Testemunhos em Conversa Grupal, Bombeiros Voluntários de Montalegre
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Conversa grupal no quartel dos Bombeiros Voluntários de Montalegre, realizada em agosto pelas investigadoras Catarina Ruivo e Ivonne Herrera Pineda.
Quartel dos Bombeiros
Localização do quartel, afastada da vila:
“Isso depende um bocadinho do ponto de vista. Se o quartel estiver um bocadinho mais afastado, para nós é melhor. Porque acabamos por ter mais facilidade em sair com os veículos. (…)” – no entanto, localização perto da feira: “as pessoas até à porta das nossas garagens conseguem estacionar os carros. Tem esse contra (…) É claro que se for numa zona central, no nosso caso, até temos um barzinho, sport-tv, essas coisas todas. O pessoal quer vir ver o futebol, toma aí um cafezinho e tal. Também tem essa questão da proximidade com as pessoas. É uma questão de ver o que é melhor. Nós já não somos uma delegação muito pequena. Já temos 30 veículos, temos 4 barcos.”
Alterações necessárias:
- Mais espaço para veículos.
- A central, no rés-do-chão junto à entrada, está num mau sítio (devia estar num sítio mais alto, de onde fosse possível ver os veículos a saírem e entrarem)
- Camaratas precisam de obras “porque infelizmente isto já está construído há muitos anos e tem muita perda energética. No inverno é muito frio e perdemos muito dinheiro em aquecimento.”
- Espaço de formação “como deve ser” – neste momento têm uma sala para tudo, deviam ter um salao nobre para reuniões, uma sala de formação para formação
- Quartel pequeno para as necessidades – grande crescimento nos últimos 20 anos (havia 2 carros de incêndio e 1 ou 2 ambulâncias – hoje são 13 ambulâncias)
Alterações feitas:
- Bar foi remodelado durante o covid – aproveitaram para fazer bar com cozinha – tem funcionários que fazem almoços e jantares para os bombeiros. Funciona como cantina dos bombeiros, não é aberto ao público. Antes do covid era aberto ao público (mas não tinha cozinha)
- Fizeram novas garagens para aí há 9 anos – com nova sala de bombeiros: na anterior só cabia meia dúzia. O espaço das garagens era um pavilhão desportivo – onde se faziam casamentos.
- Aumentaram as camaratas. O antigo espaço de bar passou a ser camarata – como tem muito vidro, as janelas estão tapadas para impedir que se perca calor ou que entre demasiado sol.
- “Todos os anos fazíamos uma obra”
Festas no pátio:
- Receberam Toy, Quim Barreiros, Zé Cabra
- Cada vez menos comuns porque têm mais responsabilidades e menos funcionários.
- Tinham fanfarra, também acabou – havia bombeiros que tinham entrado primeiro para a fanfarra e depois para os bombeiros (ensaiavam na sala dos bombeiros).
Infantário
[Falamos das dificuldades dos jovens para fixar-se em Montalegre]
- Bombeiro 1: Eu vou falar de nós os bombeiros. Em geral, temos um problema porque é assim. Houve muitos de nós que tiveram filhos, hoje recentemente. E pronto. Seja dos bombeiros, seja familiares diretos de bombeiros que tiveram filhos recentemente.
Há aquí um infantário aqui ao lado. É só atravessar aqui a porta. Tem uma sala livre. Há 12 ou 13 crianças em lista de espera para poderem entrar agora no dia 1 de setembro, para o infantário. E não abrem a sala. Por isso automaticamente essas 12 ou 13 crianças neste momento não têm infantário…
- Investigadora: Porquê? Porque não tem recursos ou não têm educador?
- Bombeiro 2: Têm educador. Mas a Câmara também… Porque assim, isto é semi-privado, não é?
- Bombeiro 1: A Câmara também já se disponibilizou para assumir esses custos, que os chefes também não querem…
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Testemunhos em Conversa Grupal, Bombeiros Voluntários de Montalegre. Acedido em 31/10/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/notas-de-observacao-ou-conversacao/22081/testemunhos-em-conversa-grupal-bombeiros-voluntarios-de-montalegre