Habitações Sociais
Dossier cinza contendo duas pastas de cartão contendo documentação textual e gráfica com a indicação “Habitações Sociais / Novobra” referente ao Bairro de Casas Pré-Fabricadas, e um maço referente ao projeto do conjunto habitacional do Miradouro do Cansado, ambos em Castelo Branco.
Identificação
Análise
S.d.: Peças desenhadas de adaptação do projeto tipo do Fundo de Fomento da Habitação pela Câmara Municipal de Castelo Branco, para o conjunto habitacional do Miradouro do Cansado – alçados, plantas e pormenores. Os blocos integram apartamentos T4, T3 e T2.
1975.04: Memória descritiva e justificativa, assinada pelo arquiteto J. Pires Branco e pelo engenheiro civil João dos Santos Ramalho Eanes, relativa ao conjunto habitacional do Miradouro do Cansado. Trata-se de uma iniciativa da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Castelo Branco para construir um conjunto de 3 blocos, elaborados a partir de elementos do Fundo de Fomento de Habitação (FFH), na zona do Miradouro do Cansado. Até então a zona não teve dignificação desejável, apesar da sua localização privilegiada, embora inclinada. A “administração municipal, sensível por um lado aos valores paisagísticos oferecidos pelo local e por outro altamente preocupado em debelar o agudo problema habitacional da cidade em termos de habitação económica, não hesitou perante a falta de terrenos com que se debate em aproveitá-lo para este último fim, com a condição de ao mesmo tempo, ser valorizado a sua potencial adaptação paisagística”. Haverá um total de 24 fogos: 4 T4, 12 T3 (o de maior preferência na cidade) e 8 T2. Procurou evitar-se o contacto direto com a via púbica, recuando os blocos e tratando os patamares para circulação e convívio. Manteve-se o caráter económico, apesar das necessárias adaptações. Está acompanhada de caderno de encargos.
1976.11.17: Peças desenhadas (plantas) de blocos de habitação coletiva M.H.U.C – C.A.R, elaboradas pela Materiais Novobra.
1977.05.30: Auto de vistoria para habitação, da Câmara Municipal de Castelo Branco, de três blocos com 24 fogos na Rua Padre Manuel Crespo. A obra ficou concluída a 30 de agosto de 1977.
1977.07: Memória descritiva e justificativa relativa aos blocos “B/6T3/P3” (bloco de 6 T3, com 3 pisos), “B/8T3/P4” (bloco de 8 T3, com 4 pisos) “B/2T1-14T2/4P” (bloco com 2 T1 e 14 T2, com 4 pisos), com assinatura ilegível, da Materiais Novobra. Descreve os métodos e matérias de construção e as soluções adotadas. A organização das unidades habitacionais baseia-se numa malha de coordenação técnica de 12M, com recurso a pré-fabricação. A combinação de fogos foi elaborada segundo tipologias previstas pela Comissão de Apoio a Refugiados do Ministério da Habitação, Urbanismo e Construção. “se, por um lado, atendendo às circunstancialidades sócio-económicas das operações visadas pela C.A.R. se poderia considerar indesejável qualquer acréscimo de área sobre as previsões mínimas regulamentares, porquanto tais bases traduzem já por si uma análise de valores mínimos referentes à problemática ocupacional, o certo é que não se pode deixar de atender à tecnicidade dos sistemas estruturais praticados (…)”; a organização interna dos fogos regeu-se por uma estratégia económica de redução direta da superfície construída. Prevê-se a possível instalação futura de ascensores.
“Os edifícios projectados constituem modelos que poderão ser adaptados com apreciável grau de flexibilidade a terrenos de capacidade ocupacional e de morfologia diferentes, permitindo uma política de implantação que, convenientemente utilizada, se crê garantirá aos projectistas de urbanização uma base combinatória não negligenciável”.
Está acompanhada de peças desenhadas datadas de 20 de maio de 1977: alçados e um estudo de volumetria de um conjunto de blocos. [nota: correspondem aos blocos do Bairro de Casas Pré-Fabricadas]
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Habitações Sociais. Acedido em 12/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/documentacao/processos/50085/habitacoes-sociais