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Fábrica de Concentrado de Tomate da Cooperativa Hortícola do Divor, Igrejinha, Arraiolos

A Fábrica de Concentrado de Tomate da Cooperativa Hortícola do Divor foi promovida por uma cooperativa (inicialmente com 25 sócios) que abrangia produtores de todos os concelhos do Distrito de Évora à exceção de Mora, com o objetivo de proceder à industrialização dos respetivos produtos hortícolas, nomeadamente o tomate numa 1.ª fase, provenientes dos regadios dos referidos concelhos. A 1ª fase da fábrica foi projetada em 1968 e a 2ª fase em 1968/1969. Deverá ter entrado em laboração pouco depois. Até 1972, o complexo conheceu nova ampliação, com o objetivo de responder a novas solicitações, nomeadamente a industrialização do tratamento e preparação para comercialização do arroz, da azeitona e do pêssego. Mais tarde terá também produzido pimentos, feijão e grão. Atualmente desativado (2023), este foi um empreendimento de grande impacto social, extravasando em muito a localidade onde se insere, bem como as fronteiras do município de Arraiolos.    

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Data de Conclusão
c. 1969
Comunidade

Localização

Localização
Distrito Histórico (PT)
ÉvoraDistrito Histórico (PT)
Contexto
RuralContexto

Estado e Utilização

Estado
Devoluto TotalEstado da Obra

Cronologia de Atividades

Atividades 2

Descrição Breve

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

O complexo fabril da Cooperativa Hortícola do Divor, atualmente (2023) devoluto e em acelerado estado de deterioração, é um conjunto de consideráveis dimensões, construído num terreno com 11 hectares, localizado a 1km a noroeste da aldeia de Igrejinha, a cerca de 20km de Évora e dentro do Perímetro de Rega do Divor. O terreno é limitado pela estrada entre a Igrejinha e a N4, e pelo canal principal da referida obra de rega.

Na 1ª fase, as edificações totalizavam mais de 14.000 metros quadrados, essencialmente dedicados à receção da matéria-prima, à sua transformação e ao armazenamento do produto final. Na área nascente do terreno situavam-se os viveiros. A zona poente era reservada a tratamento de esgotos e captação de água ao canal. A fábrica situa-se na zona central do terreno, terraplanada para o efeito, tendo as suas expansões para todos os sentidos sido planeadas logo inicialmente. Junto da estrada situam-se os estacionamentos, o edifício dos serviços sociais, básculas para pesagem de camiões, entrada e portaria. Todas estas diferentes zonas se encontram ligadas por arruamentos.

O edifício fabril compreendia as seguintes dependências: naves de fabrico; laboratório e gabinetes de controle e direção técnica; zona em alpendre para arrefecimento de latas de concentrado de tomate; armazéns para o produto acabado; e zona de serviços auxiliares (posto de transformação, secador de desperdícios, instalações sanitárias e caldeiras geradoras de vapor). O edifício foi construído com fundações em sapatas de betão e lintéis de betão armado, e estrutura em betão armado (pilares e vigas, longitudinais e transversais). Alguns pavimentos elevados foram executados com elementos aligeirados, tipo Somapre. As coberturas foram construídas com asnas atirantadas metálicas revestidas por chapas onduladas de fibrocimento, à exceção da zona de serviços auxiliares, de cobertura constituída por lajes maciças de betão. As paredes exteriores são constituídas por tijolos reforçados, com a face exterior à vista. Os paramentos interiores são rebocados e caiados, exceto nos sanitários (azulejo branco) e nas naves de fabrico, enlatamento e laboratório (tinta petrificante Dyrup). A zona de enlatamento e os gabinetes do laboratório, controle e direção técnica têm divisórias envidraçadas. O pavimento geral é em massame de betão, executado sobre camada de enrocamento alisado à talocha e esquartelado. Em algumas zonas o pavimento é em mosaico cerâmico antiderrapante. A iluminação natural é feita através de painéis em chapa ondulada de plástico translúcido, instalados na cobertura.

O conjunto da portaria, edifício social, escritórios, balneários-vestiários e refeitório foi pensado na 1ª fase, mas apenas construído na 2ª fase, consubstanciando-se essencialmente num edifício só (para além da portaria), composto por três corpos: um estacionamento coberto; o corpo da cantina e refeitório, antecedido de um alpendre; e um volume de dois pisos, albergando diversas funções (receção, sala de espera, sala de reuniões, expediente, arquivo e, no piso superior, três quartos e uma sala de estar). Mais tarde foi construído outro edifício no seguimento deste conjunto. As características construtivas destes são semelhantes às do edifício fabril, excetuando-se a pintura a tinta de água e o pavimento de tacos de azinho nos escritórios, quartos, salas e portaria. A iluminação natural faz-se, neste caso, através de janelas de caixilharia metálica, com estores.

Numa fase posterior foi construído outro edifício fabril, situado perto do limite sudeste do terreno, em frente à entrada principal, de dimensões mais reduzidas mas caracterizado pelo elevado pé-direito das suas naves e por um alto volume em betão armado, com escada metálica interior.

Materiais e Tecnologias

Estrutura
Betão ArmadoMateriais Construção
Asnas Atirantadas MetálicasMateriais Construção
Construção
Tijolo de Face à VistaMateriais Construção
Alvenaria de TijoloMateriais Construção
Chapa de FibrocimentoMateriais Construção
Acabamento e Decoração
Tinta PetrificanteMateriais Construção
AzulejoMateriais Construção
Mosaico Cerâmico AntiderrapanteMateriais Construção
Tacos de AzinhoMateriais Construção
Caixilharia MetálicaMateriais Construção

A informação constante desta página foi redigida por João Cardim, em setembro de 2023, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Fábrica de Concentrado de Tomate da Cooperativa Hortícola do Divor, Igrejinha, Arraiolos. Acedido em 16/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/16397/fabrica-de-concentrado-de-tomate-da-cooperativa-horticola-do-divor-igrejinha-arraiolos

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).