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Edifício da Casa do Povo de Vila Franca, Viana do Castelo

A Casa do Povo de Vila Franca foi fundada em 1943, abrangendo as freguesias de Vila Franca e Subportela, duas freguesias de urbanização dispersa, com mais de 2.000 habitantes.

Uma década após a sua criação, a Casa do Povo tinha 604 membros mas não tinha sede adequada. Um relatório de inspeção de 1952 descrevia a situação como sendo “a pior possível”: a sede era “num autêntico pardieiro, de acesso difícil, situado no interior de um quintal e afastado dos principais aglomerados humanos das duas freguesias”, funcionando no mesmo espaço reduzido que um posto de ensino. Referia-se, no mesmo relatório, que a Casa do Povo já possuía um terreno junto à Igreja Matriz e aguardava comparticipação do Estado e subsídio do Fundo Comum das Casas do Povo para iniciar a construção da sua sede. Entretanto, explicava-se ainda, a população podia utilizar o terreno “por ocasião das festas típicas de Vila Franca, onde [havia] um reservatório de ricas manifestações folclóricas entre as quais se destaca a tão interessante Festa das Rosas”. Referia-se ainda que, embora a atuação da Casa do Povo fosse parca e consequentemente a instituição pouco reputada no meio local, “todos trabalharam pelo menos durante um dia, gratuitamente, para nivelar o terreno” da futura sede.

Em fevereiro de 1955, a Casa do Povo recebeu uma comparticipação do Estado de 138.000$00 e, em novembro de 1959, a sua sede encontrava-se praticamente concluída, tendo recebido um total de 350.948$00 em comparticipações e subsídios.

A construção do edifício “bom e amplo (…), talvez demasiado grandioso para o meio”, aparenta ter concentrado todos os esforços da Casa do Povo ao longo desses anos, tendo-se descurado quase por completo a ação social. Em relatório de 1959, o inspetor refletia:

 

“Se é verdade que para a Casa do Povo poder desenvolver cabalmente a sua missão é imprescindível uma sede - sem esta a própria designação de Casa do Povo é destituída de significado - não é menos certo que o imóvel só por si nada representa desde que se não dispense aos trabalhadores a protecção e o amparo de que eles tanto carecem.”

 

Dois anos mais tarde, em 1961, a Casa do Povo ainda não tinha sido inaugurada - faltando concluir alguns trabalhos.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Data de Conclusão
1962
Comunidade

Localização

Morada
Rua do Padre Quesado, Vila Franca, Viana do Castelo
Distrito Histórico (PT)
Viana do CasteloDistrito Histórico (PT)
Contexto
CosteiroContexto
UrbanoContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra
Utilização Inicial

Cronologia de Atividades

Atividades

Descrição Breve

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

A Casa do Povo de Vila Franca situa-se numa zona central da freguesia de Vila Franca, junto à Igreja Paroquial, ao cemitério, e a outros equipamentos de cariz assistencial, mas com fraca ligação à freguesia de Subportela, também abrangida na sua ação.

Localizado perto da Igreja Paroquial de Vila Franca, o edifício da Casa do Povo aparece integrado numa sucessão de espaços públicos entre o adro da igreja e os seus três terraços: um primeiro, enquadrando a escadaria de acesso ao edifício, um segundo, lateral, e um terceiro, limitado pelo desenho em L do edifício, que se projeta sobre a paisagem.

O projeto de arquitetura é da autoria Hernâni Nunes, não seguindo o projeto-tipo utilizado na maioria das Casas do Povo do concelho.

A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em agosto de 2024, com base em diferentes fontes documentais.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Edifício da Casa do Povo de Vila Franca, Viana do Castelo. Acedido em 19/09/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/31372/edificio-da-casa-do-povo-de-vila-franca-viana-do-castelo

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).