O bairro originalmente designado como Património dos Pobres foi construído em várias fases entre 1967 e 1980, partindo de uma iniciativa do padre José Rodrigues Diogo que remonta a 1955, com o intuito realojar famílias numerosas e de parcos recursos económicos perante a necessidade de erradicar mais de uma centena de barracas de madeira localizadas nas imediações do cemitério de Salvaterra de Magos.

O padre José Diogo, empenhado em elevar as condições sociais das famílias do concelho através do Centro de Assistência Social (posteriormente, Centro Paroquial de Bem Estar Social de Salvaterra de Magos), deparou com as precárias habitações em que muitas famílias viviam, propondo à Câmara Municipal em 1955 a construção de um bairro com 30 casas obedecendo a “princípios sanitários e morais” para colmatar essa situação. A ideia foi aprovada pelo Ministro das Obras Públicas e obteve a concessão de subsídio para a construção; apesar da hipótese de concessão de terreno pelo município, este acabou por ser doado por uma empresa particular à Fábrica da Igreja Paroquial de Salvaterra de Magos.

O pároco solicitou, desde 1957, apoio financeiro à Fundação Calouste Gulbenkian para a construção das 30 casas que comporiam o bairro. A localização das habitações somente foi aprovada em 1962, altura em que o pedido foi reforçado e atendido. A fundação veio a conceder um segundo subsídio no valor de 250.000$00 em 1968. A construção do bairro também beneficiou de comparticipações financeiras concedidas através do Fundo de Desemprego, entre 1967 e 1971.

O plano de urbanização da zona do Pinhal, para onde se projetaram as casas, foi aprovado pela câmara municipal em 1967. Nesse ano, estavam construídas 12 casas, prevendo-se construir mais 77. A construção da primeira fase contou com a colaboração de um grupo de estudantes portugueses e estrangeiros, sobretudo universitários, conhecido como Companheiros Construtores (Compagnons Batisseurs), sediado na Bélgica e criado no rescaldo da II Guerra Mundial com o objetivo de construir habitações dignas para os que se encontravam em situação de carência económica. Em 1973, havia 66 casas construídas.

Em 1976, o empreendimento teve intervenção do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), que elaborou projetos para blocos de dois pisos e comparticipou, através do Orçamento Geral do Estado – entre 1976 e 1977, disponibilizou mais de 3.500.000$00 para a construção de 12 fogos. Também recebeu apoio financeiro do Lar Adventista (LAPI). Apesar da paragem das obras a dado momento, esta fase ficou concluída em 1978, altura em que as casas foram atribuídas aos concorrentes. O pároco deu conta que em 1979 já haviam sido construídas 110 casas. Procedia-se, então, à 7.ª fase de construção, concluída no ano seguinte.

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