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Conversa com António Basto, Viana do Castelo

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Conversa com António Basto, Viana do Castelo
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Conversa com António Basto, Secretário da União de Freguesias de Santa Maria Maior e Monserrate (Viana do Castelo), antigo trabalhador dos Estaleiros Navais. Agradecemos o tempo concedido a esta entrevista, e saudamos a dedicação em manter viva a história da cidade de Viana do Castelo.

Seguem-se algumas informações partilhadas durante a conversa.

Estaleiros Navais

A conversa começa incidindo sobre a relação histórica de Viana do Castelo com a pesca artesanal, como base produtiva e componente forte do desenvolvimento da região, assim como sobre a sua importância como um porto de mar, do qual partiam pequenas embarcações para a pesca do bacalhau. Na primeira metade do século XX, empresários de Lisboa investiram no desenvolvimento dos estaleiros: trouxeram trabalhadores qualificados de Lisboa e empregaram trabalhadores não qualificados locais, que vinham das aldeias. Iniciou-se a construção dos primeiros navios mais sofisticados de pesca à linha e depois de arrasto, de bacalhau. A partir daí, os estaleiros continuaram a crescer, tendo-se aí construído fragatas, navios químicos, porta-contentores.

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo serviram de dinamizador social e económico da cidade. Tendo sido nacionalizados após o 25 de Abril, os estaleiros foram reprivatizados em 2014. A sua atividade diminuiu e o número de trabalhadores lá empregados também. Esta tendência estende-se, de acordo com António Basto, desde a integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia, que associou regalias económicas ao abate de alguns tipos de navios.

Futuro para os jovens

Refere uma política de captar empresas e fábricas que se instalem na zona industrial, o que tem criado alguns milhares de postos de trabalho. No entanto, “os ordenados em Viana são como são no resto do país”, do que resultou, em particular em torno de 2012, na emigração de jovens com cursos universitários para fora do país. Considera que há uma procura de captar essa juventude que saiu. A criação de polos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo é vista como importante para a dinâmica social local, mas que contribui também para a insuficiência da habitação existente e a desadequação das rendas.

Estádio do Sport Clube Vianense

Albergou o Grupo Desportivo do Estaleiro Naval quando este incluía a modalidade de futebol, e agora que inclui atletismo.

Bairro da Misericórdia

Bairro construído na década de 1960, no qual nota falta de manutenção. Refere uma candidatura recente do IHRU, ao abrigo do 1º Direito, para recuperar os edifícios. O conjunto habitacional ainda pertence à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, excetuando três fogos que foram compradas pelos inquilinos.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Conversa com António Basto, Viana do Castelo. Acedido em 07/12/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/notas-de-observacao-ou-conversacao/52327/conversa-com-antonio-basto-viana-do-castelo

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).