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Edifício para Instalações do Gabinete de Apoio Técnico - Anteprojecto

Processo em pasta com rótulo do Gabinete de Apoio Técnico de Abrantes, onde se indica o número do projeto 276 A, o ano 1980 e a designação da obra: “Edifício para Instalações do Gabinete de Apoio Técnico - Anteprojecto”. Contém peças escritas e desenhadas do anteprojeto de arquitetura.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Tipo de Processo
Designação do Processo
Edifício para Instalações do Gabinete de Apoio Técnico - Anteprojecto
Anos Início-Fim
1980
Produtor do Processo

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1980
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Manuel A. G. Remédios Arquiteto GATA 1980Pessoa
Intervenção / Apreciação
Humberto A. V. Basílio Engenheiro Diretor GATAPessoa
Câmara Municipal de Abrantes Cedência TerrenosOrganização
Síntese de Leitura

Memória descritiva e justificativa, não datada, elaborada pelo arquiteto Manuel A. G. Remédios e assinada pelo engenheiro diretor do Gabinete de Apoio Técnico de Abrantes (GATA), Humberto A. V. Basílio, relativa à construção de um edifício destinado à instalação permanente do GATA, provisoriamente instalado em parto do edifício do Convento de S. Domingos desde março de 1976, data da sua criação. Começa por se referir a necessidade de tal projeto, já que a Câmara Municipal de Abrantes (CMA) manifestou intenção de adjudicar as obras respeitantes a um projeto de reconstrução do Convento, “que visa o seu aproveitamento com fins socio-culturais”. A construção de um novo edifício partiu de uma hipótese levantada em reunião de Câmaras do agrupamento de municípios que o GATA serve, tendo a CMA colocado um terreno à disposição.

Na secção referente à localização, fazem-se considerações amplas sobre o fenómeno de urbanização em Portugal, cujo atraso se traça desde o “significativo processo de emigração e centralização das populações nos principais centros urbanos,” provocando “um completo abandono das terras no interior do país”. Refere-se também a “inexistência de um plano director concelhio e do plano de urbanização da cidade”, enquadrando Abrantes num processo “de completa anarquia urbanística”. Descreve-se que a implantação do novo edifício “será feita na confluência dos dois arruamentos actualmente em execução na encosta da Barata”, localização que não se considera ideal, descrevendo-se como a falta de instrumentos urbanísticos, “que têm provocado danos gravíssimos e irremediáveis dentro deste contexto, fizeram com que não se verificasse qualquer outra alternativa à localização do edifício”.

A topografia do terreno condicionou o projeto. Tendo-se considerado que “a construção em diversos pisos sobrepostos tornava as instalações desarticuladas para os objectivos previstos”, optou-se por “uma estrutura em planos diferenciados”, ou seja, meios-pisos.

Funcionalmente, previu-se apenas uma entrada, “dando directamente para o piso em que se prevê a instalação dos serviços administrativos”, de forma a conseguir-se “um único bloco de comunicações verticais”. Procurou-se a “separação completa entre as áreas de funcionamento interno e as áreas de contacto com o pessoal exterior”. Assim, a entrada única dá acesso a um hall e diretamente à receção, tendo-se projetado uma escada independente da principal para acesso ao salão de trabalho. A sala da direção integra-se dentro do salão de trabalho, “facilitando os contactos entre a direcção e o pessoal”, tendo sido projetada com área suficiente para possibilitar reuniões. Os gabinetes dos técnicos superiores foram colocados junto à direção.

Refere-se que a “distribuição interna [do salão] é fruto dos estudos preliminares de ocupação de espaços e do tipo de organização de trabalho propostos no programa inicialmente elaborado em conjunto”. Definiu-se aí, "que os técnicos de apoio aos dois grupos fundamentais Arquitectura e Engenharia se localizassem numa posição intermédia, de modo a garantir o apoio a ambos”. As mesas de trabalho são dispostas de acordo com a iluminação natural, localizando-se os topógrafos na parte central “dado que a zona é a mais desfavorável” e “considerando a pouca permanência dos mesmos no salão”.

A sala de desenho e “amplamente envidraçada, de modo a garantir uma boa iluminação natural (… ) e uma continuidade visual interior/exterior”. A fachada poente será protegida do sol por árvores de folha caduca e estores, a fachada sul será protegida pela aba da cobertura e estores.

O salão terá um teto falso do tipo alveolar e pavimento alcatifado, “para garantir o isolamento acústico e a tranquilidade de trabalho”. Projetou-se também uma sala de serviços especiais de apoio independente, de forma a “separar as actividades que pudessem, de um modo ou outro, polarizar um número excessivo de técnicos”.

Contempla-se ainda “uma zona de futura expansão do edifício” no piso inferior do salão, “que poderá revestir-se de uma excepcional importância pelo facto de poder vir a instalar outros serviços a serem criados no âmbito da associação de municípios”.

Recursos

Documento (PDF)

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Edifício para Instalações do Gabinete de Apoio Técnico - Anteprojecto. Acedido em 20/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/35560/edificio-para-instalacoes-do-gabinete-de-apoio-tecnico-anteprojecto-1980

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).