Edifício da Banda de Música de Oliveira, Barcelos
No início da década de 1980, a Banda de Música de Oliveira - instituição fundada em 1782 - solicitou à Câmara Municipal de Barcelos o projeto de um edifício para os seus ensaios. De acordo com a memória descritiva do projeto elaborado nos serviços do Gabinete de Apoio Técnico do Baixo Cávado, a banda ensaiava, então, em condições precárias, vendo-se obrigada a recorrer a cobertos e outros tipos de instalações improvisadas emprestadas por membros da população. Considerava-se que “nestas condições é difícil ensaiar, as vocações não aparecem e uma forma cultural do povo se manifestar, perde-se”.
Embora o projeto, assinado pelo arquiteto José Silva Menezes, datasse de julho de 1981, a Banda Musical de Oliveira só adquiriu terreno para o seu novo edifício em outubro de 1984. Ao longo do ano seguinte, sucessivas apreciações desfavoráveis do projeto de instalação elétrica foram atrasando o início dos trabalhos de construção. Só em 1988 foi definido o protocolo de comparticipação na obra pelo Ministério do Planeamento e da Administração do Território e iniciados os trabalhos. A obra terá sido concluída em 1991, ano do qual data o auto de vistoria geral.
Em 1998, a Banda de Música de Oliveira - então com 500 sócios e 120 utilizadores da sua sede - candidatava-se à comparticipação do seu projeto de ampliação do edifício pela construção de um novo piso para sala de ensaio, salas de aulas e ampliação da área de espectadores no auditório já existente. A obra decorreu entre finais de 1998 e meados de 1999.
Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave, abaixo.
Análise
A pequena dimensão do terreno disponível e a sua forma irregular ditaram a configuração do edifício-sede da Banda de Música de Oliveira. O programa organizava-se, originalmente, num edifício triangular térreo, definido pelos limites da parcela, e incluía sala de ensaios, espaços para escritório, secretaria, armazenamento e garagem. Condicionada pelo terreno, a sala de ensaios assume uma forma irregular, justificada na memória descritiva como favorecendo as suas condições acústicas e possibilitando uma utilização dinâmica, com “disposições mais variadas e mais convenientes de acordo com o tipo de manifestações a apresentar”. A memória defendia ainda que o espaço era assim “enriquecido, funcionando como estimulador espiritual em oposição com a vivencia constante em espaços duma maneira geral de conceção racionalista ortogonal e monótonos a que as nossas habitações, por aspetos económicos e não só, estão condicionadas”.
O projeto original do edifício previa já a sua futura ampliação, tendo-se dotado a laje de cobertura das características estruturais necessárias para conseguir suportar um novo piso.
Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)
Localização
Estado e Utilização
A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em agosto de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabalho:
Catarina Ruivo para Arquitectura Aqui (2025) Edifício da Banda de Música de Oliveira, Barcelos. Acedido em 06/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/obras/60885/edificio-da-banda-de-musica-de-oliveira-barcelos