Equipamento de
Utilização Coletiva em
Portugal e Espanha 1939-1985

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Construção dum Campo de Futebol em Alqueidão da Serra

Processo constituído por 2 pastas de cartão castanho, com inscrições manuscritas referentes à construção dum campo de futebol em Alqueidão da Serra, concelho de Porto de Mós. Contém documentação textual e gráfica.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Tipo de Processo
CorrespondênciaTipo de Processo
Projeto de ArquiteturaTipo de Processo
Anos Início-Fim
1982-1989
Localização Referida
Referência Inicial
60/ERU/84

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1982.05.12
Última Data Registada no Processo
1989.01.10
Financiamento
PIDDAC/87Programa
Intervenção / Apreciação
Artur José P. Homem da Trindade Presidente CMPM 1982Pessoa
Pedro António Carvalho Matias de Pina Engenheiro Diretor DEDL/DGERU 1984, 1986Pessoa
Pelágio Freire da Costa Mota Arquiteto Assessor Interino DSE/DGERU 1985Pessoa
Mário Botelho Vaz Arquiteto Principal DGERU 1986Pessoa
Joaquim Henriques Godinho Engenheiro Técnico 1.ª Classe DSE/DGERU 1986Pessoa
Celestino Rogério Martins Braz DSE/DGERU 1986Pessoa
Síntese de Leitura

1982.05.12: Memória descritiva do campo de jogos de futebol em Alqueidão da Serra, assinada por um técnico (assinatura ilegível) do Gabinete de Apoio Técnico (GAT) de Leiria, que pretende ser construído pelo Futebol Clube Alqueidão da Serra. O campo tem dimensões de 100x64 metros, com orientação noroeste-sudeste, e vedação em tubo de ferro fixo em pilares de betão. Há desenhos de implantação, e memória relativa aos balneários e vestiários, com fundações em betão, paredes em alvenaria de tijolo e lage aligeirada tipo Novobra.

1982.09.03: Estatutos da associação sem fins lucrativos Alqueidão – Futebol Club, com caráter desportivo, recreativo e cultural.

1982.11.10: Informação do presidente da Junta de Freguesia de Alqueidão da Serra, José da Silva Catarino, reconhecendo a falta da existência de um campo de futebol e apoiando a iniciativa do Alqueidão Futebol Club de construir um campo. Considerando o “elevado apreço que toda a população tem pelo desporto, e em especial pelo futebol”, fica ao dispor para qualquer auxílio.

1982.11.17: O presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós (CMPM), Artur José P. Homem da Trindade, informa a Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano (DGERU) que “considera prioritária a realização da obra do Parque Desportivo” de Alqueidão da Serra, garantindo 20% das verbas necessárias à realização visto que a freguesia não possui qualquer equipamento desportivo. Considera justo contemplar a obra no programa da DGERU.

1982.11.??: A presidente do Parque Natural de Serra de Aire e Candeeiros, Isabel Fonseca, expõe que a entidade emitiu anteriormente um parecer negativo sobre a construção do campo de futebol no “local designado por cabeço do sol na freguesia de Alqueidão da Serra”. A freguesia optou então por construir em local fora dos limites e jurisdições do parque.

1983.02.08: Declaração da Delegação de Leiria da Direção-Geral dos Desportos considerando positiva e muito necessária a construção de um campo de futebol para o Alqueidão Club de Alqueidão da Serra. Não existem campos na zona e “aquela instalação é prioritária para que esta colectividade continue a desenvolver as louváveis actividades desportivas que vêm mantendo ao longo dos anos”.

1983.03.21: A casa do Povo de Alqueidão da Serra reconhece a importância da construção do campo de futebol na freguesia.

1983.12.05: A CMPM aprovou o projeto de construção.

1984.02.??: Informação da Câmara Municipal de Porto de Mós sobre o projeto do campo de futebol em Alqueidão da Serra, aprovado e com pedido de comparticipação feito à DGERU. A obra foi executada em 40%, faltando 60% da comparticipação da DGERU. “Trata-se da 4.ª freguesia mais importante do concelho, que merece todo o apoio”.

1984.03.15: Informação do engenheiro diretor da Direção de Equipamento do Distrito de Leiria (DEL), da DGERU, Pedro António Carvalho Matias de Pina. Foi recebido um pedido de comparticipação em abril de 1983 (enviado pela associação em novembro de 1982) para construção de um campo de futebol, ao qual a DEL solicitou documentos em falta. Até à data, o pedido não está regularizado pois a entidade peticionária não enviou a documentação.

1984.08.23: O projeto está em apreciação na Direção de Equipamentos de Coimbra.

1985.04.01: Arcelino Mirandela da Costa, Diretor-Geral dos Desportos (DGD), comunica que os Serviços Técnicos da Divisão de Urbanização, Engenharia e Arquitetura Desportiva não podem emitir parecer pois o projeto é omisso quanto “à constituição e caracterização do tereno de jogo e rede de drenagem”. Envia exemplar do projeto-tipo de campo de futebol como base de apoio.

1985.05.27: Ofício do presidente da Casa do Povo de Alqueidão da Serra, José da Silva Catarino, dirigido ao Secretário de Estado das Obras Públicas. Recorda que aquando da inauguração do edifício polivalente da Casa do Povo, Posto Médico e Junta de Freguesia de Alqueidão da Serra, o Vice-Primeiro Ministro, Mota Pinto, prometeu ao Alqueidão Futebol Club uma comparticipação de 3.000.000$00 para conclusão das obras do campo de futebol, então também por ele visitadas com os Secretários de Estado das Obras Públicas, Eugénio Nobre, e da Segurança Social, Leonor Beleza. “A população de Alqueidão da Serra está preocupada com a falta de andamento deste processo, quando sabe que outros casos, como os da comparticipação ao Lar de Idosos da Cruz da Légua e à União Recreativa Mirense já foram concedidos, mantendo-se paradas as Obras por falta das necessárias verbas prometidas”.

1985.10.01: Memória descritiva e justificativa de alteração do sistema de drenagem do projeto do campo de futebol de Alqueidão da Serra, assinada pelo engenheiro técnico civil A. Pereira de Almeida do GAT de Leiria. Há um desenho correspondente.

1985.11.12: Arcelino Mirandela da Costa dá conta do parecer favorável dos Serviços Técnicos da Divisão de Urbanização, Engenharia e Arquitetura Desportiva da DGD. A solução é satisfatória e “extraordinariamente económica”.

1985.11.20: Apreciação do projeto assinada pelo arquiteto assessor interino da Direção dos Serviços de Estudos da DGERU, Pelágio da Costa Mota. Nada há a opor dado que os estudos se baseiam nas tipologias desenvolvidas pela DGD, embora faltem instalações sanitárias para o público (que podem ser integradas no edifício projetado). Faltam os cálculos da estrutura. A obra importará em c. 7.000.000$00. Superiormente julga-se ser de aprovar mediante apresentação dos elementos em falta.

1985.11.26: Proposta de comparticipação, assinada pelo Diretor de Equipamento, Pedro António Carvalho Matias de Pina. A obra está orçamentada em 6.554.712$00 e figura no PIDDAC/85 (obras novas – equipamento), com comparticipação de 1.800.000$00 repartida por 1985 e 1986. Propõe a concessão da comparticipação prevista em plano no valor total apresentado. Há uma informação superior, manuscrita (assinatura ilegível), que refere que a obra foi abatida ao PIDDAC/85 no reajustamento, e será incluída no Plano86.

1985.12.11: Memória descritiva das instalações sanitárias públicas no campo de futebol, pelo GAT de Leiria, destinadas a 500 a 600 espetadores. Há desenhos.

1986.01.14: Apreciação do arquiteto principal da DGERU, Mário Botelho Gonçalves Vaz. Os balneários anteriormente sugeridos não foram colocados no edifício, mas no topo sul do campo, junto da entrada do recinto para evitar conflitos entre público e jogadores. O projeto parece corretamente elaborado.

1986.02.04: O subdiretor-geral, M. Aníbal C. Valente, informa que a obra de construção do campo de futebol está inscrita na proposta do Plano de Compromissos 86. Corresponde a comparticipação de 4.200.000$00.

1986.02.19: Informação de Pedro António Carvalho Matias de Pina. O orçamento atualizado dos trabalhos é de 14.313.294$00, mas julgam-se os preços unitários algo exagerados, pelo que o preço deve ser fixado em 12.166.300$00 (85% do valor apresentado). Assim estará em condições de servir de base a execução da obra.

1986.04.22: O engenheiro técnico de 1.ª classe da Direção dos Serviços de Estudos da DGERU, J. H. Godinho, propõe a aprovação ao aditamento do projeto. Há despacho manuscrito de aprovação com assinatura ilegível, referindo que “o acréscimo na comparticipação não poderá ser assegurado para este ano”.

1986.09.29: Informação do engenheiro civil de 1.ª classe Pedro António Carvalho Matias de Pina. O despacho do secretário de Estado de 2 de junho de 1986 aprovou o projeto de arquitetura com orçamento de 11.283.600$00, a remodelação do projeto de eletricidade e o orçamento global de 12.166.300$00 com reforço de comparticipação de 5.500.000$00. A obra figura no Plano de obras Novas -C.A.G., Setor de Desporto e Educação dos Tempos Livres – Programa de Equipamento Desportivo com comparticipação total de 1.800.000$00. Ao orçamento anteriormente global referido corresponde uma comparticipação de 7.300.000$00 (60%). Foram já realizados trabalhos na ordem dos 60% (escavação, aterro), no valor de 2.062.083$00. Propõe-se escalonar os 1.800.000$99 por 1986 e 1987, ficando o remanescente anotado para inclusão em plano próximo ou reajustamento.

1986.10.09: Julga-se de aceder ao pedido de execução da obra por administração direta, excluindo as instalações elétricas, visto que não apresenta dificuldades de concretização e o GAT de Leiria, autor do projeto, assistirá tecnicamente à obra.

1986.10.20: Memória descritiva do aditamento ao projeto de eletricidade, assinado pelo técnico David José da Silva do GAT de Leiria. Menciona que o GAT foi encarregue pela CMPM de elaborar o projeto do campo de futebol em abril de 1982, que veio a ser entregue no mês de maio. Em junho de 1986 foi solicitada alteração do projeto de eletrificação.

1986.11.25: O presidente da Assembleia de Freguesia de Alqueidão da Serra lamenta não ter ainda chegado a comparticipação da obra, nem a autorização para iniciar os trabalhos de construção. Tal gera um clima de insatisfação e desconfiança face ao poder político entre a população. Note-se que há envio de ofícios semelhantes a diversas entidades, incluindo deputados da Assembleia da República.

1986.11.28: A. Campos Vieira julga de propor aprovação do projeto retificativo de eletricidade e orçamento global de 14.100.000$00.

1986.12.29: Celestino Rogério Martins Brás, da Direção de Serviços de Equipamento, propõe anotação do reforço de 5.423.000$00.

1987.01.13: A obra está inscrita no PIDDAC/87, mas aguarda-se o envio do processo de concurso para apreciação.

1987.01.19: Ofício de Pedro Taveira Leite Pereira, chefe de divisão do Departamento Central de Planeamento. O Gabinete de Estudos e Planeamento da Administração do Território (GEPAT) procedeu a duas alterações orçamentais; o projeto não foi alvo de execução e foi transferido para 1988, o que não se previu no PIDDAC 87.

1987.05.13: Informa-se que os trabalhos tiveram início a 16 de abril desse ano.

1987.12.15: Auto de medição de trabalhos, na importância de 661.772$00.

1988.08.??: O Alqueidão Futebol Club informa que está marcada a data de inauguração do campo para 2 de outubro próximo, embora não tenha sido possível dar o andamento desejado às obras devido às condições climatéricas.

1988.10.26: A obra encontra-se concluída, solicita-se vistoria às instalações elétricas.

1989.01.10: Informação do engenheiro técnico principal da Direção dos Serviços de Equipamento, José Rafael Matos Silva, relativa aos trabalhos a mais, no valor de 385.930$40, da rede de drenagem. Há um despacho do chefe de divisão, que argumenta que os trabalhos foram feitos sem aprovação e autorização dos serviços, pelo que não julga estarem integrados no espírito do despacho n.º 3/87 do Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território (SEALOT).

Para citar este trabalho:

Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Construção dum Campo de Futebol em Alqueidão da Serra. Acedido em 04/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/documentacao/processos/63540/construcao-dum-campo-de-futebol-em-alqueidao-da-serra

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).