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Urbanização de Vale de Rãs - S. Vicente

Conjunto de documentação, incluindo as condições especiais da proposta, o projeto de moradias pré-fabricadas, o projeto de instalação elétrica, assim como documentação relativa ao processo de alienação de fogos na década de 1990.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Tipo de Processo
Designação do Processo
Urbanização de Vale de Rãs - S. Vicente
Anos Início-Fim
1976-1993

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1976.03.30
Última Data Registada no Processo
1994.01.14
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Outras Especialidades (Autoria)
Ernesto Francisco de Sousa Projeto Instalações Elétricas 1978Pessoa
Construção e Equipamento
Intervenção / Apreciação
José Santos Coração Diretor Regional IGAPHE 1993Pessoa
Síntese de Leitura

1976.03.30 - Memória descritiva de 4 tipos de moradias pré-fabricadas, elaborada pela SOMAPRE, não assinada. Começa por se referir as “inegáveis vantagens da industrialização da construção da pré-fabricação em série”, incluindo “melhoria de qualidade devida à escolha e tratamento adequado dos materiais; condições de trabalho cuidadas, ao abrigo da intempérie; mão de obra rotinada, portanto aperfeiçoada; recurso fácil a técnicas mais avançadas e a materiais dificilmente utilizados na construção tradicional; economia de tempo de construção, economia real na obra”. De seguida, explica-se que os quatro tipos “na realidade mais não são de que os já clássicos T1, T2, T3 e T4, “com as dimensões e nas condições legais”, resultando a sua compartimentação “da criteriosa disposição de módulos base, fundamento da pré-fabricação e da racionalização dos métodos seguidos pela SOMAPRE”.

A memória não descreve as soluções adotadas, considerando-se os desenhos “por si esclarecedores” e opta por descrever o processo de pré-fabricação da SOMAMPRE, “admitindo que não esteja ainda suficientemente divulgado, apesar de declarada a sua viabilidade pelo LNEC”. Este processo consiste na “pré-fabricação de todos os elementos estruturais, tendendo para limitar ao mínimo as operações a realizar na obra”, procurando “uma verdadeira industrialização da construção, única forma de dar rápida resposta às carências de habitação, por demais proclamadas”.

Salienta-se que o que distingue o sistema SOMAPRE é a possibilidade de utilizar o processo em construções em altura. Descreve-se que as paredes exteriores “são formadas por uma sucessão de painéis pré-fabricados com a altura ditada pelo pé-direito do edifício e com um comprimento múltiplo de 1,20m”, que tem uma espessura de 16 cm e são constituídos “por duas camadas de betão armado, separadas por uma outra de poliestireno expandido que confere à parede excelentes características de isolamento térmico”. Os painéis permitem, “por simples betonagem ‘in loco’, a execução e conveniente ligação entre eles, e ficam com “as superfícies acabadas com a pré-fabricação, podendo receber pintura directamente sobre elas”. Descrevem-se também os painéis de piso, “verdadeiras lajes aligeiradas e pré-esforçadas, que pelo facto de integrarem elementos ocos na sua espessura, lhe conferem apreciável isolamento térmico”. Os painéis têm uma largura de 2.40 metros e um cumprimento múltiplo do módulo de 1.50 metros, com “espessura determinada em função das sobrecargas regulamentares de utilização (15 cm em termos médios”.

Refere-se que o processo “permite utilizar a mais variada gama de acabamentos”, aconselhando-se, neste caso em particular, por critérios de ordem económica: paredes exteriores pintadas com tinta texturada; paredes interiores e tetos pintadas com tinta de água; caixilhos e portas em madeira de pinhi pintados a tinta de óleo; portas exteriores tipo “PLACARD” pintadas a tinta de óleo; pavimento revestido a alcatifa, tipo industrial.

1978.09.27 - Termo de Responsabilidade do engenheiro técnico eletrotécnico, Ernesto Francisco de Sousa, domiciliado em Portimão, “autor do projeto junto SOMAPRE Sociedade de Materiais Pré-esforçados SARL”.

O termo acompanha um projeto não datado, assinado pelo mesmo técnico.

1993.06.16 - Anúncio de concurso público para a alienação de duas frações habitacionais devolutas, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 141/88, de 22 de abril, com a redação dada pelo Decreto-Lei 342/90, assinado pelo diretor regional do IGAPHE, José Santos Coração (engenheiro). Refere-se o preço de venda de um T1 (2.170.000$00) e de um T2 (3.042.000$00).

Sem data - Programa do concurso público para a alienação de fogos devolutos. Explica os critérios de classificação e ordenação dos concorrentes admitidos.

A primeira preferência refere-se a candidatos que reúnam simultaneamente as seguintes condições: não possuir habitação própria na mesma área; ter um agregado familiar que, em função da sua dimensão, não tenha rendimentos anuais brutos superiores a 3 vezes o salário mínimo nacional; residam há mais de 5 anos na área. A segunda preferência refere-se a candidatos que reúnam apenas a primeira e a segunda condições; a terceira a candidatos que reúnam apenas a primeira e a terceira; a quarta a candidatos que reúnam a segunda e a quarta; e a quinta preferência a candidatos que não reúnam nenhuma das condições. Define-se que os fogos a adquirir se destinam “exclusivamente a residência permanente (…) e não poderão ser alienados durante (…) sete anos” e que, findo este prazo, “os fogos só poderão ser arrendados em regime de renda condicionada”.

1993.08.20 a 1994.01.14 - Documentação do Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE) relativa à aquisição de frações por particulares.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Urbanização de Vale de Rãs - S. Vicente. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/35329/urbanizacao-de-vale-de-ras-s-vicente

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).