Casa do Povo de Rio de Moinhos, Distrito de Santarém
Conjunto de documentação textual referente a inspeções realizadas à Casa do Povo de Rio de Moinhos, em Abrantes.
Identificação
Análise
1950.05.08 - Relatório de Inspeção à Casa do Povo de Rio de Moinhos pelo subinspetor da Inspeção dos Organismos Corporativos Jaime Victor Reis Martins.
A Casa do Povo de Rio de Moinhos tem a sua sede instalada em edifício próprio, de tipo comum, “acrescentado dumas dependências onde funciona um Lactário a cargo do Centro da Assistência Infantil de Rio Maior”. O Centro é subsidiado pelo Fundo de Socorro Social, Câmara Municipal de Rio Maior, Governo Civil de Santarém, Junta da Província do Ribatejo e outras entidades e autarquias. Nas instalações da Casa do Povo, funciona ainda a Comissão Municipal de Assistência (que partilha parte dos mesmos corpos gerentes) e a Caixa de Abono de Família.
Considera-se que desta acumulação de funções “resulta prestígio para o organismo” e, embora os seus serviços se ressintam um pouco, este “compensa largamente as pequenas deficiências encontradas nos serviços de Secretaria”. Nota-se que o mobiliário não tem qualquer cunho regional, “o que é pena”.
Junto da Casa do Povo de Rio de Moinhos funciona o Centro de Alegria no Trabalho n.º 45, cuja principal atividade é o futebol, para o qual possui campo próprio.
A Casa do Povo tem realizado bailes, concertos e sessões de cinema educativo na sua sede, “a última promovida pela Embaixada dos Estados Unidos da América”.
A biblioteca é “muito razoável, composta por algumas centenas de volumes”, embora estes não se encontrem em bom estado de conservação.
A Casa do Povo tem uma Delegação na Azinheira, uma aldeia próxima, onde funciona num edifício cedido gratuitamente e “presenteia aos sócios ali residentes festas e bailes”.
A Casa do Povo tem dois médicos, que recebem, em conjunto 2.500$00 mensais, e prestam serviço aos sócios uma parteira e uma enfermeira, “a título gratuito por serem abonadas pelo Centro de Assistência Infantil”.
Os médicos dão consultas todos os dias “um de manhã, outro à tarde”. A Casa do Povo concede subsídios de invalidez, de doença, de morte e medicamentos. Os medicamentos passaram a ser pagos em 20% pelos utentes a partir de 1949, o que levou a um decréscimo das consultas.
Os filhos dos sócios usufruem das Colónias de Férias (Foz do Arelho), para onde mandaram 20 crianças em 1947, 30 em 1948 e 15 em 1949.
1956.05.12 - Relatório de inspeção pelo subinspetor dos Organismos Corporativos, António dos Santos.
O muro de vedação da Casa do Povo estava ainda por terminar na última inspeção, mas vai agora completar-se, informando os dirigentes que a Junta Central das Casas do Povo vai conceder dinheiro para tal.
A Casa do Povo tem 920 sócios, número que diminuiu desde 1950 (1.140).
A Casa do Povo tem dois médicos, que recebem mensalmente 1.200$00, divididos pelos dois, para além de mais 250$00 cada pela Caixa de Previdência dos Operários do Distrito de Santarém, “pela assistência feira aos beneficiários da referida Caixa”. As consultas são dadas no posto médico da Casa do Povo.
A biblioteca da Casa do povo não funciona por falta de instalações: “existem 200 livros emprestados à Biblioteca Municipal que devem ser imediatamente recolhidos”. Nas instalações, existem duas meses de ping-pong, duas mesas de bilhar e um palco, onde atua o grupo cénico da Casa do Povo, “composto por 20 figuras de ambos os sexos”. Existe ainda uma secção desportiva com futebol, ginástica e atletismo, “praticadas num campo de jogos pertencente à Casa do Povo”.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Casa do Povo de Rio de Moinhos, Distrito de Santarém. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/46624/casa-do-povo-de-rio-de-moinhos-distrito-de-santarem