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Quartel dos Bombeiros Voluntários de Alter do ChãoNovo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão

O Novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão foi construído por iniciativa da Associação dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão.

Tanto quanto a documentação encontrada e analisada permite compreender, entre 1976 e 1979 procedeu-se à construção de um quartel, com um projeto da autoria do Arq. João Luís Carrilho da Graça. Este contou com a comparticipação do Estado, tendo a empreitada sido adjudicada à firma UNIOBRA - Sociedade de Construções Lda.

Contudo, em fevereiro de 1985, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão manifesta, junto do Ministério do Equipamento Social, a intenção de construir um novo quartel, atendendo à degradação e incapacidade do quartel que dispunham à data - sendo que esta associação desempenhava inclusive um papel importante no concelho vizinho de Fronteira, que não dispunha de uma corporação de bombeiros.

Após a apresentação do estudo prévio, anteprojeto e projeto, o projeto de execução definitivo, da autoria do Arq. Jaime Dias de Azevedo, seria aprovado em maio de 1987, por despacho da Secretaria de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território. 

Com vista à execução da obra, em agosto de 1988 seria autorizada uma comparticipação no valor de 62.720.000$00. Meses mais tarde, em novembro, a empreitada seria adjudicada à firma João Gonçalves Fernandes Costa, Empreiteiros, Lda., pelo valor de 91.257.910$00, dando-se início aos trabalhos de construção do novo quartel.

A empreitada só terá sido concluída já após 1992.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Notas

Data de Conclusão
post. 1992
Análise Conjugada de Forma, Função e Relação com o Contexto

O Quartel dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão foi construído numa zona inicial de expansão do aglomerado, a Sudeste do centro urbano, em proximidade com o Agrupamento de Escolas de Alter do Chão e com boas ligações viárias a Ponte de Sor e Portalegre. 

Implantando num gaveto formado por dois arruamentos que asseguravam a movimentação de viaturas, o terreno apresenta uma forma trapezoidal, estando o edifício recuado em relação aos arruamentos que o definem. Esse recuo permite a existência de um parque de viaturas e o funcionamento da parada de honra. 

Na parte posterior do parque de viaturas, a parada de exercícios tem acesso dirato ao exterior e dava resposta às recomendações do 'Programa-Base para a construção de edifícios destinados a quartéis-sedes de Bombeiros Voluntários - Programa Tipo B', da Direção-Geral dos Equipamentos Regionais e Urbanos.

Com ligação à parada, o conjunto apresenta a casa-escola, que se constitui como um corpo isolado e está preparado para o acondicionamento e lavangem das bombas e mangueiras. 

De acordo com a Memória Descritiva do projeto, o quartel apresenta um programa correspondente ao já referido programa-tipo, distribuindo-se em planta de acordo com a distinção entre os setores operacional e associativo, situados em pisos distintos - o que permite que funcionem separadamente, através de circuitos independentes, pese embora a sua interdependência e interrelação de funções, articuladas por meio de escadas. 

No piso térreo situa-se o setor operacional, composto por: receção controle de telecomunicações e sala de dados; parque de viaturas; gabinete do comando; gabinete dos chefes e sala de reuniões; secretaria do comando; arrecadação de material de combate; arrecadação de fardamentos; vestiários-balneários-sanitários de apoio ao parque de viaturas; camarata do piquete; zona de estar e convívio; sala de aula; posto de socorros; oficina, box de lavagem e manutenção; arrecadação da oficina; parada de exercícios; casa-escola; poço de ensaio de bombas; reservatório; e tanque de lavagem de mangueiras.

Por sua vez, no piso superior situa-se o setor associativo, composto por: vestiário-bengaleiro; salão polivalente e zona de público; arrecadação de apoio ao salão polivalente; gabinete da direção; secretaria e arquivo; sala de reuniões; convívio e TV; biblioteca ou sala de leitura; sala de jogos; bar; arrecadação de instrumentos e trajes de ranchos; sala de ensaios; secção do corpo feminino; material de limpeza; e residência do quarteleiro, de tipologia T3.

As dimensões de cada um dos compartimentos respeitavam as áreas recomendadas no mencionado programa-tipo, ainda que algumas tivessem sido aumentadas por necessidade da corporação de bombeiros - tais como o parque de viaturas. 

O quartel fazia ainda uso de painéis solares, na cobertura do corpo do salão polivalente, para aproveitamente da energia solar para o aquecimento de águas - apoiados por dois depósitos.

Esteticamente, os alçados foram estudados de forma a garantir o equilíbrio e harmonia do conjunto, tendo a articulação dos volumes assegurado a integração no ambiente e escala do local. Os corpos adiantados e os diferentes planos que compõem plasticamente os alçados, conferem um jogo de sombras. 

Momentos-chave (clique abaixo para mais detalhe)

Atividades

Localização

Comunidade
Morada
Rua do Comércio 71
Distrito Histórico (PT)
PortalegreDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto
InteriorContexto

Estado e Utilização

Utilização Inicial
Estado
ConstruídoEstado da Obra

Materiais e Tecnologias

Estrutura
Betão ArmadoMateriais Construção
Construção
Alvenaria de TijoloMateriais Construção
Telhado em chapa de fibrocimentoMateriais Construção
Acabamento e Decoração
Revestimento em AzulejoMateriais Construção
Mosaico hidráulicoMateriais Construção

A informação constante desta página foi redigida por Tiago Candeias, em novembro de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Quartel dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão. Acedido em 23/11/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/obras/8066/quartel-dos-bombeiros-voluntarios-de-alter-do-chao

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).