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Bairro 1.º de Maio, BarcelosBairro de 100 Casas para Famílias Pobres, Barcelos

Em 1946, a Câmara Municipal de Barcelos pretendia adquirir um terreno para a construção de um bairro para famílias pobres, com 100 fogos, que se considerava uma obra de "magno alcance social e cuja a realização se [impunha] com urgência, dada a necessidade de, sem perda de tempo, se melhorarem as condições de habitação e de higiene de uma centena de famílias pobres”.

O projeto do conjunto foi elaborado na Repartição Técnica da Câmara Municipal e assinado pelo engenheiro Américo Damásio, segundo indicações da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização e com a assistência técnica da sua Direção do Norte, e teve parecer favorável do Conselho Superior de Obras Públicas ainda em 1946. Em 1947, a obra foi comparticipada pelo Estado, através do Fundo de Desemprego.

A obra consta de uma publicação do Ministério das Obras Públicas, que indica que foi concluída em 1951.

Em 1969, a Câmara Municipal de Barcelos solicitou comparticipação do Estado para a realização de um projeto pendente desde 1962, de construção de habitações para as famílias que seriam desalojadas das ruas Nova de São Bento e Trás das Freiras, para prolongamento da Avenida D. Nuno Álvares Pereira. O apoio financeiro pretendido era superior ao normalmente concedido, de acordo com o estipulado no Decreto-Lei 34.386. Ainda no mesmo ano, o Gabinete de Estudos da Habitação, da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização, apresentou uma proposta de implantação de blocos de três pisos, segundo um projeto tipo.

No final de 1972, a Câmara Municipal de Barcelos voltou a solicitar uma comparticipação do Estado, agora para “completar a urbanização da zona envolvente ao agrupamento para 60 famílias modestas, construído pelo Fundo de Fomento de Habitação”.

Vinte anos após a conclusão do conjunto inicial, entre 1972, a Câmara Municipal de Barcelos remeteu ao Fundo de Fomento da Habitação um projeto para a transformação de algumas habitações T3 em T1, para o alojamento de pessoas não contempladas no bairro contíguo, “dado tratar-se de casais sem filhos ou pessoas sem qualquer família”. A mesma obra consta de um pedido de comparticipação ao Estado pelo Município, de 1973.

 

Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave, abaixo.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Análise

Data de Conclusão
1951
Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

O Bairro 1.º de Maio situa-se a norte da cidade de Barcelos, numa faixa entre a Estrada Nacional 204 e a linha de caminho de ferro que se caracteriza pela predominância de habitação unifamiliar.

O conjunto é composto por habitações agrupadas duas a duas, com quintal no logradouro. Originalmente, o projeto previa a inclusão de uma escola, uma igreja e um posto clínico no espaço do bairro, sendo estes serviços então considerados necessários para a expansão urbana para uma área “em que nada [existia] sob o ponto de vista de assistência, quer moral, espiritual ou físico”. Embora não em concordância com o projeto de 1946, existem (em 2025) equipamentos com estas funções na proximidade do conjunto habitacional.

O aspeto exterior das casas foi condicionado por questões economia financeira. As casas foram construídas com placas de granito - material não habitual neste tipo de construção. Esta opção garantia “construção mais barata”, sem prejudicar “a segurança e estabilidade da moradia”. O habitual emprego de azulejo nas instalações sanitárias e parte da sala comum destinada a cozinha foi substituído pela aplicação de um lambril de argamassa de cimento e areia queimada, também para diminuição do orçamento da obra. Da mesma forma, embora se empregue telha do tipo Marselha na cobertura, “foge-se a beirais cuidados, por razões de economia”.

Os 60 fogos construídos entre final da década de 1960 e início da de 1970 organizam-se em blocos de 3 pisos com acessos verticais e 6 habitações cada. Os blocos situam-se em terrenos contíguos ao conjunto inicial, dispondo-se de forma a criar espaços de uso coletivo exteriores.

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Atividades 2

Localização

Comunidade
Localização
Distrito Histórico (PT)
BragaDistrito Histórico (PT)
Contexto
InteriorContexto
UrbanoContexto

Estado e Utilização

Fórum

A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em maio de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabalho:

Catarina Ruivo para Arquitectura Aqui (2025) Bairro 1.º de Maio, Barcelos. Acedido em 05/09/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/pt/obras/61734/bairro-1-de-maio-barcelos

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).