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Construção de Casas para Famílias Pobres, em Tavira

Processo constituído por duas pastas, correspondendo uma ao projeto e outra ao processo administrativo da obra. Ambas em relativo bom estado de conservação, sendo que a do processo administrativo está acondicionada numa pasta do Arquivo Geral da UAlg. 

A pasta do projeto corresponde ao exemplar n.º 1 do projeto, organizado no Gabinete de Estudos de Habitação da Direção-geral dos Serviços de Urbanização (DGSU-GEH), constituído por peças escritas (memória descritiva e justificativa e resumo orçamental) e peças desenhadas (plantas de implantação, fundação, pisos e cobertura, alçados, cortes e pormenores e estrutura de betão armado). 

A pasta do processo administrativo é a original e apresenta a capa parcialmente preenchida a duas mãos, nomeadamente ao nível do n.º de processo.  É constituída pela documentação processual (originais e cópias dos ofícios, recebidos e enviados) produzida pelas entidades intervenientes no processo, nomeadamente a Santa Casa da Misericórdia de Tavira enquanto entidade Peticionária (EP) e a Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) por intermédio da sua direção externa - Direção de Urbanização de Faro (DUF). 

Contém ainda, informações com pareceres técnicos, propostas de comparticipações, portarias, relatórios de visita e fiscalização de obra, autos de medição, autos de recepção provisória e auto de recepção definitiva relativos à 1ª fase de execução da obra, ou seja, a construção de 24 dos 96 fogos previstos. 

Não consta a nota de arquivamento de processo. 

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Designação do Processo
Construção de Casas para Famílias Pobres, em Tavira
Anos Início-Fim
1966-1971
Localização Referida
FaroDistrito Histórico (PT)
Referência Inicial
Processo n.º 886-GEF
Outras Referências
Processo n.º 10 (Santa Casa da Misericórdia de Tavira)
Processo n.º 24 (Santa casa da Misericórdia de Tavira)
Processo n.º A-14-5-24 (Gabinete do Plano Regional do Algarve)
Referência Outros Arquivos

DREMS

DGP

AHOTDU da DGOT (Processo de urbanização do Bairro)

Produtor do Processo

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1966.10.11
Última Data Registada no Processo
1971.01.08
Entidade Requerente / Beneficiária
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Projeto Estabilidade (Autoria)
Construção e Equipamento
Financiamento
Legislação Relacionada
Intervenção / Apreciação
Júlio José Netto Marques Engenheiro Diretor DGSU/GEH 19661967Pessoa
Alfredo Macedo dos Santos Engenheiro Diretor DGSUPessoa
Manuel Gaivão Engenheiro Diretor DGSU/GEH 1967Pessoa
João Rodrigo Gonçalves Martins Matamouros Agente Técnico DUF 1968Pessoa
José do Nascimento Fiscal DGSU/DUF 1968Pessoa
Deniz José Marnoto Técnico GEHPessoa
Tomás Ritto Engenheiro Diretor FFH/SO 1969Pessoa
Alberto Pessanha Viegas Diretor GPRA 1970Pessoa
Decisão Política
José Filipe Rebelo Pinto Subsecretário de Estado das Obras Públicas 19651967Pessoa
Síntese de Leitura

1966.09.29 - Despacho, do subsecretário de Estado das Obras Públicas, autorizando a prestação de assistência técnica do GEH para a elaboração do projeto do bairro e comparticipação ao abrigo do DL nº 35578. 

1966.10.25 - Deslocação do técnico do GEH, o arquiteto Ruy da Silbeira Borges, a Tavira para a recolha de dados inerentes à elaboração do projeto de construção de um bairro que a Santa Casa da Misericórdia de Tavira pretende construir com as assistências técnica e financeira do Estado em terreno cedido pela Câmara Municipal para o efeito. 

1967.01.05 - Apresentação do projeto de um Bairro de Casas para as Classes Pobres em Tavira, elaborado pelo arquiteto Ruy da Silveira Borges e pelo engenheiro civil António Catarino Pereira, técnicos do GEH da DGSU, em regime de assistência técnica gratuita, a partir do projeto tipo EH LXII (3 quartos), escolhido pela entidade peticionária (EP).  

"O projeto tipo escolhido (...) tem sido adoptado em inúmeras realizações no país (Lisboa - St.ª Maria, Mafra, Régua, Alcochete, etc) tendo-se no entanto procedido a pequenas alterações com o fim de integrá-lo na região."

O terreno cedido para a construção do bairro localiza-se em área de expansão urbana "...no extremo norte da cidade, em zona prevista no anteplano de urbanização para habitação e junto aos dois blocos habitacionais construídos pela Federação de Caixas de Previdência - Habitações Económicas."

Estão previstos 96 fogos de tipo único, distribuídos por 16 prédios de três pisos, dispostos em oito blocos de dois prédios/cada, a construir de uma só vez caso a EP consiga apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian ou das primeiras 60 habitações caso este financiamento não seja possível. Estando orçamentado em cerca de 67 contos/fogo.

"Quanto às caraterísticas (...) a prática tem demonstrado satisfazerem em absoluto se tivermos em consideração os condicionamentos imposto e o nível económico dos agregados familiares a que se destinam. (...) dispõem de um equipamento mínimo mas considerado suficiente. 

1967-01-03 - Informação técnica do autor do projeto e submissão à aprovação superior do diretor-geral do GEH.

1967.01.06 - Apreciação e despacho do engenheiro diretor do GEH, Júlio José Netto Marques, e submissão à consideração superior do diretor-geral dos Serviços de Urbanização (DGSU), o engenheiro Alfredo Macedo dos Santos, com o despacho de que deve ser "incluído num plano na primeira oportunidade, pois tem a EP a possibilidade de imediata realização do empreendimento."

1967.01.25 - Despacho da DGSU em concordância com o disposto pelo GEH e submissão a aprovação ministerial. 

1967.01.30 - Aprovação do projeto por Despacho do Subsecretário da Estado das Obras Públicas, em representação do Ministro das Obras Públicas (MOP).

1967-02-02 - Reencaminhamento do processo para a DUF, com cópia dos despachos superiores, acompanhados da cópia n.º 1 do projeto. 

1967.03.21 - Proposta de Comparticipação de 600 contos para a construção da 1ª fase (60 habitações), a financiar em partes iguais pelo Fundo do Desemprego (FD) e pelo Orçamento Geral do Estado (OGE), escalonada em três anos, com data de conclusão da obra fixada  a 30.01.1969.

1967.08.10 - Anúncio do concurso público para o envio de proposta à construção da 1ª fase do bairro (reduzida para 24 fogos) .

1967.11.07 - Na sequência de duas praças desertas a DUF informa a EP de que deverá "abrir concurso limitado por convites, disponibilizando para o efeito uma lista de seis "empreiteiros Idóneos" que merecem a confiança desta direção externa,  de que responderam apenas dois: Carlos de Sá Martins de Lisboa e Aníbal de Figueiredo Coutinho de Armação de Pera. 

1968.01.10 despacho do diretor-geral da DGSU - Adjudicação da obra ao empreiteiro concorrente, Aníbal de Figueiredo Coutinho, pelo valor de 1.927.000$00 esc. .

1968.06.26 - Início da obra. 

1968.04.08 - Auto de Medição n.º 1, cumprimento da portaria de 10 de abril de 1967 (DR 103, de 01.05.1967) que estipula a comparticipação pelo FD de 50% da primeira tranche (50.000$00 esc.). A partir deste momento e no decorrer da obra as portarias que definem os valores a comparticipar e os autos de medição que determinam os pagamentos passam a ser regulares, em consistência com o desenvolvimento dos trabalhos de construção que prosseguem dentro da normalidade e sem atrasos para além da data de início da obra,  que obrigou a apenas um pedido de prorrogação do prazo (estendido por 10 meses até 31 de novembro de 1969) 

1968.12.12 - Despacho do Subsecretário de Estado das Obras Públicas - Reforço da obra com 100.000$00 esc., a comparticipar em partes iguais pelo FD e pelo OGE, da verba disponibilizada no Plano Ordinário do GEH para a rubrica "Habitações para famílias pobres - DL 35578".

1969.05.03 - Conclusão da obra, por parte do empreiteiro. 

1969.07.04 - Recepção Provisória da obra, na presença do eng.º João Luís Olias Maldonado (diretor da DUF),  do agente técnico de eng.ª João R. M. Matamouros ( técnico adjunto da DUF) e de um representante da Santa Casa da Misericórdia, na presença do empreiteiro responsável pela obra. 

1970.05.25 - Recepção Definitiva da obra, na presença do eng.º João Luís Olias Maldonado (diretor da DUF),  do agente técnico de eng.ª João R. M. Matamouros ( técnico adjunto da DUF) e de um representante da Santa Casa da Misericórdia, na presença do empreiteiro responsável pela obra. 

1971-01-05 - o último documento do processo é um ofício da EP, dirigido à DUF, manifestando intenção, e solicitando orientação, para avançar no presente ano com a 2ª fase de construção do bairro (mais 24 fogos), que não obteve resposta no âmbito do presente processo. 

Do projeto original do GEH apenas foi concretizada a 1ª fase (24 fogos). 

Observações

Este bairro foi construído no âmbito do programa de habitação com base no DL n.º 35578, de 4 de abril de 1946, que aumentou o número de casas destinadas ao alojamento de famílias obras, a construir por Corpos Administrativos e/ ou Misericórdias, nos termos do DL n.º 34486, de 6 de abril do ano anterior, prevendo-se assistência técnica gratuita e financeira estatal. 

Recursos

Imagem

Tem relação com o processo 205-MU-70 "Urbanização do Bairro de Casas de Renda Económica, em Tavira", que abrange o Bairro para as famílias pobres e o Bairro da Federação das Caixas de Previdência.  

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Construção de Casas para Famílias Pobres, em Tavira. Acedido em 24/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/6807/construcao-de-casas-para-familias-pobres-em-tavira

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).