A Extensão de Saúde de Pópulo foi construída no âmbito de um programa de cooperação com a Noruega no setor da saúde, que se seguiu a um pedido de Portugal de apoio para a saúde em 1976 e foi oficialmente publicado no Aviso de 28 de dezembro de 1979. O programa tinha como objetivo o desenvolvimento de um serviço de cuidados primários em Portugal, focando-se, de acordo com a política da Agência Norueguesa para o Desenvolvimento Internacional (NORAD), numa região pouco desenvolvida de Portugal - o distrito de Vila Real. Este programa incluía a reconstrução e alargamento do Hospital do Lordelo, em Vila Real, e a construção de uma escola de enfermagem a este associada; a construção de cinco centros de saúde em Boticas, Ribeira de Pena, Santa Maria de Penaguião, Vila Pouca de Aguiar e Montalegre; a construção de 15 extensões de saúde; o estabelecimento de dois departamentos de clínica geral localizados na Faculdade de Medicina e no Instituto de Ciências Biomédicas do Porto; um programa de bolsas de estudo. O Governo Norueguês prestaria apoio financeiro com 100 milhões de coroas norueguesas, das quais metade em forma de doação e outra metade como empréstimo sem juro, e participaria como entidade consultora.

As 15 extensões de saúde previstas viriam responder às necessidades locais de serviços preventivos e de curativo, pretendendo-se ainda que servissem um propósito educacional sobre a saúde preventiva. Estas extensões, cujo serviço seria assegurado por um profissional de enfermagem em permanência e visitas regulares dos médicos dos Centros de Saúde correspondentes, não deveriam ultrapassar os 70m2, compreendendo uma sala de espera, consultórios de enfermagem e de medicina, laboratório, arrumos e sanitários. Deveriam ainda, de acordo com indicação da NORAD em 1981, ser de fabrico português.

Embora se tenha considerado inicialmente a construção destes edifícios através de métodos de pré-fabricação em madeira, a Direção-Geral das Construções Hospitalares aconselhou, em maio de 1981, que fossem elaborados projetos pelos mesmos gabinetes encarregados dos centros de saúde do distrito, argumentando que tal resultaria em “construções muito mais duradoiras, com custos de conservação muito mais baixos e com melhores condições de habitabilidade”. Para a realização dos edifícios em construção tradicional, o programa foi reforçado com 4.000.000 coroas norueguesas. O projeto de arquitetura acabou por ser realizado dentro da própria Direção-Geral, e assinado pelo arquiteto Luiz de Vasconcelos, em julho de 1981.

As extensões de Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Campo de Jales (Vila Pouca de Aguiar), Lebução (Valpaços) e Canedo (Ribeira de Pena) foram inauguradas cerca de ano e meio mais tarde, em janeiro de 1983. Um ano depois, encontravam-se em vias de conclusão as extensões de Balsa (Alijó), Chã (Alijó), Travanca (Chaves), Salto (Montalegre), Ferral (Montalegre) e Sanguinhedo (Vila Real). Encontravam-se atrasadas, mas com terrenos já escolhidos, as de Pópulo (Alijó), Alvão (Vila Pouca de Aguiar), Paradela de Guiães (Sabrosa), Nogueira (Boticas), Lamas (Ribeira de Pena). Esperava-se a sua conclusão no início de 1985.

Em novembro de 1986, o presidente da Comissão Mista Luso-Norueguesa comunicava a conclusão do Programa de Cooperação com a Noruega para o distrito de Vila Real a 31 de dezembro do mesmo ano.