Conjunto Habitacional do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), Arganil
Em 1980.09.08, o engenheiro da Direção de Habitação do Centro do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), António Santana e Silva responsável pelo setor, enviou ao presidente da Câmara Municipal de Arganil o processo completo referente à construção da 1ª Fase do Conjunto Habitacional de Arganil, compreendendo 24 fogos, informando que o concurso seria realizado no dia 7 de Outubro de 1980, para o qual convidou a CMA à "assistir ao ato público do concurso referido".
Na Memória Descritiva, não datada nem assinada, provavelmente elaborada pelo arquiteto Vasco Cunha, lê-se que
"Desde 1973 que temos mantido contatos com a Câmara Municipal de Arganil, visando a edificação de um Conjunto Habitacional. Por vicissitudes várias, salientando-se de entre elas a escolha definitiva dos terrenos, o assunto foi-se arrastando no tempo, tendo cessado os referidos contatos em meados de 1978. A atual Câmara Municipal solicitou-nos recentemente a nossa opinião sobre a possibilidade de se reutilizar o projeto por nós executado para Carregal do Sal e Mangualde. Assim, o presente trabalho mais não é do que essa reutilização."
No projeto inicial, estava prevista uma segunda fase a ser executada oportunamente, composta por outros oito novos blocos; um deles integraria uma parte comercial. Ainda que os terrenos ao longo da Avenida das Forças Armadas tivessem sido expropriados para a construção, estes novos blocos não foram edificados pelo poder público. Em 1984, o engenheiro António José Maia Saldanha, da Direção de Habitação do Centro, apresentou a Memória Descritiva e Justificativa do loteamento para a segunda fase do Conjunto Habitacional de Arganil, em que se lê:
"Dado que, do plano habitacional aprovado para este terreno, o F.F.H. executou apenas a parte correspondente aos Lotes E,F,G e H e não pode já, em virtude da sua extinção, executar a parte restante, pretende a Câmara Municipal de Arganil encarregar-se da sua conclusão, destinando-se este loteamento a permitir a transmissão para aquela Autarquia dos lotes não construídos."
Notas
Os quatro blocos construídos pelo FFH em Arganil na Avenida das Forças Armadas encerram o trecho urbano do eixo principal da vila, construído na segunda metade do século XX sobre a Ribeira dos Amandos. De acordo com depoimentos da Professora Olívia Nogueira, de Arganil, antes do 25 de Abril dizia-se que este prolongamento da Avenida José Augusto de Carvalho seria batizada em homenagem ao Ministro das Obras Públicas Rui Sanches, que era filho do presidente da Câmara Municipal de Arganil, Coronel Álvaro Duarte Silva Sanches e de Arminda Alves Caetano da Silva Sanches, irmã do último presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo, Marcelo Caetano.
Os apartamentos projetados, distribuídos em quatro blocos de três pavimentos, além da cave, tem três quartos, cozinha, sala, casa de banho e W.C., além de uma pequena área de serviço. Várias das folhas do projeto referem-se ao projeto de Santa Comba Dão e Mangualde; apenas os desenhos de localização e os perfis de conjunto foram desenhados especificamente para Arganil e estão assinados pelo arquiteto Vasco Cunha. Em função do ajuste do projeto tipo ao terreno, no Conjunto Habitacional de Arganil os blocos ganharam um piso de caves, acessíveis pela parte posterior dos edifícios. Nestes projetos, elementos pré-moldados em betão armado foram utilizados para vedar varandas e áreas de serviço. A cobertura foi construída com telhas de perfil alto em cimento-amianto do tipo Lusalite.
Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)
Localização
Estado e Utilização
Materiais e Tecnologias
A informação constante desta página foi redigida por Diego Inglez de Souza, em fevereiro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Conjunto Habitacional do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), Arganil. Acedido em 07/12/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/1250/conjunto-habitacional-do-fundo-de-fomento-da-habitacao-ffh-arganil