O primeiro documento encontrado relativo à Casa de Trabalho Doutor Oliveira Salazar data de junho de 1938, altura em que o Governador Civil de Bragança pediu assistência à Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) para a sua construção. O programa da Casa de Trabalho, disponibilizado pelo Governo Civil, previa que esta recebesse inicialmente “50 a 60 rapazes dos 6 aos 18 anos e posteriormente possa elevar-se a lotação”. Deveria contemplar “sala de estudo e capela, refeitório, dormitório com duas salas, 1 quarto para o director, 2 quartos para o pessoal menor, 2 quartos para doentes, 1 quarto para rouparia, 1 secretaria, 1 sala de visitas, 1 dispensa, 1 balneário, recreios cobertos, 1 cozinha”. Para a execução desta obra, cujo projeto foi elaborado pela Secção de Estudos na Direção de Edifícios Nacionais do Norte, o Governo Civil de Bragança dispunha de 300.000$00, aos quais se acrescentaram, em 1939, uma comparticipação do Estado de 40% do custo da obra. O edifício foi construído em terreno propriedade do Patronato de Santo António, que seria a entidade gestora da Casa de Trabalho, através da sua Mesa Administrativa.

Desconhece-se as datas de início e conclusão deste primeiro edifício. Estima-se que estivesse concluído em finais de 1944, altura em que foi elaborado um projeto para um novo edifício para instalação de oficinas de serralharia e tipografia com orçamento de 1.425.250$00. Embora as entidades estatais considerassem a obra útil e merecedora de comparticipação, entre 1945 e 1947 foram sendo levantadas questões relativas ao “dispêndio de tão grande verba para a construção de duas pequenas oficinas e de uma garagem com dimensões exageradas às necessidades da Instituição”, assim como à localização e implantação do novo edifício. Com o orçamento diminuído para 100.00$00 e feitas alterações ao projeto de acordo com recomendações do arquiteto urbanista da Câmara Municipal de Bragança, os trabalhos iniciaram-se em 1948, com uma primeira comparticipação do Estado de 66.300$00. No mesmo ano, foi concedida uma segunda comparticipação, de 520.000$00, para a realização da segunda fase da obra, iniciada em 1949 e concluída em 1951.

Ainda em 1951, foi elaborado um projeto para um edifício anexo ao volume da garagem e oficinas, onde se organizariam quartos individuais, dormitórios, zona de tratamentos, sanitários e um salão de estudos.