A Casa do Povo de S. Miguel do Rio Torto foi fundada em 1934 e abrangia uma população de, aproximadamente, 1.800 habitantes.

Pouco tempo após a sua fundação, em 1938, a Casa do Povo já dispunha de projeto para a construção de um edifício sede. No entanto, em 1952, por razão desconhecida, o projeto não tinha ainda saído do papel: um relatório de inspeção à Casa do Povo referia não existir ainda uma sede própria, encontrando-se a Casa do Povo instalada num “casarão desconfortável”, onde se tinha montado uma biblioteca e instalado um aparelho de TSF e uma mesa de pingue-pongue. Assim, embora instalada em más condições, era descrita como uma das melhores do distrito de Santarém. Dispunha de assistência médica e concedia subsídios por doença, morte, invalidez e nascimento, mantinha uma banda de música e realizava bailes e sessões de cinema. sendo estimada e utilizada pela população.

A sede da Casa do Povo de S. Miguel do Rio Torto terá sido concluída em 1956, segundo inscrição na calçada do pátio frontal do edifício. Em novembro de 1957, a sede foi considerada magnífica.

Passados quase duas décadas desde a elaboração do primeiro projeto, a população de S. Miguel de Rio Torto havia aumentado consideravelmente. O censo de 1950 indicava que a freguesia tinha quase 5.000 habitantes, dos quais 1.131 eram sócios da Casa do Povo, apesar do grande peso da indústria no emprego local. Aos 300 a 350 operários membros da Casa do Povo atribuía-se “uma grande parte da excepcional vitalidade do organismo”. Nesta altura, a Casa do Povo possuía uma banda de música, um grupo de futebol com campo de jogos próprio e organizava sessões de cinema ambulante. Sobre estas, referia-se que os filmes escolhidos, embora não oferecessem “grandes preocupações, salvo dois ou três, só obedecem ao critério de lisonjear o gosto de um público já bastante deseducado”.