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Edifício da Junta de Freguesia do Bunheiro, Murtosa

O edifício-sede da Junta de Freguesia do Bunheiro foi construído segundo projeto de janeiro de 1981, assinado pelo engenheiro técnico civil António Tavares Lamego. A sua memória descritiva evidenciava as necessidades e importantes objetivos de ordem social que motivavam a realização da obra. Segundo este documento, era numa “decisão coletiva das carências do Bunheiro que se fundamentava a amplitude da obra”, salientando-se que “a ação de uma autarquia não pode contentar-se com o essencial desempenho de funções administrativas”. Pretendia-se, assim, que o novo edifício fosse “um posto de concentração das forças e movimentos culturais recreativos, artísticos e desportivos em que está empenhado o melhor da sua juventude que não encontrou, até agora, o local apropriado à manifestação das suas aptidões, ao convívio como meio de comunicação e de iniciativas no campo da criação artística, da promoção social, de todos os empreendimentos donde resultem a formação integral do homem”.

Desconhece-se a data de conclusão e entrada em funcionamento do edifício. A documentação atesta que, entre janeiro e março de 1981, decorreram vários procedimentos administrativos da Câmara Municipal da Murtosa para aprovação do projeto e que, em julho do mesmo ano, este já se encontrava em construção.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Notas

Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

A freguesia do Bunheiro é marcada por uma urbanização dispersa, onde o edificado se estende ao longo das estradas sem definir um centro urbano claro. Sendo, assim, difícil de caracterizar a localização do edifício-sede da sua Junta como central, esta aparece, de facto, no centro geométrico da freguesia, junto a uma das principais vias de atravessamento norte-sul do concelho da Murtosa, a Avenida de S. Mateus.

O edifício da Junta de Freguesia do Bunheiro é definido por dois volumes que se intersetam na marcação dos espaços de entrada: um bloco principal, paralelipipédico, com dois andares; um bloco secundário, térreo, que avança sobre a rua. O seu aspeto exterior destaca-se pelo ritmo dos alçados laterais, marcado por uma sucessão de janelas em T no primeiro andar, sobre vãos marcadamente horizontais no rés-do-chão. O volume de entrada relaciona-se com o exterior através de amplos vãos de vidro escurecido e dois alpendres, cada um voltado para uma das ruas de acesso. Sobre este volume, no alçado principal, projeta-se uma varanda, ao lado da qual se encontra um mural de azulejos com o brasão da freguesia e a inscrição “Junta de Freguesia do Bunheiro”.

No interior, o projeto original contemplava a utilização do rés-do-chão como uma zona dirigida ao público, aí localizando o átrio de entrada, um bar, o salão de festas e dependências anexas. O primeiro piso destinava-se às atividades administrativas da Junta de Freguesia mas compreendia também espaços para o grupo musical e o rancho folclórico da freguesia.

O edifício foi construído em estrutura de pilares e vigas em betão armado, com paredes em tijolo, teto em laje aligeirada com vigotas pré-esforçadas e telhado em fibrocimento (que terá, entretanto, sido substituído). O projeto original definia ainda que as portas e janelas seriam em alumínio branco, encontrando-se, em 2024, caixilharias de cor preta no edifício.

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Data de Conclusão
post. 1982
Atividades

Localização

Comunidade
Localização
Morada
Av. de São Mateus 267
Distrito Histórico (PT)
AveiroDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto
CosteiroContexto

Estado e Utilização

Utilização Inicial
Estado
DesconhecidoEstado da Obra

A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em janeiro de 2024, com base em fontes documentais.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Edifício da Junta de Freguesia do Bunheiro, Murtosa. Acedido em 14/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/43759/edificio-da-junta-de-freguesia-do-bunheiro-murtosa

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).