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Centro Cultural e Recreativo de Freixedas

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Identificação

Designação do Processo
Centro Cultural e Recreativo de Freixedas
Anos Início-Fim
1980-1990
Localização Referida
GuardaDistrito Histórico (PT)
Referência Inicial
103/ERU/80

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1980.04.21
Projeto Estabilidade (Autoria)
Rui Pessanha Araújo Taborda Engenheiro Civil, FEUPPessoa
Intervenção / Apreciação
Manuel Alves Soares Engenheiro Diretor da DEGPessoa
Alberto Pessanha Viegas Diretor-geral DGERUPessoa
Luís Bevilacqua Nunes Cartaxo Arquiteto de 2ª Classe da DGERUPessoa
Erlander Pinto Galhano Engenheiro Técnico Agrário da DEGPessoa
António Campos Vieira Eng. Eletrotécnico de 1ª Classe da DSE/DGERUPessoa
José Manuel Reboredo Pinto Leite Engenheiro Civil de 2ªclasse da DEGPessoa
José Jeremias de Azevedo Rocha Engenheiro Técnico Civil da DEGPessoa
Manuel Carlos Lopes Porto Presidente da CCR-CPessoa
José Dias Pires Branco Arquiteto da CCR CentroPessoa
Mário Augusto Dias Presidente da Associação Recreativa de Ação Cultural e Desportiva de FreixedasPessoa
Carlos Lino Álvares Pereira Arquiteto principal da DSE/DGOTPessoa
Isabel de Carvalho Diretora de Serviços de EquipamentoPessoa
Síntese de Leitura

Em 21/4/1980, a Direção do Equipamento da Guarda encaminhou à DGERU um pedido de comparticipação acompanhado de ante-projeto e estimativa orçamental para a construção do "Centro Cultural e Recreativo de Freixedas", além dos estatutos da entidade comparticipante. A " Associação Recreativa de Ação Cultural e Desportiva de Freixedas", constituída em 22/2 do mesmo ano. Já neste pedido, a entidade solicitou agilidade no trâmite do processo, "visto tratar-se de um melhoramento da maior importância, cuja rapidez de execução é de interesse inadiável, dado que a população desta freguesia é enorme e necessitar de uma sede para o exercício de actividades recreativas e culturais." (Pedido de Comparticipação endereçado ao Ministro de Habitação e Obras Públicas, 1/4/1980)

O anteprojeto foi apreciado pelos técnicos da Direção de Equipamento da Guarda, que consideram-o "em condições de servir de base à elaboração do projeto definitivo, pelo que se propõe a superior aprovação" (Informação n.º 1138 de 19/6/1980) Também a Câmara Municipal de Pinhel já havia dado parecer favorável à aprovação em 6/5/1980. No entanto, o parecer do arquitecto de 2ª classe da DGERU Luís Bevilacqua Nunes Cartaxo é mais rigoroso: "A solução adotada desenvolve um partido arquitetónico cuja forma bastante articulada, apresenta muito espaço perdido e circulações conflituosas que se refletem desnecessariamente no custo da obra. (...) Embora a solução arquitetónica seja aceitável, do jogo de volumes resulta uma cobertura que em determinadas zonas se apresenta anti-económica, nomeadamente, na zona dos sanitários cujo volume de construção é exagerado."  (Informação  n.º 536/80 de 25/8/1980)

O projeto remodelado em função das observações do técnico da DGERU foi encaminhado a esta Direção em 21/10/1980, anexado à Informação n.º1798, que considerou "o estudo presente em condições de servir de base ao projeto definitivo." Em 30/12/1980, o projeto foi analisado pelo mesmo pelo arquiteto Cartaxo, que nesta ocasião reconheceu as qualidades do projeto, devidamente alterado: "nada há a opor, sendo até de registar o alto nível arquitetónico que se verifica no tratamento das fachadas, com características próprias da região que contribuem para a sua correta integração no local." (Informação n.º 988/80 da DSE/ DGERU)

A Memória descritiva e Justificativa apresentada pelos projetistas em Abril de 1981 apresenta a solução adotada: "Esteticamente houve a preocupação de defender a nossa arquitetura regional, conseguindo-se, quanto a nós, um conjunto bastante harmónico, resultado de um efeito luz-sombra obtido através de um jogo de volume adequado." A distribuição do programa foi assim apresentada: "A comunicação entre as diferentes zonas será realizada por intermédio de um corredor em L, articulado no Hall de entrada, situando-se à sua direita salas destinadas à Gestão da coletividade como o Gabinete da Direção, Secretaria e Arquivo anexo. Segue-se uma área destinada a convívio, possuindo uma zona de fogo e um pequeno bar com cozinha e despensa anexas, devidamente apoiadas por instalações sanitárias. Na zona oposta a esta, localizam-se 2 salas para actividades culturais e 1 Biblioteca, sendo este conjunto apoiado por instalações sanitárias e 1 sala de arrecadação.

O projeto da obra foi aprovado pela CMP em 27/5/1981, de acordo com o Ofício n.º 895 de 9/6/1981 da DEG. Como sublinha o parecer do Engenheiro Técnico Agrário da DEG, faltavam ainda no processo o título de posse do terreno e o parecer dos Serviços Agrícolas; o custo da obra estava estimado naquele momento em 10.868.000$00, acrescido de 1.219.776$00 referente às instalações elétricas (Informação n.º 1479 de 7/17/1981). Em 8/1/1982, a DEG encaminhou à DGERU uma declaração da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Freixedas, proprietária do terreno, investindo na sua posse a Associação Cultural e Desportiva da Freguesia, "esclarecendo que celebrará a escritura de doação, logo que possível" (Ofício n.º 45 da DEG de 8/1/1982). 

Em 16/1/1982, o projeto é aprovado por Despacho do Engenheiro Diretor Geral do Equipamento Regional e Urbano, Alberto Pessanha Viegas (Ofício 356 da DEG de 1/3/1982). Em 13/10/1982,  o Engenheiro Civil de 2ª classe José Manuel Reboredo Pinto Leite concordou com a abertura de concurso limitado para a empreitada da obra, cujo orçamento revisto perfazia 16.070.000$00, de acordo com solicitação da Associação comparticipante, em correspondência datada de 1/10/1982. O concurso foi vencido pela empresa Fonsecas Lda., que apresentou proposta de menor valor, de acordo com o parecer exarado na Proposta de Comparticipação n.º23/84. A obra teve início em 1983. A conclusão dos trabalhos estava prevista para 05/03/1985, o que não se verificou e a empreitera abandonou a obra a partir de Junho/86, levando a Direção da Associação a tomar posse administrativa no dia 24/09/1987, de acordo com a Informação n.º GU-137/88 de 17/10/1988. Naquele momento o orçamento revisto da obra perfazia 19.771.000$00, incluídos os custos de trabalhos a mais e de um terreno contíguo ao doado, adquirido pela Associação. De acordo com o parecer do Núcleo Operativo da Guarda,  a Entidade comparticipante não dispunha de "capacidade financeira de por si só concluir a obra", o que justificava uma nova adjudicação, através de concurso, "para que o investimento já realizado não resulte perdido, sem qualquer possibilidade de utilização." Em 22/3/1989, a Associação comparticipante solicita aos "Serviços de Ordenamento e Território" que a conclusão da obra fosse efetuada por administração direta, além de pedir mais um reforço na comparticipação "devido ao fato da obra estar parada há muito tempo e estar deteriorada pelos rigores do tempo" (Correspondência da Associação Recreativa de Ação Cultural e Desportiva de Freixedas para o Secretário de Estado do Ordenamento do Território). O último documento constante do processo é um Auto de Medição datado de 26/12/1990, que sugere que a obra tenha sido concluída naquele ano.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Centro Cultural e Recreativo de Freixedas. Acedido em 22/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/4957/centro-cultural-e-recreativo-de-freixedas

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).