Pesquisar por

Objeto

Agentes

Atividades

Documentação

Habitações da Santa Casa da Misericórdia, Lousada

Entre 1962 e 1969, a Santa Casa da Misericórdia concebeu e levou a cabo a construção de quatro habitações, geminadas duas a duas, na Avenida Sá e Melo, em Lousada, com a comparticipação financeira do Ministério das Obras Públicas.

A ideia nasceu no início da década de 1960. Em novembro de 1962, os Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Lousada, reunidos no salão de festas do Quartel dos Bombeiros, deliberaram a venda de algumas das propriedades rústicas da instituição - dispersas e de baixo rendimento - para aplicação do produto na construção de casas para as classes de recursos mais modestos, a situar “nos lugares do Concelho onde se ofereçam maiores facilidades de obtenção de terreno”. Um ano mais tarde, a instituição tinha já identificado um terreno na Vila de Lousada para a construção das habitações e, em março de 1964, iniciava o processo de elaboração do projeto de arquitetura.

Quando, em junho do mesmo ano, a Santa Casa da Misericórdia de Lousada solicitou à Direção-Geral de Assistência autorização para a venda da sua Quinta de Santo Adrião, foi referida como motivação a construção do novo Hospital Sub-Regional de Lousada, a terminar em 1966, cujo funcionamento implicaria “maior encargo do que o que se está processando com a deficientíssima instalação atual”. O ofício identificava um terreno na Avenida Sá e Melo, suficiente para a “construção daquelas casas e de muitas outras que a Misericórdia se proponha a construir” e indicava a receita anual estimada de um conjunto de oito habitações em 28.900$00. Dois meses mais tarde, a Direção-Geral emitiu um parecer favorável, no qual se indicava que o Ministério das Obras Públicas iria contribuir com 80.000$00 para a obra e que o terreno em Lousada seria cedido gratuitamente.

Em maio de 1965, a Quinta já teria sido vendida. Por ausência de concorrentes para a construção de “casas de renda muito modesta”, a Mesa Administrativa da Misericórdia considerava então preferível promover “um grupo de habitações destinadas a funcionários públicos ou pessoas de categoria idêntica”, para o que havia solicitado ao Ministério das Obras Públicas que o seu Gabinete de Estudos de Habitação elaborasse um novo projeto. Em agosto, o projeto já se encontrava elaborado. Com um orçamento de 450.000$00, a construção de quatro habitações de renda económica seria levada a cabo com a verba proveniente da venda da propriedade, de um subsídio de 40.000$00 do Ministério das Obras Públicas e “do mais que esta Misericórdia possa dispor”. A obra foi adjudicada a Luiz Gonzaga Ferreira de Oliveira em dezembro do mesmo ano.

Um ano mais tarde, em dezembro de 1966, a Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Lousada deliberou vender parte do terreno ocupado pelas habitações então em construção à Câmara Municipal de Lousada para construção de Casas para Magistrados e outra parte a um particular, de forma a angariar as verbas necessárias para a conclusão da obra.

Desconhece-se a data exata da sua conclusão. O conjunto de quatro habitações estaria concluído em 1969, ano em que figura na publicação Obras Públicas Concluídas, do Ministério das Obras Públicas.  

  

Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave, abaixo.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Análise

Data de Conclusão
1969

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Atividades

Localização

Comunidade
Morada
Av. Sá e Melo, n.º 48 a 80, Lousada
Distrito Histórico (PT)
PortoDistrito Histórico (PT)
Contexto
InteriorContexto

Estado e Utilização

Estado
ConstruídoEstado da Obra

A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em novembro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2025) Habitações da Santa Casa da Misericórdia, Lousada. Acedido em 18/01/2025, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/32212/habitacoes-da-santa-casa-da-misericordia-lousada

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).