O antigo edifício-sede do Grémio da Lavoura de Abrantes situa-se na zona a sudoeste do núcleo antigo da cidade que se desenvolveu a partir de finais da década de 1950 e durante a de 1960 com o Plano de Urbanização da cidade e, finalmente, com a construção do Tribunal Judicial na década de 1970. A sua localização na zona da feira e na proximidade do mercado foi vista como favorável na elaboração do projeto, cuja memória descritiva salientava a “ligação íntima com o setor de atividades a que está ligado”.

O edifício implanta-se num terreno elevado sobre uma plataforma plana com ampla visibilidade sobre a paisagem circundante, onde previamente se realizava a feira. O projeto procurou preservar as qualidades de miradouro do terreno, mantendo parte de acesso público, criando uma varanda a todo o comprimento das suas fachadas sul e poente.

Localizado sobre um aterro plano, o arquiteto considerou que o partido construtivo a adotar seria uma “estrutura total de betão armado com o menor número possível de pontos de apoio”. A cobertura, consistindo num conjunto de abóbadas em fusos cerâmicos, respondia à forma irregular da implantação do edifício e resultava num espaço interior amplo para o armazenamento de mercadorias.