O Bairro da Boavista foi originalmente construído por iniciativa da Câmara Municipal de Portalegre com o intuito de alojar famílias com fracos recursos financeiros - colocando fim ao bairro de lata e permitindo melhores condições de conforto e higiene. 

Tanto quanto a documentação permite compreender, o processo de construção do bairro ter-se-á iniciado em 1960 com a manifestação do interesse em construir 2 blocos com 32 fogos junto do Ministério das Obras Públicas.

Em fevereiro de 1961 o projeto do bairro é submetido à aprovação. 

O projeto viria a ser alterado em 1962 e a dar origem a 3 blocos de habitações com apenas 3 pisos - totalizando 36 habitações previstas.

Assim, em novembro de 1962 o Ministério das Obras Públicas concederia à Câmara Municipal de Portalegre um subsídio no valor de 32.500$00, através do Orçamento Geral do Estado, para a construção do bairro - orçado em 1.512.000$00. Nesse mesmo mês seria concedida uma comparticipação no valor de 65.000$00, de uma total prevista de 360.000$00.

A empreitada viria a ser adjudicada em março de 1963 à firma COFETIL - Construções Técnicas e Financiamentos, Lda., por 947.285$00.

Os trabalhos de construção iniciar-se-iam em abril de 1963 e, em junho desse mesmo ano, o Ministério das Obras Públicas concederia à Câmara Municipal de Portalegre um novo subsídio no valor de 27.500$00, através do Orçamento Geral do Estado.

Em maio de 1965, a obra estaria já concluída, sendo que apenas foram construídos 30 dos 36 fogos inicialmente previstos, dado o insuficiente terreno disponível. A obra seria definitivamente entregue em junho de 1966.

Já o processo de urbanização do bairro ter-se-á iniciado em 1965 com a formalização do pedido de apoio financeiro ao Estado.

Assim, em junho de 1966 o Ministério das Obras Públicas concederia à Câmara Municipal de Portalegre uma comparticipação no valor de 83.000$00, através do Fundo de Desemprego, para a urbanização do bairro - orçada em 207.500$00. Contudo, não é possível auferir a data da conclusão dos trabalhos.

Apesar dos esforços endividados em 1970 para a construção dos 6 fogos em falta, a obra nunca chegou a avançar por falta de recursos financeiros da Câmara Municipal de Portalegre.