Hospital Regional da Covilhã - Ampliação
Volume único composto de correspondência enviada pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã e recebida da Fundação Calouste Gulbenkian, além do Projeto de Arquitetura e Memória Descritiva da ampliação do Hospital Regional da Covilhã.
Identificação
Análise
Em informação intitulada "Hospital Distrital da Covilhã: funcionamento (alguns aspectos atualmente em apreciação)", não datada e não assinada mas produzida pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, apresentam-se as características das obras de ampliação e adaptação projetadas, que seriam realizadas em duas fases:
"A 1ª envolve a instalação dos serviços de radiologia, análises clínicas, maternidade, serviço de sangue, consultas externas e ainda a criação de novos quartos particulares. A 2ª, inclui um novo bloco operatório, com três salas de trabalho e pertinentes serviços de apoio, instalações para o pessoal de enfermagem e menor, refeitórios e salas de convívio para todo o pessoal, instalações para a comunidade religiosa, lavandaria e desinfecção gerais e central de aquecimento."
O documento esclarece ainda que "o fato de a construção de um novo hospital não se prever possa ser realidade antes, pelo menos, de 15 anos, atento o lugar em que está situado na lista geral de prioridades", além da "manifesta inadequação das atuais instalações para entretanto servirem com aquele mínimo de eficiência exigível." As condições "precaríssimas, não só pela exiguidade, como também pela conservação", fizeram com que "não pudesse ter sido montado e utilizado um aparelho de RX, de 500mA, concedido no âmbito dos planos de reapetrechamento, que, por tal motivo, esteve sempre empacotado até acabar por ser transferido para outro hospital". Quanto a maternidade, "embora razoavelmente instalada, há conveniência em a preparar para responder ao aumento de movimento que certamente se fará sentir por força da ação dos postos e centros de saúde." Os quartos particulares eram "o único setor rentável do Hospital que deve, por isso, estar preparado para responder toda a procura, especialmente tendo em vista o aumento resultante do novo acordo com a Previdência e os acordos c/ a ADSE, SSMJ, etc." Além destas instalações a construir, estavam previstas obras para abrigar o bloco operatório, a central de aquecimento, instalações para o pessoal, refeitórios e lavandaria. O financiamento da 1ª fase seria garantido por um subsídio concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian de 1.317.572$00, um subsídio da Direção-Geral dos Hospitais de 550.000$00 e uma verba inscrita no III Plano de Fomento "no valor global de 1.300.00$00. Para suporte da parte não coberta do custo total desta fase, que deve atingir entre 6.500 a 7.000 contos, solicitou-se comparticipação do Ministério das Obras Públicas."
1972.02.11 - Na Memória Descritiva do projeto de ampliação do Hospital Regional da Covilhã, assinada pelo arquiteto Luís Alçada Baptista, da Comissão de Construções Hospitalares, lemos que as obras de ampliação destinam-se "à instalação dos serviços de Raios X e Análises Clínicas e, ainda, para o aumento da Maternidade e quartos particulares." O autor do projeto esclarece que a construção "desenvolve-se num bloco de quatro pavimentos adoçado a um dos braços do Hospital, junto a entrada da consulta externa e no sentido norte-sul" e que "o edifício apresenta-se como a continuidade do existente não havendo, assim, quebra da unidade formal do conjunto." Fazem parte do processo as peças desenhadas do projeto que indicam a vermelhos e amarelos os corpos a construir e as alterações a fazer no Hospital Regional da Covilhã.
1972.03.08 - O Presidente da Comissão Administrativa da SCMC José Mesquita Nunes escreveu ao Ministro das Obras Públicas para solicitar a comparticipação da primeira fase das obras, ainda que o projeto não tivesse sido concluído pela Comissão das Construções Hospitalares. A pressa justificava-se pois devido " ao atraso do início dos trabalhos subsidiados em relação às datas previamente estabelecidas", o subsídio atribuído pela FCG poderia ser retirado. Assim, o José Mesquita Nunes apelou à compreensão do Ministro Rui Sanches no sentido de flexibilizar estas "regras burocráticas que sempre tem de ser observadas" em função dos "imprevistos que normalmente surgem".
1972.03.08 - O Presidente da Comissão Administrativa da SCMC escreveu ao Ministro das Obras Públicas para informar que a "Direção-Geral" das Construções Hospitalares "havia já concluído o projeto das obras em causa, que remeteu à apreciação desta Santa Casa em 24 de Novembro do ano findo (...). Aconteceu, no entanto, haver-se posteriormente verificado existir um erro nas medidas inicialmente tomadas e que serviram de base à elaboração do aludido projeto (...) fato que determinou, naturalmente, uma retificação total do mesmo projeto e, consequentemente, os atrasos aludidos no ofício remetido à V. Exª.".
1977.03.07 - O Diretor de Serviços da FCG escreveu ao Presidente da Comissão Administrativa da SCMC para informar que o Conselho de Administração da FCG havia deliberado cancelar o subsídio atribuído para a obra, uma vez que a SCMC não havia aproveitado até então o subsídio concedido em 29 de Novembro de 1972.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Hospital Regional da Covilhã - Ampliação. Acedido em 22/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/16706/hospital-regional-da-covilha-ampliacao