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Portugal e Espanha 1939-1985

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Edifício-Sede da Sociedade Recreativa Musical Alegretense, Alegrete, PortalegreCentro de Convívio Alegretense, Alegrete, Portalegre

A Sociedade Recreativa Musical Alegretense desempenhou, desde a sua fundação em 1867 um papel importante na ação cultural e no campo da animação local da povoação e da região, que passou pela banda filarmónica amplamente conhecida, um grupo de teatro amador e pela organização de festas e convívios regulares.

O Edifício-Sede da Sociedade Recreativa Musical Alegretense foi construído com vista a ampliar essas áreas de atividade da associação e possibilitar a atração de um maior número de pessoas para a sua ação cultural e musical, contribuindo para o desenvolvimento sócio-económico-cultural da freguesia - dado a que as instalações de que dispunham não o permitiam. 

Assim, tanto quanto a documentação permite compreender, o processo de construção da sua sede, também conhecida como Centro de Convívio Alegretense, ter-se-á iniciado em 1976 com a formalização do pedido de apoio financeiro ao Estado, com vista à execução da obra.

O projeto, elaborado pelo Arq. Mattos Gomes e pelo Eng.º Rodrigues Raimundo, viria a ser aprovado em junho de 1976, com um orçamento total de 3.615.000$00. Assim, o Ministério da Habitação, Urbanismo e Construção concederia à Sociedade Recreativa Musical Alegretense uma comparticipação no valor de 3.230.000$00, através do Orçamento Geral do Estado, com vista à construção da sua sede.

Em agosto de 1976 seria autorizada, excecionalmente, a execução da obra em regime de administração direta, atendendo à larga participação da comunidade local que se disponibilizou voluntariamente a ajudar na construção. Este processo envolveria ainda a criação de uma comissão executiva da obra, composta maioritariamente por jovens, já que seria estes que a obra futuramente iria sobretudo servir. A Câmara Municipal de Portalegre, bem como os autores do projeto, assegurariam a assistência técnica. 

Assim, dar-se-ia início aos trabalhos.

Em novembro de 1976, seria concedida pelo mesmo Ministério um reforço da comparticipação no valor de 204.250$00, através do Orçamento Geral do Estado.

Já em novembro de 1977 seria aprovado pelo Gabinete Coordenador das Obras Públicas no Distrito de Portalegre um projeto de alterações do edifício, que tinha em vista o aproveitamento integral do último piso para a instalação de um Jardim Infantil. O orçamento eleva-se a 5.080.000$00 e isso levaria a uma nova comparticipação no valor de 1.391.000$00.

Após alguns acertos no orçamento, relativos a trabalhos a mais, estima-se que até 1980 a obra tenha contado com uma comparticipação total do Estado no valor de 5.900.200$00.

Não é contudo possível auferir a data de conclusão dos trabalhos.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Análise

Data de Conclusão
post. 1979
Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

O edifício apresentava, na sua origem, um programa que se desenvolvia em 3 pisos e aproveitava o desnível do terreno existente, possibilitando igualmente a grande flexibilidade de utilização das instalações. 

O piso de entrada apresentava um átrio coberto com vista à receção e convívio. Deste átrio acedia-se à sala polivalente, com palco amovível, que poderia ser utilizada para teatro, concertos, sessões de cinema ou ginásio. O piso apresentava ainda uma outra sala de apoio às atividades da sala polivalente e direção, uma pequena cabine de projeção e uma sala multiusos.

No piso -1, acedido por meio de escadas interiores ou exteriores, estaria localizada uma grande área de convívio com bar e cozinha, bem como um terraço exterior, com parque infantil e instalações sanitárias para crianças, que poderia ser utilizado como esplanada, espaço de patinagem e miradouro. Apresentava ainda um terraço coberto com vista panorâmica, espaço para ensaios da banda, camarim, gabinete, sala de leitura, arrecadação e instalações sanitárias para ambos os sexos. 

No piso -2 localizava-se o Jardim de Infância composto por uma área de receção, um gabinete, duas salas de atividades, refeitório, cozinha com despensa, arrecadação, e instalações sanitárias para crianças e adultos.

O edifício, apesar construção irregular devida aos condicionalismos do terreno, procurou integrar a sua volumetria e forma no ambiente da povoação, admitindo os arquitetos a sua inspiração em vários monumentos de Alegrete. 

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Atividades

Localização

Comunidade
Localização
Morada
Rua Joaquim António P. Correia
Distrito Histórico (PT)
PortalegreDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto
InteriorContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra

Materiais e Tecnologias

Estrutura
Betão ArmadoMateriais Construção
Construção
Alvenaria de TijoloMateriais Construção
Telha PortuguesaMateriais Construção
Acabamento e Decoração
Pavimentos revestidos a tijoleiraMateriais Construção
Tacos de pinhoMateriais Construção
Revestimento em AzulejoMateriais Construção

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2025) Edifício-Sede da Sociedade Recreativa Musical Alegretense, Alegrete, Portalegre. Acedido em 22/02/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/20635/edificio-sede-da-sociedade-recreativa-musical-alegretense-alegrete-portalegre

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).