O Bairro do Hospital, em Alijó, foi construído entre 1943 e 1950 por iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Alijó, com comparticipação do Ministério das Obras Públicas pelo Fundo de Desemprego.

O pedido inicial de comparticipação foi realizado em maio de 1943 por José Rufino, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alijó, para a construção de dez “casas baratas”. O pedido descrevia as razões da necessidade deste projeto, referindo a exploração de minérios, “que para esta região constituiu verdadeira loucura, fez deslocar para esta vila enormíssima legião de trabalhadores” que viviam “na mais perniciosa promiscuidade”. Dias depois, após questionamento pelo Gabinete do Ministro das Obras Públicas, o provedor explica que “o regime de ocupação das casas em projecto pode ser encarado sob ambos os aspectos: de carácter assistencial” e também “com o objectivo de assegurar para a Misericórdia um rendimento permanente, através de rendas, embora modestas”. Refere-se ainda que a Misericórdia utilizaria para construção das casas fundos próprios, “o produto da alienação de um pequeno lote de acções de uma Companhia de Fiação e Tecidos cuja cotação anormal, devido ao momento excepcional que se atravessa, atingiu cifras verdadeiramente exageradas que o bom senso não admitirá por muito tempo”.

Em junho do mesmo ano, o pedido de comparticipação foi considerado justificado pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), considerando-se ainda interessante a realização de um número de casas superior ao inicialmente proposto. A mesma entidade indicava que, não sendo possível integrar-se esta obra como “casas económicas”, deveria a Direção dos Edifícios Nacionais do Norte (DENN) decidir, em conjunto com o provedor da Misericórdia, a possibilidade de terreno, o número de casas a construir e a sua compartimentação, os materiais locais a utilizar.

O primeiro projeto para o bairro, realizado pela DENN entre junho de 1943 e setembro de 1944, foi considerado desadequado pela DGEMN, devido ao tamanho excessívo das habitações. Em maio do ano seguinte, a DENN apresentou novo projeto, com fogos de menor área.

O projeto de eletrificação do bairro data de 1949 e refere que o bairro, constituído por 24 habitações, se encontrava construído.