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Adega Cooperativa de Borba

A Adega Cooperativa de Borba (ACB) foi promovida pela entidade com o mesmo nome, fundada em abril de 1955 a convite da Direção do Grémio da Lavoura de Borba. Foi constituída por “um conjunto de produtores insatisfeitos com as condições que eram praticadas no mercado controlado por ‘intermediários’ em termos de preços e margens, cientes da necessidade de ganharem escala e massa crítica para investirem em novas tecnologias e em marcas comerciais fortes”. Contou também com o incentivo da Junta Nacional do Vinho.

A primeira fase das instalações da ACB, localizadas no Rossio de Cima (Borba), foi iniciada no mandato de Joaquim Barnabé Ramalho, presidente entre 1955 e 1958. A comercialização de vinho e aguardente começou em 1959. Nos primeiros dois anos de funcionamento, as funções administrativas da ACB eram desenvolvidas no Grémio da Lavoura de Borba, onde também existia um posto de venda da adega.

Durante a década de 1960, registaram-se alguns investimentos na adega, como a ampliação dos tegões e a instalação de novas prensas.

A terceira fase das instalações da ABC foi projetada entre 1970 e 1971, e ocupou parte de um terreno contíguo adquirido para o efeito. Esta fase consistiu no aumento da capacidade de fermentação e guarda, e na construção de instalações para engarrafamento, receção de uvas e serviços de pessoal.

A partir de 1976 foram construídos novos melhoramentos, como balões para vinho e aguardente, um pavilhão para armazenagem, uma prensa contínua e um sem-fim para condução de massas, verificando-se também a montagem da primeira linha automática de engarrafamento de vinho e a aquisição de outros equipamentos de produção.

Na década de 1980 a ACB conhece um período de grande expansão ao nível das suas instalações, tendo sido adquirido um terreno perto da sede para o efeito, e montada uma nova linha de engarrafamento automático.

A referida expansão continuou na década de 1990, tendo sido construídos silos para acondicionamento de balsa e modernizado a destilaria e as linhas de engarrafamento, entre outros melhoramentos. A Loja da Adega foi instalada num prédio urbano comprado e remodelado para o efeito, no mesmo largo onde a adega está localizada. Foram ainda comprados um armazém no Rossio de Cima e um terreno para a construção de uma nova adega, localizada perto da antiga Estação Ferroviária de Borba. No final da década deu-se início à construção da área de vinificação. Novas ampliações da adega foram realizadas a partir de 2000. Em 2002 foi inaugurada uma nova loja da ACB (localizada nos antigos armazéns da FNPT / EPAC ?).

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Notas

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

A primeira e segunda fases das instalações da Adega Cooperativa de Borba encontram-se hoje praticamente escondidas pelas sucessivas ampliações que têm sido realizadas ao longo das últimas décadas.

A terceira fase aumentou a área de implantação da adega em cerca de 130%. Dois novos corpos foram construídos, adjacentes ao corpo existente, envolvendo-o pelo lado Sul. O novo corpo de depósitos de fermentação e guarda, a Sudoeste, mede cerca de 45 metros de comprimento por 17 de largura, e é constituído por dois andares de depósitos totalizando cerca de 15 metros de altura. A iluminação natural deste volume faz-se através de grandes janelões nos alçados de topo e de janelas altas a todo o comprimento nos restantes alçados. O novo corpo de instalações de engarrafamento, a Sudeste, mede cerca de 22 metros de comprimento por 16 metros de largura, e é constituído por uma nave com 6,15 metros de pé-direito, iluminada naturalmente por cobertura em “dente de serra” (sheds). O edifício dos serviços de pessoal, localizado no limite nascente do terreno, parece ter sido absorvido (ou demolido) aquando de uma nova expansão da adega. Tinha apenas um piso (c. 112m2) e era constituído por balneários e instalações sanitárias para homens e mulheres, bem como de uma sala comum (refeitório?) dotada de copa. Os alçados exibiam alguns recursos formais característicos da década de 1960.

Atualmente, as instalações da Adega Cooperativa de Borba ocupam uma parcela muito significativa da Vila de Borba. As instalações no terreno original (de cerca de 20 hectares) totalizam cerca de 12.000m2, e localizam-se a Poente do centro histórico, entre a estrada para Estremoz e a antiga linha e estação ferroviárias, e entre a Quinta da Prata e o limite noroeste da vila, onde se situa a nova adega (ocupando c. de 15 hectares).

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Data de Conclusão
c. 1955
Atividades

Localização

Comunidade
Morada
Largo Gago Coutinho e Sacadura Cabral 25, 7151-913 Borba
Distrito Histórico (PT)
ÉvoraDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto

Estado e Utilização

Utilização Inicial
Economia ˃ Agricultura e Pescas ˃ AdegaTipologia Funcional
Estado
ConstruídoEstado da Obra
Proprietário
Utilizador

Materiais e Tecnologias

Estrutura
Betão Armado 3ª Fase - Depósitos, sapatas, pilares, vigas, lajes e coberturaMateriais Construção
Vigas Metálicas 3ª Fase - CoberturaMateriais Construção
Construção
Alvenaria de Tijolo 3ª Fase - Paredes perimetraisMateriais Construção
Chapa de Fibrocimento 3ª Fase - CoberturaMateriais Construção

A informação constante desta página foi redigida por João Cardim, em fevereiro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Adega Cooperativa de Borba. Acedido em 21/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/17935/adega-cooperativa-de-borba

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).