterior); serviços gerais – átrio, garagem, oficina de manutenção, central de aquecimento, vestiário e sanitários, depósito geral, arrecadação, lavandaria, depósito de roupa suja, engomadoria e costura, depósito de roupa limpa; alojamento do guarda permanente – sala comum, quarto de casal, dois quartos, casa de banho e arrecadação.

2.º piso (r/c): serviço de receção – vestíbulo e portaria, galeria de acesso, acesso vertical, sala de visitas, instalações sanitárias; serviço de direção – secretaria, alojamento do professor-diretor com quarto de cama, escritório, casa de banho (que “exercerá a dupla função de controle do grupo de estudantes alojados ao nível do rés-do-chão”); serviços sociais dos estudantes – sala de estudo-biblioteca, sala de estar e convívio, altar-capela, sala de refeições-festas (o refeitório tem duas zonas distintas diferenciando professores e alunos; serve também para festas, espetáculos cinematográficos e teatrais, etc.), copa e self-service; serviços de alojamentos – 1 quarto individual tipo B, 7 quartos individuais tipo C, lavabos e instalações sanitárias, arrecadação; serviços gerais de apoio – cozinha, copa geral, despensa geral, frigoríficos, lavabos e instalações sanitárias.

3.º piso (1.º andar), 4.º piso (2.º andar) e 5.º piso (3.º andar): serviços de alojamentos – galeria de acesso, acesso vertical, 3 quartos individuais tipo B, 19 quartos individuais tipo C, lavabo e instalações sanitárias, 1 quarto individual tipo A (com escritório), zona de armários e cacifos.

Haverá alojamento para 62 estudantes e 4 professores. Os quartos do tipo A destinam-se a professores residentes, sendo compostos por quarto de cama, escritório e casa de banho. Os quartos do tipo B são para os alunos chefes de grupo (“mais adiantados no liceu, que têm como missão elevar o nível social e disciplinar dos mais novos”), integrando quarto de cama e zona de lavabo privativo. Os quartos do tipo C, em maior número e apenas quartos de cama, são ocupados pelos restantes estudantes pensionistas. Os dois tipos de quartos dos estudantes possuem cama, roupeiro e mesa de estudo, prevendo-se o uso de lavabos e sanitários coletivos.

Os materiais e processos construtivos preveem máxima economia e as melhores condições de funcionamento, com admissão do uso de materiais correntes e regionais.

Inclui estudos de estabilidade, redes de esgotos e de águas, e uma análise minuciosa dos valores de estimativa orçamental, com várias hipóteses de faseamento e emprego de verbas. A estimativa orçamental total é de 3.671.882$00.

O estudo está acompanhado de várias peças desenhadas: planta de implantação, perspetivas, plantas dos pisos, alçados, perspetivas dos quartos, sala de estar e refeitório.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Residência para Estudantes do Liceu – Castelo Branco. Anteprojecto 1. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/49504/residencia-para-estudantes-do-liceu-castelo-branco-anteprojecto-1

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).