Conversa com um comerciante do mercado na loja de frutas. A sua loja chama a atenção por ter expostos quadros de pintura nas paredes. Nos cumprimenta ao passar em frente e começamos uma conversa amena. O seu atendimento é amável e comenta que gosta de cumprimentar e dar uma atenção pessoal ao cliente. Agradecemos a sua atenção e entusiasmo em nos ensinar a vida que esse mercado esconde.

Assim como o resto dos comerciantes, ele nos comenta que a relocalização do mercado nas antigas instalações do antigo edifício da Federação Nacional dos Produtores de Trigo foi prejudicial para o seu funcionamento. A localização anterior era central e articulava-se com outros comércios e serviços da cidade, facilitando a visita não propositada por pessoas que se deslocam ao centro ou passeiam na zona marginal.

Refere também que a instalação no edifício atual deveria ter sido provisória, esperando-se que, em três anos, os comerciantes regressassem ao centro, para um novo mercado. O novo mercado ainda não foi construído, embora exista hoje um projeto para tal, após a demolição do prédio Coutinho.

Antes de ser deslocados, ele, como comerciante do mercado, queixou-se aos responsáveis políticos e manifestou a sua preocupação e a sua opinião negativa sobre a relocalização do mercado, mas não obteve uma resposta satisfatória. De acordo com a sua experiência, o mercado anterior tinha boa articulação com a zona de feira no centro, o que facilitava o afluxo de pessoas ao mercado.

Salienta que a distribuição dos espaços de venda no mercado atual devia respeitar mais ou menos a distribuição do mercado anterior. Nesse sentido, ele não aceitou o primeiro espaço que lhe foi atribuído, por ser um dos últimos do primeiro piso, tendo conseguido trocar para um próximo das escadas, embora o aluguer seja mais alto.