O conjunto habitacional na Quinta da Fonte da Prata partiu de uma iniciativa da empresa Comitur – Companhia Imobiliária de Turismo, SARL, em meados da década de 1970, numa altura em que se registava falta de habitação no concelho da Moita. Surgira o problema das habitações clandestinas e da ocupação de áreas pela indústria que não lhe estavam destinadas. Impunha-se arranjar soluções para alojar uma parcela considerável da população, operária mas auferindo fracos recursos económicos, o que não lhe permitia concorrer no mercado privado. A documentação consultada evidencia que a Câmara Municipal da Moita pretendeu que se ocupassem trabalhadores do concelho na construção deste bairro por forma a fazer face ao desemprego instalado.

A licença de loteamento dos terrenos foi concedida pela câmara municipal em 1976, e a construção dos edifícios decorreu ao abrigo de um Contrato de Desenvolvimento para Habitação, celebrado entre a Comitur e o Fundo de Fomento da Habitação. O projeto, da autoria do arquiteto José Guedes Cruz (atelier CIPRO), previu inicialmente a construção de 1062 fogos que englobavam tipologias de T1 a T4 (passando, num segundo momento de planeamento, a 782 fogos), bem como três minimercados, 25 lojas, uma escola primária, duas escolas pré-primárias, dois infantários, uma creche, um lactário, um campo de jogos desportivos, um ringue polivalente e uma piscina. Apesar das necessidades prementes de habitação e de relançamento do setor da construção civil, houve algumas dúvidas por parte da câmara em concretizar o empreendimento, sobretudo pelo seu carácter isolado do aglomerado urbano e por terem, entretanto, surgido outros empreendimentos de renda limitada em localizações mais favoráveis.