O Quartel dos Bombeiros Voluntários de Albufeira foi construído entre os Cerros do Malpique e Caliços num terreno cedido pela Câmara Municipal (c. 0,56 ha) para o efeito, em zona de expansão urbana (antiga Quinta da Palmeira – zona de reserva para construção de equipamentos de iniciativa municipal), a norte do “Eixo Viário Principal” – futura Avenida dos Descobrimentos – e em articulação com a rede viária e os planos urbanísticos em estudos, à época, para estas zonas. Estavam previstos para o local a construção de habitação social de diversas iniciativas e alguns equipamentos desportivos e de recreio que constituiriam o futuro parque desportivo da então Vila de Albufeira.

Os níveis de crescimento do núcleo e a sua crescente ocupação sazonal tornavam evidentes a falta de meios, humanos e técnicos, na área da assistência e socorro à população do concelho. Criada a corporação de bombeiros voluntários a edilidade debatia-se, em 1979, com a necessidade de ultrapassar a carência de instalações próprias, em local que permitisse a construção de um edifício com todas as condições e características inerentes a um quartel de bombeiros.

O programa preliminar teve por base as diretrizes constantes em dois documentos básicos, da Inspeção de Incêndios da Zona Sul (IIZS) e da Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano, os quais a equipa técnica responsável pela elaboração do estudo Prévio conjugou com “normas inglesas e americanas sobre o assunto.” Embora tenha existido, desde a primeira hora, uma preocupação de integração urbanística do futuro equipamento respeitando, tanto quanto possível, as características da arquitetura local e, tendo em atenção o local de implantação, os autores salientam: “Do vocabulário da arquitetura tradicional, não fez nem faz por certo parte, nenhum edifício com uma função semelhante”, defendo que as soluções formais a um equipamento desta natureza “encontram-se muito mais facilmente na arquitetura industrial do que nos edifícios de habitação”, não hesitando “por isso em utilizar um vocabulário um pouco fora da arquitetura tradicional.” A dimensão considerável e a forma do terreno permitiram contrariar a altura, que por norma estes edifícios atingem, ao distribuir horizontalmente os diversos espaços com funções distintas, articulados por um corpo central em gaveto que resultaria numa planta em L. Com estrutura em betão e alvenaria simples de tijolo no interior, o exterior será revestido por painéis de betão moldados no local e as coberturas plana ou de duas águas para aproveitamento das chuvas.