Conjunto de Habitação da Celnorte, Mazarefes, Viana do Castelo
A empresa Celnorte promoveu a construção de um conjunto de habitações em Mazarefes, entre 1972 e 1975.
A iniciativa surgiu em 1972, motivada pelo decreto-lei n.º 48.824 do Ministério das Corporações e Previdência Social (MCPS), que incutia às empresas “promover por iniciativa própria o exame das questões que interessam ao aperfeiçoamento da organização social, incluindo no domínio da habitação económica”. Assim, “conhecedora da carência de habitações que se verifica na área urbana e suburbana de Viana do Castelo, deseja esta empresa contribuir significativamente para a resolução do problema de habitação económica, não só dos trabalhadores ao seu serviço, mas também de outras pessoas da região”, a Celnorte pôs à disposição da Secretaria de Estado da Habitação e Urbanismo uma parcela de terreno em Mazarefes. A empresa pretendia integrar os seus trabalhadores no meio social, tendo como intenção - de acordo com a sua exposição de dezembro de 1972 -, “que o teor das relações de vizinhança seja o mais normal possível, em lugar de ser permanentemente influenciado pela subjacência de relações de trabalho” e, portanto, que parte das habitações a construir fossem atribuídas em concurso público, “indo assim beneficiar as pessoas da região, em geral”.
Entre junho e agosto do ano seguinte, o Fundo de Fomento da Habitação emitiu pareceres sobre o projeto. Referia-se no primeiro, que a zona onde se localizava o terreno era tipicamente rural, sendo Mazarefes uma “pequena aldeia minhota” que “como é vulgar na maioria das aldeias, não dispõe sequer do mínimo indispensável em matéria de equipamento social”, tendo apenas uma Casa do Povo, uma escola, uma igreja, uma ou outra mercearia e uma estação de caminho de ferro a cerca de 2km. O terreno não beneficiava de transportes públicos, tal como toda a margem esquerda do rio. Considerava-se que o empreendimento, a construir, deveria incluir os equipamentos indispensáveis. No entanto, em agosto do mesmo ano, outra informação indicava que o empreendimento deveria ser apenas tal “a empresa está obrigada por força da lei, ou seja, a construção de habitações para o seu pessoal, e não um conjunto habitacional enquadrado noutro a construir pelo Sector Público”. Tal justificava-se, por um lado, por Viana do Castelo não ser dos distritos com mais carência habitacional do país, e, por outro, pela inexistência de equipamento mínimo na povoação.
Desconhece-se como se procedeu o processo de construção das habitações mas, em novembro de 1975, a Celnorte informou o Fundo de Fomento da Habitação de que se encontrava em fase adiantada de construção uma urbanização de 94 fogos, 50 dos quais praticamente concluídos, na freguesia de Mazarefes. Tratando-se de um empreendimento com características sociais, solicitava-se informação sobre os “critérios de fixação de rendas normalmente seguidas”.
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Análise
Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)
Localização
Estado e Utilização
A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em janeiro de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2025) Conjunto de Habitação da Celnorte, Mazarefes, Viana do Castelo. Acedido em 18/01/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/31295/conjunto-de-habitacao-da-celnorte-mazarefes-viana-do-castelo