O Edifício-Sede do Grémio da Lavoura de Alandroal localiza-se a nordeste do centro da Vila de Alandroal, na parte alta da povoação. Apesar de estar incluído no perímetro urbano, as suas traseiras dão para um olival relativamente extenso. Situa-se no Largo de Santo António, ao lado de uma ermida consagrada ao mesmo orago e defronte da Escola Primária. No mesmo largo situam-se também antigos celeiros da Federação Nacional dos Produtores de Trigo (FNPT).

O edifício apresenta uma planta retangular (c. 25m x 10m) e eleva-se em dois pisos: rés-do-chão e primeiro andar. O programa foi distribuído segundo as necessidades e orientação da associação promotora. O andar térreo foi essencialmente reservado para armazéns e para a secção de vendas, enquanto no andar superior se dispõem as restantes funções da associação: secretaria (com zona de público), gerência, arquivo e um salão de conferencias e reuniões (com c. 100m2).

O acesso principal faz-se pelo limite esquerdo do alçado sul – composto por um volume ligeiramente recuado em relação ao plano frontal do edifício –, através de uma entrada com um portão de ferro e vidro, protegida por uma fina pala horizontal. Este volume de entrada inclui o átrio, acesso à zona de público / secção de vendas, escada e instalações sanitárias (nos dois pisos). Em alçado, este volume assume um certo destaque, evidenciado não só pelo recuo em relação ao plano frontal do edifício, mas também pela sua composição, materiais e elementos utilizados, como um candeeiro exterior com desenho característico da época de construção do edifício. Esta questão é também visível no uso de grelhagens por cima da entrada principal (num largo vão quadrangular) ou verticalmente ao longo do alçado poente (interiormente, todas as grelhagens iluminam a caixa de escadas). Este último alçado é aliás composto por três planos de diferentes dimensões e materiais, de onde se destaca uma larga parede em mármore da região aparelhado a pico grosso. Já no restante alçado sul destaca-se o contraste entre a estrutura marcada do piso térreo (atualmente pintada em tons de ocre), por onde se acede aos armazéns, e o plano único do piso superior, caiado a branco e pontuado por seis vãos quadrados guarnecidos com mármore brunido da região. O edifício é coberto por um telhado de quatro águas (exceto na zona das instalações sanitárias, cujo volume se descola do edifício e apresenta cobertura plana) e a sua cornija, com pingadeira fortemente marcada, prolonga-se bastante para fora, como é habitual em muitos edifícios da mesma época.

O edifício construído corresponde essencialmente ao projetado, apresentando modificações mínimas em obra. Posteriormente à sua conclusão, foi acrescentado um volume confinante com o alçado nascente do edifício (aparentemente outro armazém ou garagem). Apesar de, atualmente, tal volume surgir de certa maneira unificado com o edifício original por via do prolongamento da saliência da laje do primeiro andar e pelas cores utilizadas na pintura exterior, não deixa de ser um elemento que desvirtua um pouco a composição inicial.

Em suma, trata-se de um edifício simples e bastante sóbrio, mas que se adequa à função simultaneamente utilitária e de representação característica dos grémios da lavoura, através da sua implantação, cuidada composição e alguns elementos arquitetónicos destacados, quer em termos de desenho quer em termos de materialidade.