Associação dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós
Pasta de cartão da Câmara Municipal de Porto de Mós contendo documentação textual sobre o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós.
Identificação
Análise
1964.05.20: Ofício da direção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Soure dirigido ao presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós (CMPM), informando que “vai, em breve, inaugurar o seu novo edifício-sede, em substituição do velho e impraticável barracão que lhe servia de parque de viaturas”, com presença do Ministro da Saúde, “filho querido desta hospitaleira terra e grande animador da obra a inaugurar”. Devido à falta de recursos próprios para mobilar o quartel, solicita “uma pequena contribuição (…) que, no conjunto, seria classificada honrosamente por Oferta dos Presidentes dos Municípios de Portugal, em 1964”.
1971.11.12: O presidente da CMPM solicita ao engenheiro Helder Trigueiros Brito Pinção o envio de um exemplar do projeto do quartel de bombeiros enviado a Castanheira de Pera há cerca de 15 anos. Em resposta, os bombeiros de Castanheira de Pera referem não possuir tal projeto.
1972.10.12: Há objetos dos bombeiros guardados no edifício da escola velha de Porto de Mós, que se pretende demolir em breve.
1973.09.26: O vice-presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós envia à CMPM o projeto para o quartel-sede que se “pretende levar a efeito no terreno cedido” pela câmara.
1973.10.09: O presidente da CMPM envia ao presidente do Conselho Nacional dos Serviços de Incêndios dois exemplares do projeto do edifício para a sede dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós, considerado pela câmara em condições de aprovação.
1973.11.09: O presidente da CMPM informa não se opor à construção no terreno que pertence à associação na Rua Mestre de Avis, onde poderão ser construídos edifícios de 3 pisos.
1974.02.04: O projeto deve ser remetido à Direção-Geral dos Serviços de Urbanização.
1975.01.13: Relatório e contas de gerência de 1974 da Associação dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós. Não foi possível iniciar a construção da sede por não se ter recebido aprovação da entidade competente. Aguarda-se a marcação da escritura pública para a doação do local onde vai ser implantado o quartel. A CMPM deliberou doar o direito de “construir no local do edifício escolar da vila de Porto de Mós e seu quartel-sede”.
1975.01.25: O presidente dos Bombeiros Voluntários, Licínio Moreira da Silva, pergunta à CMPM em que posição se encontra a apreciação do projeto para o quartel.
1975.10.10: Em breves dias serão iniciados os trabalhos da 1.ª fase, adjudicados ao empreiteiro João Cerejo dos Santos, da Corredoura. A associação entende que cabe uma percentagem substancial do pagamento à CMPM “já que esta Associação prossegue a defesa de pessoas e bens dos municípios e de outras pessoas a que, na sua falta, competiria a essa Câmara Municipal desempenhar”. Solicita auxílio monetário para toda a obra; a primeira fase foi adjudicada por 613.513$00, mas a associação apenas dispõe de pouco mais de metade desse valor. Pede também que a câmara inste o poder central a comparticipar a execução do quartel-sede.
1975.10.28: A CMPM considera viável conceder subsídio, devendo este depender das suas disponibilidades financeiras consoante o andamento da obra e em função de outros subsídios que a corporação obtenha.
1975.11.21: A CMPM vai comparticipar a 1.ª fase com 300.000$00.
1975.12.05: A CMPM informa que, até à data, não deu entrada na Direção de Urbanização de Leiria nenhum pedido de comparticipação para o quartel-sede. Na sequência, a corporação informa ter nesse dia enviado o pedido.
1976.09.09: A CMPM mostra-se desagradada por se ter publicamente comunicado que já foi construída a quarta parte do quartel-sede inteiramente suportada pela associação, omitindo-se a comparticipação da câmara apesar da sua difícil situação financeira.
1976.10.30: Memorando sobre a construção do quartel-sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós. A direção da associação aprovou o projeto em 26 de setembro de 1973, posteriormente aprovado pela CMPM. Obteve parecer favorável do Conselho Nacional do Serviço de Incêndios em 1975. O pedido apresentado para comparticipação estatal foi apresentado à Direção de Serviços de Melhoramentos Urbanos (Ministério do Equipamento Social) e recebeu o número 18/EU/76. Entretanto, o pedido não teve andamento visto que “com a criação legal dos Gabinetes de Obras Municipais (GCOM), a atribuição de comparticipações haver sido descentralizada para os Distritos do país, cabendo ao GCOM do distrito de Leiria apreciar o pedido formulado por esta Associação”. A associação tentou colocar-se diretamente em contacto com o GCOM para expor os motivos da necessidade urgente de comparticipação. Em abril de 1976, foi informada de que o projeto não foi incluído em qualquer plano para esse ano, devendo ser completado com medições, orçamento e caderno de encargos; acabam de receber esses dados do engenheiro civil. Será necessária uma comparticipação substancial, pois até à data só conseguiu angariar 1.500.000$00, e julga que nos próximos cortejos não excederá os 1.200.000$00. A sede não será apenas para esse fim, disponibilizando uma sala para espetáculos e jogos, inexistente na zona “pois o barracão da Câmara Municipal está condenado ao desaparecimento com a construção da Casa da Justiça”.
1977.03.04: A associação afirma que o facto de não ter obtido um parecer do Conselho Nacional de Incêndios, pedido há quatro anos, tem contribuído para protelar a concessão de comparticipação estatal. Solicitam comparticipação de 500.000$00 à CMPM para as obras até à cobertura do edifício.
1977.03.10: A Inspeção de Incêndios da Zona Sul concorda com o projeto.
Documentação não tratada arquivisticamente.
Para citar este trabalho:
Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Associação dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós. Acedido em 04/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/documentacao/processos/63017/associacao-dos-bombeiros-voluntarios-de-porto-de-mos