Centro Social de Vilar de Perdizes
Correspondência administrativa relativa à empreitada de construção de um Centro Social em Vilar de Perdizes, incluindo processo de adjudicação da obra, acompanhamento e fiscalização da mesma e estudo de mobiliário.
Documentação organizada num volume em capa bege, onde se lê "Centro Social de Vilar de Perdizes".
Identificação
Análise
1976.06.06 - Declaração da Junta de Freguesia de Vilar de Perdizes (JFVP) de que “deliberou, com consentimento do povo, ceder o terreno necessário, no local denominado ‘Pinheiro’, para a construção de um centro social”. Refere-se que o centro inclui um jardim de infância no primeiro andar, cedendo-se portanto também terreno para recreio. Sobre o jardim de infância, diz-se que o seu suporte jurídico “é a paróquia de Vilar de Perdizes e sua comissão já eleita, regendo-se cada secção de actividades por seu estatuto próprio, aprovado pelo povo”. No rés-do-chão, o centro destina-se a jovens, adultos e terceira idade. A declaração é assinada pelo presidente Jaime Vaz Coimbra, o secretário João Parada e o tesoureiro Manuel Dias.
1977.02.02 - Comunicação da CMM à DUVR, informando-se das propostas recebidas para a construção do Centro Social de Vilar de Perdizes. Alerta-se para o facto de três dos concorrentes “não terem cumprido as formalidades da Lei”. Informa-se que a Câmara não chegou a um consenso, tendo dois vereadores convergindo na ideia de dar “parecer sobre a proposta mais baixa”, outros dois apresentado a “sugestão de uma consulta a todos os concorrentes, a fim de apresentarem alteração às propostas em face dos trabalhos já realizados - fundações e cabouços”, e um destes alegando não ser “de desprezar as propostas dos empreiteiros mais credenciados”. O presidente e um dos vereadores “defenderam a ideia de que as propostas fossem remetidas à Direcção de Urbanização de Vila Real e solicitar para as mesmas o parecer destes Serviços, já que se trata de aspectos técnicos que transcendem a própria competência da Câmara”.
1977.03.16 - Edital da CMM, onde se avisa da abertura de terceiro concurso para receção de propostas a 1977.04.04.
1977.04.27 - Comunicação da DUVR à CMM, onde se informa da deliberação do GCOM de aconselhar a CMM a abrir novo concurso com a base aumentada de 20%.
1977.06.07 - A DUVR remete à CMM as conclusões da sua reunião com o GCOM em 1977.05.31, na qual se decidiu adjudicar os trabalhos a José Zeferino Parente Afonso, cuja proposta era a mais baixa, após realização de três concursos, tendo concluído “não ser possível obter proposta mais favorável”.
1977.07.06 - A obra é adjudicada a José Zeferino Parente Afonso.
1977.07.11 - O presidente da CMM remete ao engenheiro-diretor da DUVR fotocópia de carta dos empreiteiros da obra de construção do Centro Social de Vilar de Perdizes. Na carta fazem-se sugestões “para que a obra em questão seja construída da melhor forma possível”: a elevação da cabine de projeção em relação ao salão e a instalação de uma chaminé na mesma; a definição de desnível entre a entrada do salão de festas e o palco; a construção das escadas com degraus e espelho em mármore, de Pedra de Cascais ou Lioz, “que dariam outra perfeição ao conjunto”; a construção das paredes exteriores em blocos de cimento em vez de tijolos. Informa-se que as alterações não teriam impacto no preço da obra, que deverá ser iniciada dentro de dias.
1977.07.22 - Resposta do engenheiro-diretor da DUVR, M. Aníbal C. Valente, sugerindo que a CMM recorra “à sua Repartição de Obras ou ao GAT da zona para a resolução de problemas relacionados com o prosseguimento dos trabalhos” e alertando para a necessidade de “limitar ao mínimo indispensável os trabalhos adicionais a considerar”.
1977.08.04 - Parecer do arquiteto do GATAT sobre as propostas do empreiteiro, concordando com a sua maioria, desde que não aumente o preço para o proprietário da obra.
1977.08.18 - Início dos trabalhos.
1977.10.31 - Auto de medição de trabalhos n.º 1, correspondente à importância a liquidar de 580.000$.
1977.12.06 - Auto de medição de trabalhos n.º 1, correspondente à importância a liquidar de 1.407.831$.
1978.03.16 - Auto de medição de trabalhos n.º 2, correspondente à importância a liquidar de 663.198$20.
1978.05.19 - Auto de medição de trabalhos n.º 3, correspondente à importância a liquidar de 200.000$.
1978.07.24 - Pedido de adiamento de prazo para conclusão das obras por José Zeferino Parente Afonso, sediado em Braga, ao presidente da CMM, referindo ter feito “a mais a cave debaixo do palco” e solicitado que lhe seja paga a quantia de 400.000$ até 1978.08.05.
1978.08.01 - A DEVR informa a CMM estar de acordo com a prorrogação de prazo, sem direito a revisão de preços.
1978.09.05 - Auto de medição de trabalhos n.º 3, correspondente à importância a liquidar de 731.007$40.
1978.11.22 - Auto de medição de trabalhos n.º 4, correspondente à importância a liquidar de 341.000$.
1979.03.09 - Comunicação do responsável pela DEVR, M. Aníbal C. Valente (engenheiro civil de 1ª classe), informando que, em visita à obra, se verificou que esta se encontra paralizada há mais de meio ano. Solicita-se que a CMM promova “o reinício dos trabalhos a fim de evitar possíveis problemas na respectiva comparticipação”.
1979.11.12 - A CMM solicita ao GATAT que efetue um estudo sobre o mobiliário a adquirir para o Centro Social de Vilar de Perdizes.
1980.01.09 - O diretor do GATAT remete à CMM o estudo do mobiliário a adquirir. Este estudo é composto por uma memória descritiva e desenhos do edifício com a disposição do mobiliário, assinados pelo arquiteto José João da Silva Castro Ferreira.
1980.03.31 - Carta da empresa adjudicatária à CMM, informando que a obra se encontra pronta a ser recebida a partir de 1980.04.09. Refere-se que o edifício já está parcialmente em funcionamento, estando lá instalados serviços de consulta médica desde 1979 e sendo cedido o salão “para qualquer festa, espectáculo e casamentos que para tal efeito tem sido pedido”.
1980.04.21 - Carta do presidente da CMM, José António Carvalho de Moura, com a qual se remete uma memória “descrevendo o mobiliário que se torna necessário para o Centro Social de Vilar de Perdizes”, e com a designação “Pedido de propostas de fornecimento de material, em nome da Associação Cultural e Recreativa de Vilar de Perdizes - Secção dos autores do Auto da Paixão - Vilar de Perdizes -“.
1980.07.03 - Comunicação do fiscal de Obras Públicas Principal, António Amorim Soares, em papel timbrado da DEVR ao presidente da CMM, informando que em vistoria completa à obra se observou um conjunto de “faltas e deficiências [que] deverão ser corrigidas no mais curto espaço de tempo, pois que esta obra já está fora dos prazos estabelecidos”.
O auto de vistoria é enviado pelo presidente da CMM, José António Carvalho de Moura, ao Sr. João, encarregado da obra do Centro Social e Vilar de Perdizes, sediado em Braga, em 1980.07.16.
1980.10.29 - Comunicação da empresa adjudicatária à CMM, com a qual se remete “a revisão de preços dos trabalhos documentados pelos autos nº 1, 2 e 3, cujo valor importa em 252.805$”, assinada por Marília Alves da Silva Afonso e Maria de Lurdes da Silva Afonso.
1980.12.05 - Auto de medição de trabalhos n.º 4, correspondente à importância a liquidar de 303.38$80.
1981.01.09 - Parecer do GATAT sobre o estudo de revisão de preços apresentado pelo adjudicatário da obra, assinado pelo engenheiro civil António Sousa Alves e o engenheiro-diretor Luís António Teixeira Coutinho. Indica-se que a CMM deve “proceder ao pagamento da importância de 232.110$”.
O parecer é remetido à “viúva de José Zeferino Parente Afonso” pela CMM.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Centro Social de Vilar de Perdizes. Acedido em 22/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/18789/centro-social-de-vilar-de-perdizes