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Pavilhão Stella Maris e Lar de Santa Maria

Dossier preto contendo documentação gráfica e textual relativa à construção do Lar de Santa Maria e do Pavilhão Stella Maris, em Peniche.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Identificação

Arquivo / Biblioteca
Tipo de Processo
Projeto de ArquiteturaTipo de Processo
CorrespondênciaTipo de Processo
Anos Início-Fim
1968-1980
Localização Referida
Referência Inicial
Processo 493
Produtor do Processo

Análise

Primeira Data Registada no Processo
1968.08.20
Última Data Registada no Processo
1980.07
Projeto de Arquitetura (Autoria)
Financiamento
Síntese de Leitura

S.d.: Memória descritiva e justificativa, sem assinatura, relativa a um “grande pavilhão – centro de cultura e recreio” e a um lar para velhos e jardim-escola. Implantados um ao lado do outro para obter vantagens nos serviços, custos e inter-relações. Crê-se que “a actividade de um irá contribuir e possibilitar a subsistência do outro”, visto que o lar e jardim de infância não poderá viver de esmolas. As zonas envolventes estão maioritariamente desocupadas. O pavilhão deve acomodar funções de sala de espetáculos de desporto (função primordial), teatro e cinema, e orquestra e orfeão, bem como integrar uma escola de educação musical para jovens e uma oficina de artesanato (ambas numa zona que aproveita o declive do terreno). O lar e jardim-escola tem apenas um piso (facilitando serviço e circulação dos utentes), excetuando uma zona dedicada a marítimos em trânsito e alojamento do pessoal. Para esse edifício adotou-se o sistema de pátios, com “ocupação extensiva do solo à maneira de pequeno aldeamento”. A estimativa de custos é de c. 5.000.000$00.

S.d.: Desenhos (alçados, plantas, cortes) da autoria do arquiteto J. Braula Reis em colaboração com J. A. Paradela, cujo cliente é a Obra do Apostolado do Mar. Há peças para o Pavilhão Stella Maris em Peniche, e outras para o Lar e Jardim Escola (Lar de Santa Maria). A planta de localização demonstra a implantação próxima de ambos os edifícios, nas imediações da Escola Técnica.

S.d.: Desenhos de arquitetura de um pavilhão desportivo a construir em Peniche, sem autoria.

S.d.: Memória descritiva, sem autoria, relativo ao edifício a edificar por iniciativa da Obra do Apostolado do Mar – Stella Maris, dedicada ao apoio a marítimos, que inclui escola infantil, lar para pessoas idosas, núcleo de serviços e refeitórios e capela semi-pública. Existe em Peniche o clube Stella Maris, que possui sala de convívio, salão de festas, biblioteca, jardim de infância e lar para idosos. Apesar de ter sido alvo de obras recentes que melhoraram as instalações recreativas, não foi possível incrementar a parte educativa e assistencial. A Obra possui terrenos para construção do edifício, e contará com contributos da Fundação Gulbenkian. A descrição é idêntica à memória descritiva anteriormente identificada. Poderá ser executado em duas fases. O acesso é feito por um átrio alpendrado de onde partem galerias cobertas para a escola, o lar e a capela. O lar possui diferentes tipos de quartos para distinto número de ocupantes, no total de 60 camas, em zona desenvolvida em torno de um pátio interior, que servirá para diversas funções “anulando-se (…) o ar institucional que normalmente caracteriza os grandes espaços em obras deste género”. O corpo conta ainda com enfermaria com sala de tratamentos, gabinete médico e bloco de banhos. A escola infantil, com capacidade para 80 a 100 alunos de idades entre os 2 e os 6 anos, desenvolve-se num corpo com sala polivalente que serve de refeitório, ginásio ou salão de festas. “As alas prolongam-se para o exterior por intermédio de páteos ajardinados”. A capela, de nave simples, situa-se junto à entrada. O corpo de serviços tem, no rés-do-chão, cozinha, refeitório do pessoal, roupara, lavandaria, armazéns, e no primeiro andar as instalações do pessoal residente.

1968.08.20: Desenhos do Pavilhão Stella Maris, da autoria do arquiteto J. Braula Reis com a colaboração de Carlos Paiva. Não corresponde ao edifício que foi construído. Da mesma data, há desenhos para o Lar de Santa Maria, da autoria do arquiteto Braula Reis com a colaboração de José António Paradela.

[1968?]: Memória descritiva do pavilhão Stella Maris. O programa impunha um recinto polivalente para atividades desportivas e culturais, para realização de exercício físico e espetáculos, exposições e afins. Porém, predominou a necessidade de contenção de custos, pelo que se recorreu há sobreposição/fusão de espaços correspondentes a funções alternativas. Planeia-se assentar as bancadas diretamente sobre o terreno (capacidade de 720 lugares). Internamente, trata-se de um espaço único de planta quadrada.

1980.05.13: Nota manuscrita do padre Bastos para o presidente da câmara municipal de Peniche, na qual se refere que ainda não se conta com subsídio estatal para a construção do pavilhão polivalente. O esforço para levar a obra até ao fim está a ser grande, portanto indaga sobre a possibilidade de contar com novo subsídio da câmara para o efeito.

1980.07: Planta de conjunto, na qual se observam edifícios a sul do pavilhão polivalente, identificados como Externato Atlântico (escola preparatória e secundária, e escola primária), iniciativa da Obra do Apostolado do Mar. Trata-se de um anteprojeto, sem concretização, assinado pelos arquitetos J. Braula Reis e Fernandes Trindade (ASSO – Arquitetos Associados).

A partir de1984, surge a possibilidade de executar uma quarta fase no lar, correspondendo a um lar para deficientes graves, com apoio municipal e do Centro regional de Segurança Social de Leiria. Não se apurou o desfecho.

Para citar este trabalho:

Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Pavilhão Stella Maris e Lar de Santa Maria. Acedido em 05/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/documentacao/processos/64705/pavilhao-stella-maris-e-lar-de-santa-maria

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).