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Piscina Municipal, Portalegre

Em 1964, a Câmara Municipal de Portalegre manifestaria o interesse de construir a piscina municipal, atendendo à distância da cidade a zonas balneares e ao interesse da população local – que manifestava já há muito esse desejo. A ser construída junto ao Estádio Municipal, viria a completar o conjunto das instalações da zona desportiva da cidade. 

Tanto quanto permite perceber a documentação encontrada e analisada, o processo começou em abril de 1964, com a elaboração de um anteprojeto da piscina, com vista à solicitação de comparticipação do Estado, sendo para tal, aberto o processo definitivo de assistência financeira.  Da autoria do Arq. Read Teixeira, o anteprojeto, localizado num terreno contíguo ao Estádio Municipal, integrava uma piscina de dimensões olímpicas com possibilidade de saltos de prancha, uma piscina para crianças e instalações de apoio e recreio. Submetido à apreciação de diversas entidades, como a Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos, a Direção dos Serviços de Salubridade e a Junta Sanitária de Águas, o anteprojeto, orçado em 1.950.000$00 seria aprovado em outubro de 1964.

Em fevereiro de 1965, o projeto definitivo, da autoria do Arq. Read Teixeira (em colaboração com o Eng.º Civil Manuel Ferreira da Silva Couto e com o Eng.º Eletrotécnico Fonseca Dias), seria submetido a aprovação. Com parecer favorável da Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos e da Direção de Serviços de Salubridade, a aprovação do projeto de execução ficaria pendente do parecer da Junta Sanitária de Águas.

Contudo, nesse mesmo mês, as obras seriam iniciadas, e em junho aberto um concurso limitado para adjudicação da primeira fase da empreitada, que seria adjudicada ao empreiteiro Apolinário Marçal, pelo valor de 2.700.000$00, em agosto de 1965. Em outubro desse ano, seria elaborada uma proposta de comparticipação formal, no valor de 465.000$00 (de um orçamento total da obra de 3.661.708$00) aprovada e atribuída por despacho ministerial em novembro seguinte. 

Apesar de não termos informação concreta, tudo indica que os trabalhos tivessem sido concluídos antes de dezembro de 1968.

Em março de 1970, com vista à construção da 2.ª fase da obra, é apresentado um anteprojeto, da autoria do mesmo arquiteto, para a construção de uma piscina coberta, que deveria completar o conjunto – permitindo o funcionamento durante os meses de verão, vem como o ensino da natação e a organização de competições. No entanto, apesar de aprovado o projeto, a 2.ª fase da obra nunca chegou a avançar e a piscina coberta nunca chegou a ser construída. 

Em 2023, encontrava-se em curso a elaboração de um projeto de arquitetura para a recuperação da piscina, que se encontra encerrada desde 2019 – fruto do seu estado de degradação associado a atos de vandalismo. A sua requalificação encontra-se prevista para 2024.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Data de Conclusão
1968
Comunidade

Localização

Morada
N18
Distrito Histórico (PT)
PortalegreDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto
InteriorContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra
Devoluto TotalEstado da Obra
Utilização Inicial
Cultura e Desporto ˃ Desporto ˃ PiscinaTipologia Funcional
Proprietário
Utilizador

Cronologia de Atividades

Atividades

Descrição Breve

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

A Piscina Municipal de Portalegre insere-se na zona desportiva da cidade, junto ao Estádio e Pavilhão Municipais. Integra-se na malha urbana, a Noroeste da cidade, junto a um dos principais acessos viários (Estrada Nacional N18), em proximidade com o Terminar Rodoviário e com a Escola Básica 2,3 de Cristóvão Falcão.

A sua implantação foi escolhida de acordo com a intenção de criação de uma zona desportiva na cidade, junto ao referido estádio, e teve em atenção as características topográficas naturais do terreno, a exposição à luz solar e a influência dos ventos.

Nesse sentido, o seu programa divide-se essencialmente entre a zona de banhistas, a zona de administração e a zona de público, articuladas em 3 pisos. 

A entrada principal faz-se pelo 3.º piso, que liga a piscina ao arruamento que lhe dá acesso, na fachada poente. Esta dá acesso a um átrio, que interliga as diferentes dependências localizadas neste nível, a saber: instalações sanitárias (masculinas e femininas) para público; esplanada para público com ligação ao bar e à piscina de crianças (que se localizam no piso inferior); e vestiários-balneários masculinos. 

No 2.º piso, acedido através de um vestíbulo com escada, encontram-se os vestiários-balneários femininos; gabinete de administração, com arquivo e sanitários anexos; gabinete do instrutor de natação, com sanitários anexos e acesso privado direto à piscina; sala de tratamentos e enfermagem; arrecadação de material da piscina; bar, com arrecadação anexa, que serve banhistas e público; bem como, junto à piscina para crianças, vestiários para crianças (masculinos e femininos) e dependências do vigilante. Este piso dispõe ainda de uma zona de esplanada, no topo norte da piscina de adultos, coberta com placa.

Por sua vez, no 1.º piso, situam-se a casa de máquinas e uma oficina arrecadação, com acesso ao exterior por meio de portas na fachada poente.

A um nível ligeiramente intermédio entre o 1.º e 2.º pisos, situam-se os 2 tanques de piscinas: uma para adultos, com dimensões olímpicas e orientação norte-sul, que apresenta cuspideiras e se destina tanto à pratica de natação como apresenta uma zona de saltos com torre de 4 pranchas (3, 5 e 10 metros de altura); e outra para crianças, de planta irregular. Esta zona é completada por lava-pés e zonas de esplanada e solário. 

Todo o conjunto apresenta circulações bem definidas ao nível da separação de zonas de pé descalço e pé calçado, bem como de zonas para banhistas e para público ou acompanhantes. Conta ainda com a presença de janelas de báscula junto aos tetos de cada piso, que permitem uma correta iluminação e ventilação dos espaços.

Destaca-se o aspeto simples e ligeiro da construção, sobretudo ao nível das fachadas, assumindo especial destaque a entrada na fachada principal - pelo revestimento em pedra da região. 

O conjunto é ainda valorizado pela perspetiva extraordinária que apresenta, que permite uma visão panorâmica sobre toda a paisagem envolvente, atendendo à sua implantação. 
Prevê-se que em 2024, - atendendo ao estado devoluto da piscina municipal, que se encontra encerrada desde 2019 - seja colocada em curso uma obra de requalificação do equipamento, pese embora não tenhamos conhecimento do projeto previsto - o que não nos permite aferir as possíveis alterações ao programa arquitetónico do conjunto. 

Materiais e Tecnologias

Estrutura
Betão ArmadoMateriais Construção
Construção
Alvenaria de TijoloMateriais Construção
Alvenaria de PedraMateriais Construção
Acabamento e Decoração
AzulejoMateriais Construção
Mosaico Cerâmico AntiderrapanteMateriais Construção
Cantaria de LiozMateriais Construção

Fórum

A informação constante desta página foi redigida por Tiago Candeias, em abril de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas. 

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Piscina Municipal, Portalegre. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/20509/piscina-municipal-portalegre

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).