Quinta da Veiga, MontalegrePosto Experimental, Montalegre
Já existiria em Montalegre um Posto Experimental, pertencente ao Ministério da Economia, em maio de 1943, quando foi emitido o primeiro decreto-lei, de entre três publicados até julho de 1944, com vista à aquisição por parte do Estado de um terreno pertencente aos baldios de Montalegre, para o seu alargamento. Em contrapartida, foi cedida, “a título definitivo e gratuito, à Junta de Freguesia de Montalegre uma faixa de terreno pertencente ao Estado, que ficará sujeita ao regime de baldios." Não foi encontrada documentação que confirme a data de aquisição do terreno ou, de forma concreta, a sua finalidade.
Em 1950, a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, sob a alçada do Ministério da Agricultura, pretendia construir um novo estábulo no Posto Experimental de Montalegre, tendo como base um projeto feito para uma estrutura semelhante construída em Braga, e solicitando financiamento da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. O projeto de um estábulo para 12 cabeças de gado, com dependência para maternidade, foi apresentado em agosto do mesmo ano, correspondendo a um orçamento de 185.250$00, dos quais 70.000$00 financiados pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Dispondo apenas desta quantia, a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas resolveu avançar com a obra de construção civil, “ficando os acabamentos, manjedouras e restante apetrechamento para o próximo ano”, e adjudicou os trabalhos em fevereiro de 1951, por 152.000$00. A obra terá sido concluída entre novembro de 1951 e o início do ano seguinte.
As obras no Posto Experimental de Montalegre continuaram até 1961. Em 1955 iniciaram-se as obras do Núcleo Rural para o Posto Experimental de Montalegre - primeira fase - que seria concluída em 1956. Não foram encontradas fontes que documentem em que consistiu esta fase. Ainda durante o decorrer dos trabalhos, foi celebrado, em dezembro de 1955, contrato para a execução da empreitada de construção da segunda fase do Núcleo Rural para o Posto Experimental de Montalegre.
Em maio de 1958, a terceira fase da obra constava do Plano de Obras desse ano, com uma verba de 201.000$00, e o seu projeto, com orçamento de 397.300$00, compreendia trabalhos de urbanização, abastecimento de água e energia elétrica e construção da casa do guarda. A empreitada foi adjudicada em outubro do mesmo ano, pela importância de 392.634$30 e concluída entre 1960 e 1961.
O Posto Experimental funcionou durante várias décadas como posto de experiências no campo da agricultura e da pecuária, tendo sido entregue pelo Estado à Câmara Municipal de Montalegre, em 2007. Desconhece-se a data da sua desativação, mas o conjunto de contributos recolhidos na vila ao longo de 2023 é claro na valorização do contributo prestado pelo Posto à comunidade local. Vários testemunhos salientaram a sua importância no desenvolvimento da batata de semente, produto de grande importância na economia de Montalegre no século XX, na manutenção de culturas e ainda na criação de animais e raças não autóctones.
Segundo Anabela Vassalo, “haver centros experimentais acabava por apoiar os agricultores nas intervenções que tinham de fazer nas terras, mesmo até os próprios animais, como é que eles se comportavam aqui, como é que se comportavam em Mirandela, como é que se comportavam no Alentejo”. Salienta: “hoje em dia faz ainda mais sentido haver esses postos experimentais, porque o clima está tão divergente, que sabermos como é que se adaptam as espécies é essencial”.
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Localização
Estado e Utilização
Fórum
Documentação
A informação constante desta página, redigida por Catarina Ruivo, em 2023, foi reunida através de diferentes fontes documentais e bibliográficas e dos diversos contributos e testemunhos que pudemos recolher em Montalegre. Conta com os testemunhos de Adelino Bernardes, António Moura e Anabela Vassalo e Elói Pereira.
Para citar este trabalho:
Arquitectura Aqui (2024) Quinta da Veiga, Montalegre. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/1635/quinta-da-veiga-montalegre