1967.06.20 – Os serviços da 8.ª Secção da Direção-Geral do Trabalho e Corporações (DGTC) emitem parecer favorável a que o Grémio da Lavoura de Ferreira do Alentejo contraia na Junta de Colonlzação Interna (JCI) um empréstimo de 800.000$00 para a construção da sua nova sede. “Em 1963 a obra foi orçamentada em 630.000$00 mas o arquiteto autor do projecto calcula-a hoje em 850.000$00.

O Fundo de Desemprego ajuda o Grémio a suportar o encargo comparticipando com 215.000$00, conforme portaria de autorização publicada no Diário do Governo n.º 23, II série, de 7-2-67.

O organismo (...) declara ter fechado as contas do ano findo com um saldo de 935.000$00 mas que se o utilizasse para pagamento das despesas da construção do novo edifício-sede teria de, nos próximos ano ou anos, suspender os fornecimentos a crédito aos seus associados.

Por esta razão o Grémio resolveu, com acordo e aprovação do conselho geral, socorrer-se dum empréstimo de 800.000$00 na Junta de Colonização Interna que se está interessando pelo caso.”

Em conclusão, os serviços da DGTC consideram ser o pedido de autorizar “visto que, a boa posição financeira do Grémio lhe permitirá amortização sem dificuldades, de maior”.

Também o subinspetor Armando Martins Cominho, da Inspeção dos Organismos Corporativos, deu parecer favorável: presumindo que o empréstimo a conceder pela JCI seria de 20 anos com taxa de juro de 4% ao ano, “como é usual”, calculava uma anuidade a liquidar de “sessenta contos”, para um empréstimo de 800 contos. A “amplidão dos dois últimos resultados de exercício [1965 e 1966] é suficiente para cobrir os encargos inerentes ao empréstimo. (...) A situação financeira do Grémio é bastante desafogada (...) verifica-se que o Grémio tem condições financeiras para contrair o empréstimo pretendido, cuja liquidação em nada afectará a sua regular actividade.”

A informação mereceu o acordo do Inspetor-Chefe em 12 de julho de 1967, abrindo caminho ao pedido de empréstimo necessário e, a partir daí, à construção do edifício.